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Mostrando postagens de setembro, 2020

O Dilema das Redes (Netflix) – Crítica

rotacult.com.br “O Dilema das Redes” , novo documentário da Netflix, é mais um que reforça o pessimismo com a utilização, massiva, das redes sociais. A produção foca em entrevistas com vários profissionais da área da informação, que nos últimos vinte anos, auxiliaram na criação dos principais sites de relacionamento. Dirigido por Jeff Orlowski, o filme não conta com uma estrutura comum.  A narrativa se apropria de animações e simulações, que auxiliam na explicação dos entrevistados. Assim, ele consegue transformar um conteúdo complexo, em algo simples e de fácil assimilação, ainda que conte com o velho truque do fato da “Internet ser um terrível mal para sociedade”. Cada entrevistado relata suas funções nesse círculo e usa sua experiência para alertar o espectador. Utilizando de um tom pessimista sobre as redes sociais, nós, que estamos assistindo, ficamos incomodados, a cada minuto que passa. A ideia é que o documentário seja uma propaganda contra a tecnologia. Embora, mesmo que se ap

Enola Holmes (Netflix) – Crítica

ew.com Joseph Campbell concebeu o conceito mais batido da “história da criação de histórias”, a famosa “Jornada do Heroi”. Nela, temos um protagonista saindo da sua “zona de conforto”, em busca de algo, que acaba lhe trazendo um amadurecimento em sua vida, que se resolve com sua “volta pra casa”.   Essa explicação bate em cheio com o roteiro de “Enola Holmes” , nova produção Netflix, estrelada por Millie Bobby Brown e Henry Cavill, dirigida por Harry Bradbeer, este último, mais conhecido por seu trabalho na série “Fleabag” .   O longa foca muito no estudo de personagem, onde Bobby Brown precisa encarnar Enola, uma garota com personalidade forte, e que conta com a arrogância clássica da família Holmes. Ainda que se destaque pela sua irritabilidade.   Uma característica, a se ressaltar, conhecida nas produções de Bradbeer, é o uso da quebra da quarta parede, que começa bem, mesmo que ao longo do filme se perca, tornando-se muitas vezes cansativo.   Porém, voltando aos ace

O Diabo de Cada Dia (Netflix) - Crítica

observatoriodocinema.uol.com.br Embora pareça estranho, “O Diabo de Cada Dia” , o mais recente lançamento da Netflix, tem um título que faz jus a sua história. Em 2h18min, o espectador vai sentir dor e sofrimento, em inúmeras situações perversas, que são mostradas. O peso disso ganha um contorno perverso, muito pelo mal não vir do arquétipo clássico do cinema, mas sim pela “crueldade real”, que a humanidade possui. O diretor/roteirista, Antonio Campos ( “Christine” ) desmonta o cenário tranquilo, que seria o habitual do interior, mostrando um ambiente mais desumano e perverso. É de se destacar que o mal não está presente em apenas um personagem, ele é apresentado em muitas formas. A começar por Willard (Bill Skarsgard), um veterano da Segunda Guerra, que carrega o trauma do conflito. Para se libertar, sua mãe o convence a ir á Igreja, porém, o que seria um ambiente de tranquilidade, traz um sentimento reverso. No meio disso tudo, ele acaba perdendo sua esposa, o que serve para el

#Alive (Netflix) - Crítica

observatoriodocinema.uol.com.br Muitas pessoas podem pensar que a vitória de “Parasita” (2019), na categoria “Melhor Filme”, do Oscar 2020, foi um mero acaso. Porém, para quem acompanha cinema, um pouco mais de perto, já sabe que os sul coreanos já estão vindo forte, há alguns anos. Especialmente, no que se refere a filmes de zumbis. Dentre eles, o grande sucesso mundial, talvez seja “Invasão Zumbi” (2016). Indo menos para o lado artístico, e voltando apostar nessa pegada de mundo “pós-apocalíptico”, a Netflix traz “#Alive” . Que pode ser classificado como um “apocalipse zumbi”, situado na era da informação. Um fator interessante, que conta pontos ao filme, é o fato dele combinar perfeitamente com a situação de quarentena, em que vivemos, onde a nossa casa, sem dúvida, é o ambiente mais seguro. A direção e o roteiro, de “#Alive” , fica por conta de II Cho ( “Verão em L.A.” ), que começa contando o surgimento de um vírus, altamente contagioso, que acaba perdendo o controle e se espalh

Freaks: Um de Nós (Netflix) - Crítica

deveserisso.com.br A Netflix parece querer mesmo construir sua própria franquia de super heróis. E a aposta do momento está em “Freaks: Um de Nós” . A “bola da vez” começa sua história de um close, onde é mostrado um olhar amedrontado, que provoca curiosidade ao espectador. A partir daí, somos convidados a seguir a caminhada de Wendy (Cornelia Gröschel), que possui uma vida simples, ao lado de sua família, e com seu trabalho estressante em um restaurante, onde sonha ganhar uma promoção. Porém, tudo muda quando um morador de rua a aborda, dizendo que sua vida pode ser mais do que aquilo. Independente da boa premissa, o filme muda de pauta, rapidamente. Resolvendo apostar numa metáfora, de que o uso de remédios impede o verdadeiro potencial de todos nós. Para piorar a situação, joga-se, sem muita explicação, várias referências aos quadrinhos e a mitologia grega, que não acrescenta em nada a trama, já confusa. Acentuando, ainda mais, seus erros, o longa alemão busca misturar u

Origens Secretas (Netflix) - Crítica

jornadageek.com.br David Galán Galindo decidiu dirigir e roteirizar um filme, inspirado num livro homônimo, escrito por ele mesmo. Assim, chega à Netflix, “Origens Secretas” , um suspense policial, que conta com as mesmas características de sempre – investigação, pistas, descobertas – mas com um tempero a mais: Cultura Nerd. Assim, Galindo consegue refrescar um tema, que parece já batido, por mais que pareça estranho, trazendo algo tão alegre, como o Universo dos Super-heróis, dentro de algo tão sério. Além dele, Fernando Navarro também colabora no roteiro, incluindo inúmeras referências, que fazem o espectador, mais aficionado a esse mundo, sorria. Um exemplo claro disso, está na cena em que um homem é encontrado morto, por uma picada de aranha, fazendo uma clara referência ao Homem-Aranha.   É bom ressaltar que o filme não é perfeito. A mistura entre esses dois gêneros tão distintos, prejudica na sua resolução, transformando-o em algo óbvio e que não satisfaz, por completo, aquele q

Estou Pensando em Acabar com Tudo (Netflix) - Crítica

observatoriodocinema.uol.com.br O diretor Charlie Kaufman já é um velho conhecido do mundo cinematográfico, muito por suas obras, que sempre foram autorais, com personalidade, procurando debater questões da existência humana. Partindo de simples premissas, ele sempre busca o caminho mais ousado, nos afastando do óbvio, que a situação proposta parece, inicialmente, querer buscar.   O que dizer então, das suas duas maiores obras: “Quero Ser John Malkovich” (1999) e “Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças (2004)? Assim, Kaufman se tornou um autor que utiliza de fábulas, para transmitir suas mensagens, muitas delas sobre o relacionamento entre as pessoas.   Logo, não surpreende o bom resultado do seu mais recente lançamento, “Estou Pensando em Acabar com Tudo” , que chega a Netflix, explorando ainda mais a habilidade do diretor, em entrar na psique humana.   A trama é centrada em uma moça (Jessie Buckley), que começa a se questionar sobre sua vida, principalmente sobre se d

Missão Pijamas (Netflix) - Crítica

observatoriodocinema.uol.com.br  Já estamos acostumados, a nos deparar com filmes que contam com uma trama na prancheta, somente apostando no entretenimento, especialmente focado ao público infantil.   Nisso, a Netflix lança “Missão Pijamas” , que dificilmente irá trazer algo além do medíocre, para quem esteja fora da faixa etária procurada. Não que isso seja problema, mas aqui, temos um excesso nas resoluções simples (muitas delas, do tipo “Deus Ex Machina” ), que podem incomodar alguém que procure algo a mais.   Para exemplificar essa fala, podemos citar a utilização de um adulto sendo amarrado por crianças, que utilizam luzes de árvore de natal e uma mangueira para tal feito. Outra situação, que foge do realismo, é o fato dessas mesmas crianças resolverem salvar seus pais, de um sequestro.   E olha que o roteiro, de Sarah Rothschild, não é o pior. A direção, comandada por Trish Sie ( “A Escolha Perfeita” ) abusa da utilização de imagens, que substituem, muitas vezes, o t