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Mostrando postagens de março, 2022

Cyrano (Crítica)

bbc.com Caro leitor, você consegue definir, em palavras, o que é o amor? Esse questionamento complexo, da humanidade, é a base da peça “Cyrano de Bergerac” , escrita por Edmond Rostand. Agora, ela ganha uma adaptação para o cinema. Na história, conhecemos Cyrano (Peter Dinklage), um soldado e poeta, que esconde sua paixão por Roxanne (Haley Bennett), por vergonha de sua aparência. Ele acaba ajudando Christian (Kelvin Harrison), um outro homem, também apaixonado por Roxanne, escrevendo cartas de amor, assinadas com o nome de Christian. A nova versão é dirigida por Joe Wright ( “Orgulho e Preconceito” ), e tem roteiro escrito por Erica Schmidt, esposa de Dinklage. Aqui, Schmidt busca modificar alguns elementos da obra principal, para dar originalidade em seu projeto. Uma dessas mudanças, por exemplo, é a troca do motivo para insegurança de Cyrano: Sai o enorme nariz do personagem clássico, e entra o nanismo. Outra alteração é adaptar “Cyrano” para um musical. E talvez aqui,

Fresh (Star+) - Crítica

indiewire.com Como o início de uma linda e romântica história de amor, no setor de verduras de um supermercado, o improvável acontece: Dois estranhos se apaixonam, à primeira vista, e iniciam um relacionamento, sem utilizar-se de nenhum método tecnológico. Ou seja, sem o Tinder. E o primeiro ato de “Fresh” , recém-lançamento do Star+, é o único momento de leveza de um filme, que subverte todo o fascínio, depois disso, se revelando uma assustadora trama de terror. O galã da nossa “pseudo-comédia romântica” é o ator Sebastian Stan. Ele é perfeito para o papel, já que exala charme e carisma. Do outro lado, temos a jovem Daisy Edgar Jones, que interpreta Noa, uma mulher cansada de decepcionantes encontros com rapazes, encontrados no Tinder, prefere investir no método tradicional e analógico. Porém, o inesperado acontece, já que é nos revelado, que o homem perfeito, que ela acabou de conhecer, é um verdadeiro canibal. Mimi Cave, na direção, e Lauryn Kahn, no roteiro, se unem para

Sorte de Quem? (Netflix) – Crítica

adorocinema.com Nos minutos iniciais de “Sorte de Quem?” , podemos perceber que o diretor Charlie McDowell tinha o objetivo de homenagear o grande Alfred Hitchcock. A começar pela fotografia de Isiah Donté Lee, que de início acompanha o ator Jason Segel sentado, tomando suco, até quebrá-lo, antes de entrar na casa. Logo, já nos tocamos se tratar de uma invasão. Porém, o invasor é surpreendido pelos donos da casa, interpretados por Jesse Plemons e Lily Collins. Assustado, o ladrão mantém os donos, como reféns. Após chegarem a um valor a ser entregue ao criminoso, eles precisam esperar, já que o dinheiro demorará dois dias para chegar, do banco. Com apenas 90 minutos de duração, “Sorte de Quem?” tem um ritmo ágil, e consegue envolver o espectador aos poucos, sem pressa. Lembrando a direção dos irmãos Coen, o filme aposta na jornada de tensão e um pouco de comédia sarcástica, que ganha muito pela bela trilha sonora. Sobre esse envolvimento, vale ressaltar que as motivações do ladrão

Águas Profundas (Prime Video) – Crítica

cinemacomrapadura.com.br “Garota Exemplar” (2014), de David Fincher, fez um estrondoso sucesso, ao entregar uma forte narrativa, representada, maravilhosamente, pelas performances de seus protagonistas, estes interpretados por Rosamund Pike e Ben Affleck. Aqui, tivemos o retorno do gênero “suspense erótico”, que deu coragem para outros idealizadores embarcarem, nesse tom. Dessa leva, temos “Águas Profundas”, dirigido por Adrian Lyne (“Atração Fatal”), que se baseia no romance homônimo, escrito por Patricia Highsmith. Na produção da vez, acompanhamos um casal, que vive um relacionamento conturbado, mas que mantém as aparências para o ambiente externo. Vic Van Allen (Ben Affleck), o marido em questão, é um homem possessivo, que não quer deixar sua esposa partir, mesmo com o casamento indo de mal a pior. Melinda Van Allen (Ana de Armas) é a esposa, que se divide entre o desejo de se libertar do marido, mas que não faz isso, por conta da filha Trixie (Grace Jenkins). Além disso, Vic é um

Red: Crescer é uma Fera (Disney+) - Crítica

b9.com.br É inegável que a Pixar tem como maior trunfo a capacidade de pegar temas complexos e transmiti-los com simplicidade, em seus filmes. Seja a questão da morte, colocada em “Viva – A Vida é uma Festa” (2017), seja o propósito da humanidade, como visto em “Soul” (2020). Nesse embalo, temos “Red: Crescer é uma Fera” , animação encabeçada pela diretora Domee Shi, e que encara a missão de abordar um tema tão complexo, quanto a puberdade. Essa comédia, focada numa jornada de amadurecimento, nos embarca na história de Mei (Rosalie Chiang), uma garota adolescente, canadense, que ama sua família. Ela passa o dia se dividindo entre a escola e a ajuda aos seus pais, que trabalham cuidando de um templo. Quando não está nem com a família, nem estudando, ela sempre se encontra com as amigas, para escutar a sua banda favorita, 4town, uma boy-band de sucesso. Nisso, se abre uma nova fase da vida para Mei, onde ela também começa a se apaixonar e se libertar, mesmo com as cobranças

O Projeto Adam (Netflix) – Crítica

technewsbrasil.com.br O público já se acostumou com o conceito de viagem no tempo, sendo explorado nos cinemas. Continuando essa leva, de infinidades de produções, que conversam com esse “gênero”, temos “O Projeto Adam” , que tenta misturar nostalgia, modernismo e emocional. Ainda que não consiga atingir o êxito completo, nessa tentativa. Aqui, temos um resultado irregular. De um lado, a produção acerta na caracterização dos personagens e suas relações, porém seu roteiro não atinge o ápice, em proporcionar o grande espetáculo prometido, pois coloca sempre o emocional na frente do humor particular, onde fica os melhores momentos da trama. Trama esta protagonizada por Ryan Reynolds, que repete a parceria com o diretor Shaw Levy, que funcionou muito bem, em “Free Guy – Assumindo o Controle” (2021). Aqui, Reynolds vive Adam Reed, um piloto, em 2050, que rouba uma aeronave capaz de viajar no tempo. Acidentalmente, ele acaba parando em 2022, onde encontra a si mesmo, com 12 anos de

Contra o Gelo (Netflix) – Crítica

rollingstone.uol.com.br Dificilmente, nós veremos um título tão direto, quanto “Contra o Gelo” . A produção Netflix já define, assim, desde o começo, sobre qual será o conflito da história. Porém, apesar de direto, fica uma dúvida na cabeça do espectador: O contraponto da trama vai ser somente o frio? Não teremos mais nada? Calma! Aqui, temos sim, algo que escape da pura trama de sobrevivência. Entretanto, tal enredo depende demais da entrega da sua dupla protagonista, já que há uma batalha interna, envolvendo os personagens, que precisam manter a chama da esperança, de saírem dali vivos, acesa em suas mentes. Infelizmente, só um deles atinge tal proeza. O ator veterano Nikolaj Coster-Wandau ainda consegue trazer algo, minimamente, interessante ao espectador. Ao contrário de seu parceiro, Joe Cole, que não transmite sentimento algum, em sua feição. O roteiro, aqui, é baseado na história real do explorador Ejnar Mikkelsen (interpretado aqui, por Nikolaj Coste-Waldau), qu

O Massacre da Serra Elétrica: O Retorno de Leatherface (Netflix) – Crítica

cenasdecinema.com O subgênero Slasher já é consagrado, em termos de cinema, há muito tempo. Talvez, seu primeiro expoente tenha sido “O Massacre da Serra Elétrica” (1974). O filme, dos anos 70, deu início a fama de um dos maiores seriais killer da história da Cultura Pop, sendo referenciado até hoje. Quase 50 anos depois, em volta de vários retornos de personagens marcantes do gênero, a Netflix retoma esta franquia, com “O Massacre da Serra Elétrica: O Retorno de Leatherface” , onde, infelizmente, o “terror gore” substituiu, por completo, o desejo de contar uma boa história. Se assumindo como uma sequência direta do filme clássico, a aventura da vez tenta apresentar este Universo para uma nova geração. O roteiro, de Chris Thomas Devlin, foca num grupo de jovens, que acaba de chegar à cidade abandonada de Harlow, no interior do Texas. Eles se aproximam da região, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida do local, a começar pela venda das casas e estabelecimentos. Entr

Belfast (Crítica)

terra.com Kenneth Branagh, sem dúvida, é uma figura que atravessou gerações, se tratando de cinema. Muitos conhecem ele pelo seu papel, como professor Gilderoy Lockhart, na franquia “Harry Potter” . Outros, são mais adeptos ao seu lado diretor, onde reverenciou seu maior ídolo, William Shakespeare, em diversas adaptações para a telona. Depois de dirigir alguns clássicos, como “Hamlet” (1996) e “Cinderela” (2015), chegou a hora de Branagh se arriscar num projeto mais ambicioso, envolvendo um pouco de sua biografia. Assim, nasce “Belfast” . Geralmente, quando se procura contar um drama de época, normalmente, voltamos ou para Era Vitoriana ou para a Guerra Fria. Branagh buscou uma alternativa diferente, apostando no anacronismo, de contar sua infância (apesar do protagonista, aqui, não ser, claramente, o diretor), em meio a Segunda Guerra. Essa visão infantil para a Guerra não é uma novidade, visto exemplos, como o recente “Jojo Rabbit” (2019), de Taika Waititi. Buddy, nosso

Summer of Soul (Crítica)

cinemacomrapadura.com.br O verão de 1969 foi bem movimentado. Enquanto os hippies se divertiam em Woodstock, uma boa parte da população negra e latina, que morava em Nova York, tomou conta de um parque, no Harlem. Ali, durante seis fins de semana seguidos, passaram algumas das maiores estrelas da história da música negra, como Steve Wonder, Nina Simone, B.B. King, entre outros. O Harlem Cultural Festival, apesar de apagado, tem sua história recuperada, merecidamente, no documentário “Summer of Soul (......ou, Quando a Revolução Não Pôde Ser Televisionada)” , dirigido por Ahmir “Questlove” Thompsom, produtor musical, DJ, compositor e jornalista. Questlove recuperou 40 horas de gravação do evento, que contemplam também os bastidores, não só os shows que ocorreram. Com um ótimo trabalho de restauração, ele separa momentos para cada artista participante, e todo o contexto da época. Nisso, temos menções ao assassinato de Martin Luther King, a Guerra do Vietnã, e até aos Panteras Negras. “Su

The Batman (Crítica)

variety.com Nos últimos anos, se criou a cultura de filmes blockbusters com subtítulo. Essa recorrência fez com que “The Batman” seja um “estranho no ninho”, dentro do mercado. Porém, ao acabarmos de assistir o novo longa de Matt Reeves, entendemos, perfeitamente, a escolha. O Homem Morcego sempre foi elevado, em todas as mídias, pelo grande cartel de vilões e coadjuvantes, que catapultaram, ainda mais, a criação de Bob Kane e Bill Finger, totalmente montada pelo arquétipo do herói, proposto por Joseph Campbell. Porém, o Batman sempre teve dificuldade em chamar os holofotes, para si, principalmente, nos cinemas, por essa singularidade de seus vilões. Reeves reverte isso, ao focar, quase que exclusivo, no seu protagonista problemático e misterioso, envolta a ótimos coadjuvantes, na busca de justiça e vingança. Essa particularidade do Batman, interpretado por Robert Pattinson, vem também pelo equilíbrio entre o visto nos quadrinhos, com o tom thriller, que é imposto. Aqui,

Four Good Days (Crítica)

santaportal.com.br O vício, quando não se tem controle, tira o mundo de suas vítimas. Histórias como a de Molly (Mia Kunis), protagonista de “Four Good Days” , são vistas, diariamente, na realidade, por meio de relatos dolorosos, de vidas que foram perdidas, a troco de nada. Aqui, Kunis, ao lado de Glenn Close, estrela um drama familiar, que foca nas consequências de uma vida perdida, em meio as drogas. Kunis, vinda de uma forte carreira cômica, já mostrara seu grande potencial em “Cisne Negro” (2010). Em “Four Good Days” , ela dá vida a Molly, uma jovem promissora, que após um acidente, encontra no ópio, a única maneira de se “manter em pé”. Daí em diante, a história foca não em contar, mais uma vez, o drama de um viciado, mas sim no impacto do vício, nas relações entre aquele que sofre e seus familiares. Nada disso adiantaria, senão fosse o bom trabalho da dupla protagonista, onde Close, mais uma vez, atua magnificamente, como Deb, mãe de Molly, e Kunis dá profundidade a uma