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Liga da Justiça (Crítica)

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irishfilmcritic.com

Após quatro longas, finalmente podemos ver a reunião dos maiores heróis da DC Comics em um único filme. “Liga da Justiça” chega para reunir todos em vista da proteção da humanidade de um terrível ataque. Diferente do ambiente sombrio e dramático de “Homem de Aço” e “Batman v Superman”, o filme se aproxima mais do clima aventuresco de “Mulher Maravilha”.


Nisso, “Liga da Justiça” acaba falhando. A troca de diretores é sentida. No início do filme vemos um visual mais Zack Snyder, onde temos bastante do aspecto sombrio de Gotham, com o Batman protegendo a cidade. Mas, infelizmente, tudo isso é esquecido ao longo da história.


A alegria que parecia um acerto para este filme, torna tudo muito exagerado com o passar da trama. Isso prejudica o roteiro que apesar de tentar lidar com as consequências drásticas dos filmes anteriores, mostra uma equipe que parece não estar em sintonia sobre o que realmente acontece. Vemos inicialmente um Batman e Cyborg com problemas psicológicos, mas que com o passar do longa são abandonados, sendo trocados por um humor inexplicável. Ben Affleck não é um ator de comédia, Ray Fisher não sabe fazer humor e Erza Miller de Flash é caricato demais, além de exagerar nos caras e bocas.


A salvação fica para o carisma de sempre de Gal Gadot como Mulher Maravilha e o visual “bad guy” de Jason Momoa de Aquaman. O Aquaman até salva em alguns momentos, tendo ótimas falas, principalmente quando impõe suas opiniões, mas nada tão marcante.


Mas e o Superman? A volta do Homem de Aço, que era o momento mais esperado, é o ponto mais fraco do filme. Ao invés do Superman clássico, estilo “Christopher Reeve”, que aparentava ser o planejado, antes da estreia do filme, vemos um Clark confuso e com um visual horrível, onde mostra o mesmo vestindo uma calça jeans. Isso tudo sem contar nas “caras e bocas” que o ator Henry Cavill faz no momento das lutas. Em alguns momentos faz o fã sentir saudade de Brandon Routh de “Superman o Retorno”.


Sentiu falta do vilão? Lobo da Estepe é o da vez. Ele comanda um exército de parademônios alienígenas que estão na Terra em busca das Caixas Maternas. Não há muita interpretação. A simplicidade disso que poderia ser algo positivo, encontra-se excessiva demais, onde o personagem mostra uma falta de personalidade. Chega ao momento em que Zod em “Homem de Aço” parecia gerar mais medo e impacto, do que o deste “malvado” no filme da Liga. O Lobo da Estepe lembra um vilão da Marvel, onde nos esquecemos dele assim que acaba o filme.


Sobre os efeitos, a substituição na direção de Zack Snyder por Joss Whedon da pós-produção é sentida. O filme, visivelmente, tem “dois pais”, onde temos ótimas cenas de ação ao mesmo tempo em que vemos também um uso primário da computação gráfica, especialmente na remoção do bigode de Henry Cavill e na construção do Lobo da Estepe. Ao contrário de “BvS” e “Homem de Aço”, a fotografia e a sequência não são nem um pouco memoráveis.


“Liga da Justiça” pareceu mirar em “Mulher-Maravilha”, mas esbarrou em “Esquadrão Suicida”, onde vemos problemas de identidade, erros primários e falhas visíveis. Personagens bons, mas que não são bem aproveitados.


Resta a nós alguma esperança para o futuro da DC no cinema?



Classificação: Ruim (2 de 5 estrelas)

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