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007 - Sem Tempo para Morrer (Crítica)

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É quase um consenso que para ser um 007 básico, você precisa de um terno preto, gravata borboleta, manusear bem armas, cabelo cortado e um charme próprio. Ainda assim, é possível dar originalidade a cada adaptação. Prova disso está no influenciador Sean Connery, no “sexy” Pierce Brosnan e no emotivo Daniel Craig, que fizeram com que a franquia pendurasse tanto tempo, entre nós.


Vendido como a despedida de Craig no papel, “007 – Sem Tempo Para Morrer” começa com um Bond querendo se aposentar. Vivendo na Jamaica, junto de sua amada Madeleine (Léa Seydoux), James precisa voltar a ativa, quando é solicitado por Felix Leiter (Jeffrey Wright), membro da CIA.


Leiter precisa que Bond o ajude a combater uma ameaça global, liderada por Lyutsifer Safin (Rami Malek), que está desenvolvendo uma tecnologia que pode destruir a humanidade. Além de Safin, Bond ainda precisa deter a Spectre, organização lá do filme anterior, que permanece na ativa.


Aumentando ainda mais o tom melancólico de despedida, temos a trilha de Hans Zimmer, que dá a dinâmica exata, que o longa pede, remetendo ao drama mesclado com a aventura. Sem a trilha, até mesmo as perseguições clássicas não teriam tanto poder, em torno da narrativa.


Estruturalmente, “007 – Sem Tempo Para Morrer” usa o que a franquia tem de melhor, ainda que seja compreendido até por quem não é grande conhecedor dos filmes, que consegue entender a dinâmica. Num ritmo frenético, no bom sentido, o longa não perde tempo, ao disparar inúmeras informações sobre a trama, dando um sentido de urgência permanente.


E a ação explorada é colocada de maneira crua, a partir do uso manual somada a uma ótima iluminação. Mesmo que o espectador compreenda a inverossimilhança, a fantasia da proposta tem crédito com o que é apresentado.


O James Bond de Daniel Craig é frágil, sendo, sem dúvida, o mais humano já visto. Isso combina perfeitamente com o que é proposto.


A direção, comandada por Cary Fukunaga (“Beasts Of No Nation”), faz o que é necessário. Ele mantém o alto padrão, da maioria da franquia. Porém, não surpreende tanto, assim sendo um degrau abaixo de “Operação Skyfall” (2012), de Sam Mendes, considerado o melhor da “Era Craig”.


O vilão Safin, vivido pelo “Oscarizado” Rami Malek, trazia uma grande expectativa. Porém, mostra-se o clichê do “vilão básico de 007”. Isso é mais explicito ainda, já que eles trazem de volta Biofeld (Christoph Waltz), que com menos tempo tela, ainda assim é mais assustador.


Todavia, mesmo com um vilão clichê e o, não mencionado, discreto uso da excelente Ana de Armas, bela atriz que só faz uma pequena, mas ótima participação, “007 – Sem Tempo Para Morrer” é bastante eficiente, no que se propõe e encerra bem a bonita jornada de Daniel Craig, como nosso James Bond.



Nota: ⭐⭐⭐⭐ (Ótimo)

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