O verão de 1969 foi bem
movimentado. Enquanto os hippies se divertiam em Woodstock, uma boa parte da
população negra e latina, que morava em Nova York, tomou conta de um parque, no
Harlem. Ali, durante seis fins de semana seguidos, passaram algumas das maiores
estrelas da história da música negra, como Steve Wonder, Nina Simone, B.B. King,
entre outros.
O Harlem Cultural Festival,
apesar de apagado, tem sua história recuperada, merecidamente, no documentário “Summer
of Soul (......ou, Quando a Revolução Não Pôde Ser Televisionada)”, dirigido
por Ahmir “Questlove” Thompsom, produtor musical, DJ, compositor e jornalista.
Questlove recuperou 40 horas
de gravação do evento, que contemplam também os bastidores, não só os shows que
ocorreram. Com um ótimo trabalho de restauração, ele separa momentos para cada
artista participante, e todo o contexto da época. Nisso, temos menções ao assassinato
de Martin Luther King, a Guerra do Vietnã, e até aos Panteras Negras.
“Summer of Soul” tem
um material riquíssimo, que são elevados pela narrativa profunda, que dá todo o
contexto social da época. Conforme as performances vão acontecendo, vemos a
trajetória dos negros americanos sendo representadas em tela. “Summer of
Soul” busca se identificar como o grito de uma comunidade, que acaba de
perder o seu último líder social, no caso Martin Luther King.
Além das estrelas, o público
do evento também merece destaque. Como o festival foi gratuito, vemos várias
faixas etárias, e diversas etnias, em meio à multidão, que assiste as
apresentações.
Assim, “Summer of Soul”
surge como o forte favorito ao Oscar de “Melhor Documentário em Longa Metragem”.
Se vai ganhar ou não, ainda não sabemos, porém é certo que se trata de um dos
melhores filmes do Oscar 2022.
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