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Mostrando postagens de abril, 2021

Judas e o Messias Negro (Crítica)

ultraverso.com.br Uma interessante história real, porém, nas mãos do diretor errado pode se tornar um grande crime cinematográfico. Vide dois vencedores do Oscar, como “Histórias Cruzadas” (2011) e “Green Book: O Guia” (2018), que, erroneamente, transmitem um relato racial, a partir da visão de um protagonista branco, ao invés de dar voz ao verdadeiro personagem, que sofre o conflito. Felizmente, “Judas e o Messias Negro” não se enquadra nesse problema. Muito pela visão do diretor Shaka King, que decide trazer uma perspectiva própria para a causa negra americana, em meados da ascensão de Fred Hampton. Originário da revolta contra a violência policial americana, na década de 60, o partido dos “Panteras Negras” foi um expoente na luta afro-americana, com o princípio da defesa armada. Criado pela dupla de universitários, Huey P. Newton e Bobby Seale, o movimento se expandiu bastante com a chegada da liderança de Hampton (Daniel Kaluuya). Ele, em seus discursos, defendia uma forte alianç

Falcão e o Soldado Invernal (Disney+) – Crítica

mixdeseries.com.br Mesmo se tratando de uma série de nicho, pois ainda estamos falando sobre o mundo dos super-heróis, “Falcão e o Soldado Invernal” foi um excelente passatempo, durante a pandemia. Tendo que assumir a responsabilidade de vir depois de “WandaVision” , que subiu a exigência do público, a série conseguiu cumprir seu objetivo: Funcionar como um bom escape semanal. Mais do que isso, trouxe mensagens importantíssimas para o mundo em que vivemos. Desde a segregação racial, até o sistema político fracassado, que não olha para os menos favorecidos, resultando em consequências graves, que atrapalham o dia a dia de todos. Tudo é uma peça no xadrez, sendo para o bem ou para o mal. O grande destaque fica para a subversão do esperado. Se os trailers prometeram uma série de ação, na verdade, tivemos a oportunidade de conhecer melhor nossos heróis. Sam Wilson (Anthony Mackie) e Bucky Barnes (Sebastian Stan), personagens esses, meros coadjuvantes no MCU, até aqui. É in

Dois Estranhos (Netflix) – Crítica

diariodonordeste.verdesmares.com.br “Dois Estranhos” ganhou muita fama, após sua indicação na categoria “Melhor Curta-Metragem”, no Oscar. Tendo 32 minutos de duração, e sendo dirigido pela dupla Travon Free e Martin Desmond, conferimos um excelente exercício de debate para violência policial, aliado ao racismo, do dia a dia. Repetindo a fórmula batida do “Dia da Marmota”, o curta, ainda sim, consegue se reinventar. Aqui, embarcamos na história do cartunista Carter (Joey Bada$), que ao se encaminhar de volta para a casa, é morto, após uma abordagem agressiva de um policial, na rua. Após o incidente, ele acorda no mesmo dia e revive todo o trauma, de forma cíclica. Para tentar fugir desse ciclo, Carter apela para mudanças de trajeto, vestuário, jeito de andar, até mesmo puxar papo com o policial. Porém, todas as vezes, o plano dá errado e ele é morto. A repetição, inclusive, exemplifica que esse tipo de crime não é um caso isolado, mas sim um exercício sistemático, gerado p

Amor e Monstros (Netflix) – Crítica

adorocinema.com Geralmente, quando temos uma história de apocalipse nos cinemas, existem duas escolhas de gênero: Ação ou Comédia. E em qualquer uma delas, os efeitos visuais são importantes, pois a veracidade é fundamental para identificação da história com o público. “Amor e Monstros” , recém lançamento da Netflix, conseguiu a proeza de atingir as duas camadas. Michael Matthews ( “Guerreiros de Marselha” ) é o responsável pela direção do longa, que, em sua história, foca-se sete anos após o Apocalipse. O filme começa com uma animação, que nos explica o que aconteceu com a civilização, após terem que se defender de asteroides, que atacaram, em direção à Terra. Apesar do êxito de terem conseguido derrotar o ataque, compostos químicos caíram no planeta, criando mutações em animais, os transformando em gigantes e raivosos. Assim, em apenas um ano, 95% da população foi dizimada, pois os seres humanos viraram alimento, para esses “bichos”. Na história, acompanhamos a jornada d

Minari (Crítica)

observatoriodocinema.uol.com.br O diretor americano Lee Isaac Chung vem de uma família sul-coreana, que se mudou da Califórnia para Arkansas, nos EUA, em plena década de 80. “Minari” , seu mais recente projeto, nos convida a conhecer suas memórias de sua infância, em meio ao sonho americano de seus pais, contraposto as suas raízes. O papel de Chung, na história, fica a cargo do garoto David (Alan Kim), que torna o nosso olhar, para as transformações da família, formada pela irmã mais velha Anne (Noel Cho), e seus pais, Monica (Yeri Han) e Jacob (Steven Yeun). Um ponto interessante a se ressaltar é que a mudança não gera o mesmo efeito positivo a todos. As crianças, por exemplo, se sentem perdidas e a mãe não gosta, nem um pouco, do local. Diante dessa premissa, o filme começa mesmo quando a avó (Youn Yun-jung) chega para auxiliar a filha, no cuidado das crianças. David é quem sofre o maior baque. Ele que tinha, em sua mente, uma visão de avó sendo uma senhora educada e cult

Toca (Disney+) – Crítica

disneyplus.com “Toca” é um dos indicados a Melhor Curta-Metragem Animado, no Oscar 2021, e tem como maior trunfo sua simplicidade. Na história, acompanhamos a jornada de uma jovem coelha, que busca encontrar sua toca dos sonhos. A questão maior é que ela não consegue tal êxito, de início, e ainda se recusa a solicitar amparo, por vergonha. “Toca” é um dos curtas produzidos pela Pixar Sparkshots, um projeto do estúdio Pixar, para dar oportunidade a novos criadores. No geral, “Toca” , em seus seis minutos, tem como tema principal a superação, e, principalmente, tenta nos ensinar a pedir ajuda, quando preciso, sem orgulho. Tudo isso, numa estética simples e bonita. Nota:  🌟🌟🌟🌟🌟  (Excelente)

Professor Polvo (Netflix) – Crítica

uol.com.br Engana-se, quem acha que o afeto e a amizade são sentimentos exclusivos da humanidade. A ciência já provou, que animais podem criar laços afetivos, com objetivo desde apenas demonstrar amor, até permanecer vivo. Mas será possível existir uma relação de amizade entre um homem e um polvo? Essa premissa, apesar de parecer absurda, é provada em “Professor Polvo” , documentário Original Netflix. Dirigido e roteirizado pela estreante Pippa Ehrlich e por James Reed (de “Jago: Uma Vida no Mar”) , o material foi filmado numa província da África do Sul, mais precisamente no Cabo Ocidental, onde o nosso protagonista, Craig Foster, é um cineasta que cresceu em contato com a natureza, que decide documentar a vida marinha, durante seus mergulhos diários, no local. Em uma dessas aventuras, ele acaba percebendo uma espécie de um grupo de conchas. O mais curioso disso é que embaixo delas encontramos um polvo escondido, prestes a capturar um peixe. Intrigado pelo comportamento do anim

Nomadland (Crítica)

matinecinetv.com.br Se pensarmos em uma nova geração de diretores cinematográficos, a lista já chega de bate-pronto: Jordan Peele, Damien Chazelle, Ryan Coogler e cia. Nesse embalo, um nome feminino vem ganhando muita força também, chamado Chloé Zhao. Todas as atenções estão voltadas para sua futura produção no Marvel Studios, os “Eternos” (2021), onde ela vai ter que lidar com a responsabilidade de trazer as telonas uma das maiores obras do quadrinista Jack Kirby, na editora de quadrinhos. E para quem duvida da capacidade da diretora, sua filmografia, apesar de curta, já carrega personalidade. Em seus longas, vemos que ela gosta de usar não atores, com o objetivo de dar veracidade as histórias que serão passadas. Nesse embalo, o terceiro filme da diretora, “Nomadland” , segue essa receita à risca. Indo um pouco na contramão, a obra em questão tem sua maior força numa estrela já conhecida, de Hollywood, a querida Frances McDormand. Aqui ela vive Fern, uma viúva, que viu a f

O Grande Ivan (Disney+) – Crítica

poltronanerd.com.br “O Grande Ivan” é um filme que adapta a história infantil, de mesmo nome, escrita por K.A. Applegate. O conto é inspirado na vida de Ivan, um gorila que foi resgatado por caçadores ilegais, que o raptaram, no Congo. O animal acabou indo parar num circo, onde passou mais de 20 anos, lá. No longa original Disney+, os animais apesar de serem criados por computador, possuem um visual impressionante, algo parecido com os vistos nos live-actions recentes, da produtora. O elenco é encabeçado por Sam Rockwell, que vive o protagonista, um gorila carismático, que se vê num embate: Continuar cumprindo sua função de animar o circo, onde vive, ou tentar uma jornada mais pessoal. A sua volta, ele conta com grandes amigos, como a elefanta Stella (Angelina Jolie), uma galinha (Chaka Khan) que rebate bolas de beisebol, um coelho que ainda de carro de brinquedo, uma arara tagarela (Phillipa Soo), uma poodle (Helen Mirren). Além deles, temos o melhor amigo de Ivan, o cachorro