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Esse
filme poderia ser resumido como a história de uma mulher, que perdeu sua
identidade, ao longo do tempo, e agora se vê em um tempo de se redescobrir,
mesmo com a pressão do dia a dia. Mais precisamente, o enredo foca em
Bernadette (Cate Blanchett), cujo passado trouxe desesperança a si mesma.
Bernadette
é casada com Elgie (Billy Crudup), um executivo que trabalha na Microsoft e
está crescendo em sua carreira. Isso fez com que a família saísse de Los
Angeles, e fosse viver em Seattle. O casal também tem uma filha, Bee (Emma
Nelson), cuja presença provoca na mãe uma sensação de preocupação constante, ao
mesmo tempo em que Bernadette tenta fugir das obrigações sociais.
Esse
lado de aversão às pessoas até que poderia afastar o público da protagonista,
entretanto, o fato de ser interpretada pela maravilhosa Cate Blanchett, traz um
mínimo de empatia para a personagem, desde o início. Algo que se não existisse,
colocaria todo o filme a perder.
A
direção do longa fica nas mãos de Richard Linklater (“Boyhood: Da Infância à Juventude”), que sabe trabalhar com o
aspecto família, como se pode ver na dinâmica do trio que forma a família Fox.
Mesmo que cada personagem possua uma personalidade diferente, vemos que
Linklater sabe explorar o lado humano deles, fazendo com que a história, apesar
de contar um protagonista forte, não prejudique seus coadjuvantes.
Voltando
a personagem vivida por Blanchett, seus medos recorrentes influenciam em todas
as suas escolhas. Tudo é jogado para sua responsabilidade, e isso é percebido
na atuação.
Embora
tenha uma “barriga” no meio da história, o filme possui três atos bem
definidos. Linklater consegue comandar uma direção de arte simples e concisa,
que permite vermos as reações da protagonista, até mesmo vinculadas a “bagunça”
que vive sua casa.
O
elenco secundário também tem sua chance de mostrar um bom serviço,
especialmente nas atuações de Laurence Fishburne, Kristen Wiig, e da novata
Emma Nelson. Em especial esta última, que, como filha da protagonista,
participa de todas as reviravoltas da trama, sendo parte importantíssima nas
decisões da mãe.
Mesmo
que o segundo ato se arraste demais, como já mencionado, “Cadê Você, Bernadette?” faz bem, jogando suas fichas no que tem de
melhor: uma protagonista forte, interpretada por uma atriz mais forte ainda. E
isso, já se mostra um grande acerto.
Classificação: Ótimo (4 de 5 Estrelas)
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