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Mostrando postagens de janeiro, 2020

O Escândalo (Crítica)

observatoriodocinema.bol.uol.com.br Antes que me apedrejem, é bom deixar claro, que para mim, mesmo que um filme possua uma boa mensagem, ainda sim, ele está inserido no contexto cinematográfico, e a maneira como a história é contada precisa ser avaliada de forma criteriosa. E nisso, com um tema bastante significativo, “O Escândalo” não consegue ir além da excelente discussão, que promete. Dirigido por Jay Roach, o drama é inspirado em acontecimentos reais que levaram a demissão de Roger Alies (John Lithgow), CEO da Fox News, após denúncias de abuso sexual por algumas de suas funcionárias. Nisso, a história é contada a partir de três pontos de vista: um por Megyn Kelly (Charlize Theron), outro por Gretchen Carlson (Nicole Kidman) e outro por Kayla Popisil (Margot Robbie), esta última, totalmente inventada para a história. Pra começar os problemas que norteiam o filme, o principal deles é preciso ser dito: falta de originalidade ao filmar. Parece que Roach, em sua direçã

Um Lindo Dia na Vizinhança (Crítica)

vertentesdocinema.com Antes de começar a crítica, de fato, é bom sabermos que Fred Rogers é um brilhante apresentador de TV, norte-americano, equivalente a Xuxa, aqui no Brasil. Durante 33 anos, ele comandou o programa “Mister Rogers’ Neighborhood” , passando por várias gerações, sempre com um nível de audiência bastante significativo. Seu personagem se mostrava simpático, didático e tinha o objetivo de trazer assuntos complicados para as crianças, como por exemplo, a morte. Assim, “Um Lindo Dia na Vizinhança” foca em tornar Mister Rogers, vivido por Tom Hanks, como um Messias, mesmo que a história não seja focada nele. O protagonista maior é o jornalista Tom Junod (Matthew Rhys), que trabalha na revista Esquire e é designado a publicar uma reportagem sobre a personalidade de Rogers. Porém, essa investigação acaba virando uma jornada de auto descoberta para Junod, que ao mesmo tempo, precisa encarar mudanças na sua vida, a começar por cuidar do seu filho recém-nascido.

Superação – O Milagre da Fé (Crítica)

ultimatodobacon.com Se você reclama que as produções religiosas invadem o cinema brasileiro, saiba que nos Estados Unidos, isso é levado à décima potência. Pode se ver pelo número de filmes que saem anualmente, e pelo fato, de nos últimos anos, atores de renome estão sendo convencidos de participarem de tal proposta. A maioria dessas histórias possui uma base fixa: Retratar um fato verídico, que ajude na construção de uma identidade rápida. Nisso, embarcamos na história de “Superação: O Milagre da Fé” , que foca sua atenção na vida de John Smith (Marcel Ruiz), um menino de 14 anos, que ao brincar com seus amigos, acaba sofrendo um acidente, que o leva a se afogar no lago St. Louis, no estado do Missouri. Porém, não se trata de um afogamento simples. O lago possui uma superfície congelada, que acaba cedendo, fazendo com que o garoto caia e fique por 15 minutos afogado. Ao ser resgatado, John é levado, imediatamente ao hospital, e sobrevive, de forma milagrosa. O plot

1917 (Crítica)

campinas.com.br Nos dias de hoje, muitos filmes tem sido criticados pela utilização da computação gráfica, transformando sua história de forma menos humana, e mais "gameficada". Apesar de parecer algo do mesmo, Sam Mandes consegue, em "1917", utilizar uma aparência mais simuladora, remetendo-nos a utilização de capacete de realidade virtual. Mas indo direto ao filme, "1917", segue a história de dois cabos britânicos, Schofiled (George MacKay) e Blake (Dean Charles Chapman), que precisa atravessar as linhas inimigas, para a entrega de uma mensagem, informando a proximidade de um iminente ataque, para outra divisão dos ingleses. O roteiro não traz nada tão surpreendente, mas a forma como é encenado mostra-se a grande força do filme. Tirando todo a glória do lado técnico, teríamos apenas uma história de dois soldados, que saem de um ponto A para o B. Se concentrando mais no elenco, é interessante a utilização de grandes nomes como Colin Firth

Judy: Muito Além do Arco-Íris (Crítica)

abroadwayeaqui.com.br Judy Garland possuiu uma carreira bastante complicada, durante o auge de Hollywood. Trabalhando como atriz e cantora, Judy teve uma vida única, que impressiona não ter sido adaptada para o cinema, até o momento. Chegou a hora! “Judy: Muito Além do Arco-Íris” tem como maior trunfo para se destacar das cinebiografias convencionais, a brilhante atuação de Renée Zellweger. O filme se passa em 1968, quando Judy Garland reside na Inglaterra, durante uma série de concertos. Naquele momento, se passaram 30 anos, desde o momento em que a atriz se destacou como a personagem Dorothy em “O Mágico de Oz” . A partir daí, a carreira de Judy passou por altos e baixos, resultando nela diversas memórias de sua infância, a qual foi perdida pelos compromissos da artista. E para aumentar sua crise, a atriz se vê cada vez mais cobrada pelos seus compromissos profissionais, o que acaba distanciando a mesma de seus filhos. O enredo procura focar na fase onde Judy est

Democracia em Vertigem (Crítica)

g1.globo.com O Brasil sempre passou por momentos de polarização, em sua história. Porém, nada se compara com o que vem acontecendo, na política nacional, desde 2013, a partir dos protestos populares contra o aumento do preço das passagens de ônibus, em todo o Brasil, que se espalharam para outras reivindicações, como o combate à corrupção, ao alto custo de vida no país, e a alta dos impostos. Agrava-se a esse conflito todo, o fato das eleições presidenciais de 2014 terem sido marcadas por mais uma vitória da, então presidente, Dilma Rousseff, mas com uma margem mínima de diferença para seu principal opositor, Aécio Neves. Nesse momento, percebemos que a luta, nas ruas, não era apenas “pelos vinte centavos”. Com isso, a oposição ao governo foi tomando força, resultando num longo processo de impeachment , somado a prisão do ex-presidente Lula, dois anos depois, acusado de corrupção e impedido de disputar a corrida eleitoral para presidência, em 2018. Assim, toda essa tu

O Caso Richard Jewell (Crítica)

protocoloxp.com.br Clint Eastwood poderia, muito bem, se juntar a nomes como Zack Snyder ( “Watchmen” ) e Christopher Nolan ( “A Origem” ), no grupo de diretores amados por uns, odiado por outros. E, mais uma vez, ele traz uma narrativa, que para muitos, pode ser magnífica, mas que para outros, se trata de um clichê barato. Em  “O Caso Richard Jewell” , Eastwood tenta fazer com que o espectador volte no tempo, e se situe em Atlanta, no ano de 1996, em pleno atentado, durante as Olimpíadas. Claramente, o objetivo do diretor, nesse filme, foi mostrar como as autoridades e, principalmente, a mídia, podem ser cruéis em incriminar alguém, mesmo que não possua provas contra tal ser. E nisso, acompanhamos a vida de Richard Jewell (Paul Water Hauser), um homem que tem um único objetivo: Ajudar ao próximo, cumprindo, fielmente, a lei. Durante as Olimpíadas, ele acaba conseguindo um serviço como segurança, durante um show, no Centennial Park. Nisso, durante seu expediente, el

Fora de Série (Crítica)

adorocinema.com Pode parecer, à primeira vista, mais um filme clássico de jovens nerds americanos, que, antes de irem para a faculdade, querem promover uma festa de despedida, com intuito de praticarem sexo. Porém, aqui em “Fora de Série” , temos uma diferença, marcada pelo roteiro comandado por mulheres, que dão uma nova visão para esse tema. A atriz Olivia Wilde estreia, como diretora, apostando numa história focada na amizade de duas adolescentes, que, ao final do ensino médio, decidem se aproveitar numa última festa, já que passaram esse tempo todo, focadas nos estudos. Apesar de ser um tema já desgastado, Wilde consegue fugir dos estereótipos, trazendo um elenco mais real do que os que formam as paródias clássicas. Cada personagem, até mesmo os coadjuvantes, possui uma personalidade própria. Mas voltando as protagonistas, temos, primeiramente, Molly (Beanie Feldstein), uma líder estudantil, feminista, que sonha em ocupar um lugar importante em sua carreira. Para iss

Cadê Você, Bernadette? (Crítica)

premiereline.com.br Esse filme poderia ser resumido como a história de uma mulher, que perdeu sua identidade, ao longo do tempo, e agora se vê em um tempo de se redescobrir, mesmo com a pressão do dia a dia. Mais precisamente, o enredo foca em Bernadette (Cate Blanchett), cujo passado trouxe desesperança a si mesma. Bernadette é casada com Elgie (Billy Crudup), um executivo que trabalha na Microsoft e está crescendo em sua carreira. Isso fez com que a família saísse de Los Angeles, e fosse viver em Seattle. O casal também tem uma filha, Bee (Emma Nelson), cuja presença provoca na mãe uma sensação de preocupação constante, ao mesmo tempo em que Bernadette tenta fugir das obrigações sociais. Esse lado de aversão às pessoas até que poderia afastar o público da protagonista, entretanto, o fato de ser interpretada pela maravilhosa Cate Blanchett, traz um mínimo de empatia para a personagem, desde o início. Algo que se não existisse, colocaria todo o filme a perder. A direç

Adoráveis Mulheres (Crítica)

adorocinema.com Após o sucesso de “Lady Bird: A Hora de Voar” (2017), Greta Gerwig tenta se firmar como um grande nome da direção atual. E ela deu mais um passo para esse objetivo, trazendo a nova versão do livro “Adoráveis Mulheres” , escrito por Louisa May Alcott, publicado em 1868. Gerwig também roteirizou o filme, que busca estabelecer um olhar mais atual para a história, que foca no amadurecimento de quatro irmãs, muito diferentes uma das outras, que vivem nos Estados Unidos, em plena Guerra Civil. Um grande acerto da diretora, sem dúvida, foi em adaptar, de maneira aceitável, a principal crítica ao livro, que foca em transformar o casamento como o objetivo primordial na vida de uma mulher. Mais louvável ainda foi Greta, além de mudar essa parte da narrativa, conseguir fazer com que tal alteração não prejudicasse a essência da história. O filme é contado pela perspectiva de Jo March (Saoirse Ronan), mas com boas participações de suas irmãs, representadas por Em

Atlantique (Crítica)

olhardigital.com.br “Atlantique” , nada mais, é que um retrato social inserido num mundo imaginado, pela diretora Mati Diop, retomando a ideia de cinema fantástico. Nesse gênero, a cineasta procura explorar, ao máximo, os recursos visuais e sonoros, de forma tão presente, que nada se assemelha ao que costumamos ver no cinema americano e europeu. E isso é o grande acerto de “Atlantique” . Porém, a obra se apropria muito de vícios de narrativa, em que o texto não combina em nada com a experiência visual e sensorial proposta. O começo do filme, mais precisamente em sua primeira meia hora, é muito promissor. A história promete nos trazer caminhos, aparentemente desconhecidos, mas que com o passar do tempo, acabam se transformando numa trama confusa e difícil de aceitar. O início é forte, ao carregar um romance proibido, porém o que é mostrado paralelamente, não acrescenta nada, mesmo que a inserção fantástica dos espíritos dos mortos possa parecer interessante. Tudo o que es

Perdi Meu Corpo (Crítica)

entreterse.com.br/ A primeira cena de “Perdi Meu Corpo” promete uma proposta bastante esquisita, com o foco em uma pessoa tendo a mão decepada. E essa é a aposta do diretor, Jerémy Clapin, para o seu primeiro filme. Simplesmente, contar a história de um rapaz que perde a mão, ligada a uma “outra mão que se perde”. Até mesmo por esse plot, não se trata de uma animação convencional. Além disso, a narrativa é dividida em três momentos distintos, mostrando pequenas ramificações. Porém, cada uma tem sua importância para o todo. A animação, que foi premiada em Cannes, não se preocupa muito com o seu traço. O mais importante é contar uma boa história, capaz de atingir nós, meros espectadores, de maneira certeira e cause o mínimo de empatia. Interessante também é o fato das três narrativas contadas nos provocarem sensações distintas. A vida do garoto apaixonado, Naofel, é vista como o “amor impossível”. As aventuras da “mãozinha” imprimem a noção de surrealismo e, de vez em

As Golpistas (Crítica)

observatoriodocinema.bol.uol.com.br O dia a dia de um homem que trabalha no Wall Street, geralmente, é irregular, mas que sempre termina com a sua ida ao clube de strip-tease, para se divertir. Assim, se vivia a economia americana, até 2008, quando a crise econômica veio. Com isso, parte a premissa de “As Golpistas” , que mostra como um grupo de strippers teve que se virar para continuar seu sustento. Baseado na publicação divulgada pela New York Magazine , “As Golpistas” explica como funcionou essa adaptação para um grupo de mulheres, num mundo moralmente questionável. Os olhos do espectador são conduzidos por Destiny (Constance Wu), que trocou o Queens por Wall Street, em busca de uma vida melhor. Assim, ela começa a trabalhar num bar de strippers, onde é comandada por Ramona (Jennifer Lopez), construindo, aos poucos, uma química entre mestre e aprendiz. Indo para o lado mais técnico, Lorene Scafaria é responsável pelo roteiro e direção do longa, que tenta aprovei

Frozen II (Crítica)

oquartonerd.com.br Após sete anos, vindo de um sucesso de crítica e público, “Frozen II” chega aos cinemas. Apesar da longa espera dos fãs do primeiro filme por sua sequência, a história se passa apenas três anos após os eventos anteriores. Porém, o foco ainda é na rainha Elsa, que está, nos últimos dias, ouvindo uma voz misteriosa a lhe chamar. E nessa jornada de autodescoberta, ela acaba evocando espíritos malignos, que irão colocar o reino de Arendelle em perigo. Para resolver tal dilema, é necessário que Elsa corra para Floresta Encantada, lar de uma tribo vizinha, os Northhuldros, onde foi criada uma neblina mágica que alimenta a paz na região. Assim, Elsa, Anna, Kristoff e Olaf decidem embarcar nessa jornada, em uma terra desconhecida, para descobrir o que tanto perturba os espíritos, ao mesmo tempo em que questionamentos sobre o passado de cada personagem vêm à tona. Essa premissa faz com que o filme tenha um começo bastante promissor. Muito disso, pelo fato d

Ford v Ferrari (Crítica)

zint.online James Mangold é um diretor muito inconstante em sua carreira, pois, de vez em quando, ele faz filmes lamentáveis, como também guarda, em sua filmografia, longas eternos. Talvez, pela primeira vez, Mangold entregue um projeto simples e correto, que não se encaixe em nenhuma dessas duas categorias. “Ford v Ferrari” conta a história de como a Ford, uma montadora norte-americana, em plenos anos 60, conseguiu se destacar no mercado, batendo a famosa marca italiana Ferrari, que naquele momento, mantinha o monopólio de vendas. Para conseguir tal proeza, a Ford começou a investir em corridas automobilísticas, tendo como chefe desse projeto, o ex-piloto Carroll Shelby (Matt Damon), agora atuando como projetista. Para dirigir, a aposta é em Ken Miles (Christian Bale), um excelente piloto, mas que conta com uma personalidade forte. E nessa batalha de Davi contra Golias, onde a Ford é composta por “sonhadores corretos” e a Ferrari por “malvados que só pensam no dinhe