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Definitivamente,
já vivemos, há um bom tempo, a era das novelas vistas como filmes, tendo seus capítulos
devorados, de uma só vez. Não demoraria muito tempo, para se tentar o inverso:
criar filmes voltados para os fãs do gênero novela, com o objetivo de alavancar
assinantes para os serviços de streaming. Mas será que isso funciona?
Pegando
esse novo formato, a Netflix lança “Imperdoável”, novo projeto estrelado
por Sandra Bullock, que vem do sucesso, pelo menos de público, de “Bird Box”,
também presente no catálogo do serviço. Embora não fique claro, temos aqui uma adaptação
da minissérie “Unforgiven”, de 2009, agora para o formato longa.
Apesar
dessa informação só vir, claramente, para o espectador, durante os créditos
finais, fica claro, já que temos tramas separadas, envolvendo um único
protagonista, com uma conexão final.
Bullock
vive uma mulher, que é condenada, após assassinar o xerife da cidade. Agora,
ela acabou de sair da prisão, depois de cumprir sua sentença de vinte anos de
reclusão. A história, a partir daí, passa a acompanhar sua nova vida, tentando
recuperar a relação que tinha com a irmã, menor de idade, que, neste momento, vive
com uma nova família, sem se lembrar de seu passado.
Essa
infinidade de subtramas aliada ao excessivo “dramalhão” são os fatores que
desabonam, completamente, qualquer intenção do projeto. A inexperiência da
diretora Nora Fingscheidt (“Transtorno Explosivo”) pode explicar um
pouco também, já que ela luta, fortemente, para manter a narrativa focada em Bullock,
mas tendo que enchê-la com inúmeros acontecimentos e diálogos expositivos.
Essa
gordura atrapalha, também, o bom elenco de “Imperdoável”. Seus
coadjuvantes até que possuem arcos interessantes, porém esses mesmos não
parecem fazer parte da trama principal. Exemplifica-se isso com Viola Davis,
num papel descartável, e um Vincent D’Onofrio que some, inexplicavelmente, no
terceiro ato.
Bullock
é a única que ainda se salva, centralizando toda a dor de sua personagem, rejeitada
pela sociedade, e, totalmente, acabada, tanto fisicamente, quanto emocionalmente.
“Imperdoável”, inclusive, só funciona com ela. Quando a atriz sai, o
filme não anda. A trama dos filhos do Xerife assassinado, vividos por Will
Pullen e Tom Guiry, é sofrível e alongada, só servindo para dar algum clímax
para o final.
Pedindo
perdão pelo trocadilho, mas é “imperdoável”, que se pegue uma minissérie com um
plot, até interessante, e a condene a um filme “novelão”, que beira o mau gosto.
Nota: ⭐⭐ (Ruim)
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