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Mostrando postagens de dezembro, 2021

Cobra Kai (Netflix) – 4ª Temporada (Crítica)

papelpop.com Se você desistiu, logo no início de “Cobra Kai” , por seus diálogos pobres, sua trilha sonora brega e sua trama “Malhação” , está perdendo um dos melhores desenvolvimento de personagens, em termos de crescimento por temporada, dos últimos anos. A série que começou humilde, apenas querendo resgatar a rivalidade entre Daniel LaRusso (Ralph Macchio) e Johnny Lawrence (William Zabka), lá de “Karatê Kid – A Hora da Verdade” (1984), agora, finalmente, sendo controlada pelas mãos da Netflix, conseguiu atingir o equilíbrio necessário entre o fan service e a evolução de seus personagens. Essa quarta temporada já começa com uma posição difícil: Revisitar o pior filme da franquia: “Karate Kid 3 – O Desafio Final” (1989). Ao contrário do primeiro, e até de acertos do seu anterior, o terceiro longa foi considerado fraco, muito por ter traído os ensinamentos do seu projeto original. A trama tinha como plot fazer com que LaRusso se revoltasse com os ensinamentos do Mestre Miyagi

Não Olhe para Cima (Netflix) – Crítica

netflix.com É meio impossível acreditar, mas o diretor Adam McKay conseguiu lançar sua nova comédia, na época perfeita. “Não Olhe para Cima” , além do seu elenco estelar, composto por Leonardo DiCaprio, Jennifer Lawrence, Meryl Streep, Rob Morgan, Cate Blanchett, Timothée Chalamet e outras grandes participações, possui um timing perfeito, com a nossa atualidade, principalmente no nosso aspecto pandêmico. Pensada, a princípio, como uma discussão sobre o perigo do aquecimento global e das mudanças climáticas, McKay, que também produz e escreve o roteiro, traz como principal alegoria a ameaça de um asteroide, que está prestes a colidir com a Terra. Porém, o mais importante não é falar sobre ele, mas sim sobre as inúmeras prováveis reações humanas, para tal fato. Seja dos negacionistas, daqueles que cobram do governo, ou da internet, onde circulam desde memes, até Fake News , contendo teorias conspiratórias. O mais irônico é saber que não havia como, McKay prever o mundo, em que vi

A Mão de Deus (Netflix) – Crítica

netflix.com O diretor italiano Paolo Sorrentino decidiu retornar a sua cidade natal, Nápoles, na Itália, para contar sua própria cinebiografia, dando ênfase num recorte específico. Recorte esse marcado tanto pelo lado jovem e vivo do local, quanto trágico pelas perdas sofridas. No recorte em questão, a figura de Sorrentino é representada por Fabietto Schisa (Fillipo Scotti), um rapaz sem amigos, mas que vive feliz, com o apoio de sua família e sua paixão pelo time do coração, o Napoli. Mais especificamente, o filme começa com a expectativa de Fabietto e seu irmão, Marchino (Marlon Joubert), para a chegada do craque argentino, Diego Maradona ao Napoli. Além de Marchino, a família de Fabietto é composta também pelo seu pai, rabugento, Saverino (Toni Sevillo) e sua mãe, sarcástica, Maria (Teresa Saonangelo). O filme ainda conta com alguns outros parentes de Fabietto, que circulam a trama. Pegando esses inúmeros integrantes da família, destaque para a sedutora tia Patrizia (Lui

Gavião Arqueiro (Disney+) - 1ª Temporada (Crítica)

disney.com.br Matt Fraction e David Aya lançaram uma coleção de quadrinhos, focadas no dia a dia do Gavião Arqueiro, sem uma grande aventura em volta, mas trazendo sua simplicidade, humor e o lado urbano do protagonista. O foco era fazer piada com o “sem poderes” dos Vingadores. Aqui, Clint Barton é convidado a ter suas emoções expostas, ao mesmo tempo em que ganha uma nova parceria, Kate Bishop. Com esse plot já pronto, vindo dos quadrinhos, o Disney+ produziu uma nova série, intitulada “Gavião Arqueiro” , que aproveita todo esse cenário para traçar o início de uma nova jornada para os Vingadores, agora com uma nova geração. De volta como Clint, Jeremy Renner protagoniza a história de um homem cansado, depois de tantas batalhas, e só querendo um descanso com a família. Porém, tudo muda quando ele conhece Kate Bishop (Hailee Steinfeld), uma jovem que encontra o seu traje perdido, e começa a enfrentar diversos criminosos, que ainda rondam a cidade. Com o encontro entre os do

Matrix Resurrections (Crítica)

pipocasclub.com.br O ano de 1999 é considerado, por muitos, o melhor da história do cinema. No meio de grandes lançamentos, tivemos um, em particular, que revolucionou a forma de consumir essa arte, sendo expandido para a vida real, ao nos fazer questionar o que é, e o que não é realidade. A partir do domínio das máquinas, “Matrix” foi uma grande analogia, que pode, inclusive, ser aplicada, até na atualidade, com o avanço rápido da tecnologia. Assim, por se tratar de um tema atual, Hollywood viu uma grande oportunidade de reciclar mais uma franquia conhecida. “Matrix Resurrections” chega aos cinemas, com a volta, na direção, de Lana Wachowski, sem a irmã Lilly, que não quis retornar ao projeto. O longa original já havia contado com duas sequencias, anteriormente. “Matrix Reloaded” (2003) apesar de seu tom ambicioso e inovador, não agradou tanto aos fãs. Mesmo assim, tivemos mais uma tentativa com “Matrix Revolutions” (2003), porém sendo massacrado pela crítica e público, já

Identidade (Netflix) – Crítica

jornadageek.com.br Embora seja natural do ser humano, a necessidade de pertencimento, em exagero, pode provocar crises existenciais preocupantes. Essa questão ampliada num mundo passado, onde se vivia um Apartheid Social, acabou sendo a inspiração para “Identidade” , novo longa da Netflix. Aqui temos um drama racial, que traz a jornada de duas mulheres negras, no centro da narrativa, onde cada uma delas tem uma perspectiva diferente sobre o racismo estrutural, apesar de ambas sofrerem na busca de sua identidade, inserida num mundo de preconceito velado. Rebecca Hall estreia na direção. Ela é mais conhecida por seus trabalhos como atriz, mas aqui, além de diretora, assina também o roteiro. Hall nos convida a se ambientar nos Anos 20, trazendo também a ótica do cinema da época. Aqui, temos a conhecida fotografia preta e branca, que dá ao longa a suavidade necessária, ao contexto. Soma-se a bela fotografia, as belas atuações das protagonistas, Tessa Thompson e Ruth Negga. Elas

King Richard: Criando Campeãs (Crítica)

hollywoodreporter.com Existem histórias que, claramente, são difíceis de falhar, pelo menos em trama. “King Richard: Criando Campeãs” , cinebiografia de Richard Williams, pai das irmãs, estrelas do tênis, Venus e Serena Williams, é a velha receita da obra esportiva, que dificilmente frusta. Tendo como objetivo contar a trajetória, em meio as dificuldades, de um pai que quer o melhor para suas filhas, outros temas rondam sua história principal. Temos aqui, além da superação, drama familiar, combate ao preconceito e muito mais. Soma-se a um Will Smith determinado a levar o Oscar de Melhor Ator, isso tudo faz com que “King Richard” , embora tenha uma fórmula, funcione. Dando um pouco de contexto, para quem não conhece a história de Richard Williams, ele foi considerado, pela mídia, como um pai ambicioso, que levava suas filhas ao extremo, com o intuito de transformá-las em lendas. E bem ou mal, Venus se tornou a primeira negra a liderar o Ranking Mundial de Tênis, e Serena, talvez, já pos

Homem-Aranha: Sem Volta para Casa (Crítica)

news.sky.com Tom Holland vive, certamente, um Homem-Aranha em construção. Pegando apenas seus filmes solo, temos, no primeiro, a apresentação de um jovem tendo que lidar com seus poderes e a meta de se tornar um Vingador, concomitantemente com sua vida escolar. No segundo, ele precisa enfrentar o luto, após perder seu mentor, Tony Stark (Robert Downey Jr.). Curiosamente, a nova aventura começa a partir do fim da anterior, onde o mundo descobre a identidade secreta do herói. Tendo que lidar com a responsabilidade de proteger sua Tia, May (Marisa Tomei), e seus amigos, é que se começa o plot de “Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa” . Dito isso, é importante ressaltar que, aqui, temos um “terceiro ato” da caminhada do Peter Parker do MCU, por isso é importantíssimo que se tenha todo o contexto. Além da jornada de amadurecimento de Parker, o longa também é um ponto interessante para o Marvel Studios, se analisado com calma, já que agora, estamos, totalmente, calçados na fantasia, lon

Imperdoável (Netflix) – Crítica

minhaseriefavorita.com Definitivamente, já vivemos, há um bom tempo, a era das novelas vistas como filmes, tendo seus capítulos devorados, de uma só vez. Não demoraria muito tempo, para se tentar o inverso: criar filmes voltados para os fãs do gênero novela, com o objetivo de alavancar assinantes para os serviços de streaming. Mas será que isso funciona? Pegando esse novo formato, a Netflix lança “Imperdoável” , novo projeto estrelado por Sandra Bullock, que vem do sucesso, pelo menos de público, de “Bird Box” , também presente no catálogo do serviço. Embora não fique claro, temos aqui uma adaptação da minissérie “Unforgiven” , de 2009, agora para o formato longa.   Apesar dessa informação só vir, claramente, para o espectador, durante os créditos finais, fica claro, já que temos tramas separadas, envolvendo um único protagonista, com uma conexão final.   Bullock vive uma mulher, que é condenada, após assassinar o xerife da cidade. Agora, ela acabou de sair da prisão, depois

Ataque dos Cães (Netflix) - Crítica

cinemacomrapadura.com.br Em meio às frias montanhas, utilizadas como cenário, somos convidados a acompanhar a vida de uma família de rancheiros, situada no período do auge da sociedade patriarcal. Embora, a princípio, esse ambiente não seja, necessariamente, algo fora do que já foi visto, “Ataque dos Cães” se aproveita bastante dele, para se criar como um filme único, cercado de tensões. Benedict Cumberbatch é o encarregado do protagonismo da obra, trazendo aqui, talvez, sua melhor atuação da carreira, muito próximo de, no mínimo, uma indicação ao Oscar. Seu personagem é o exemplo máximo de masculinidade, mas que aos poucos vai se despindo, e começa a revelar traços únicos. Jane Campion dirige e roteiriza o Western, em questão, e foca seu plot na relação difícil entre um rancheiro “bronco” e a nova esposa de seu irmão, vista como uma mulher do lar, que luta para cuidar bem de seu frágil filho. Ambientada num cenário inóspito, a fotografia de Ari Wegner remete a todo o pes

Cabeça de Nêgo (Globoplay) – Crítica

ceara.gov.br Cabeça de Nêgo é como é chamado as bombas, semelhantes as de festas juninas, porém com maior força. Ou seja, trata-se de algo com aparência inocente, mas que tem uma grande potência. Essa definição se encaixa, perfeitamente, com o filme em questão, já que a obra cearense retrata a juventude, como uma fase com muita capacidade, mas sem muito crédito. O filme, inclusive, aposta nisso até em seu ritmo, já que sua narrativa cresce aos poucos, até sua grande catarse. A trama gira em torno de Saulo (Lucas Ribeiro), um jovem raivoso, que não aceita o racismo em que sofre, na escola, agindo de forma descontrolada e impulsiva. Injustiçado, por não ser escutado, ele acaba se inspirando na história dos Panteras Negras, e decide ocupar o colégio, como um meio de atingir a transformação necessária. A partir disso, a narrativa anda e passa por toda a ocupação de Saulo. A história ganha traços de investigação, à medida que o aluno vai passeando pela escola abandonada. Ele a expõe

Casa Gucci (Crítica)

oquetemnanossaestante.com.br O mundo dos ricos sempre foi algo que despertou curiosidade. Revistas famosas vivem de mostrar tanto o luxo das grandes fortunas, quanto tabloides que focam na vida pessoal de famílias bilionárias. Abrindo mais o leque, podemos encontrar também exemplos de “grandes casas”, que acabaram se perdendo em suas fortunas, motivadas pela inveja e luta por dinheiro/status. Muitos de seus integrantes nem conseguem manter uma conversa tranquila, após declínio. Esse mundo conturbado da alta sociedade mostrava-se ser o prato perfeito para Ridley Scott, um dos diretores mais cínicos da história. Seu segundo projeto lançado em 2021, “Casa Gucci” conta um elenco estelar, inseridos numa sátira, que envolve, além da riqueza, o poder corrompido e a ganância de personagens, sem a menor índole. Scott é um realizador que nunca foi de rodeios. Suas histórias sempre foram direto ao ponto. A história da vez começa com Patrizia (Lady Gaga) conhecendo e, posteriormen