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Mostrando postagens de dezembro, 2018

O Retorno de Mary Poppins (Crítica)

observatoriodocinema.bol.uol.com.br Julie Andrews encantou o mundo em 1964, na adaptação do conto da australiana P.L Travers, em um filme da Disney. Muitos classificam "Mary Poppins" como algo grandioso, misturando músicas marcantes, pessoas reais e animações. Após 50 anos, a Disney permanece em querer remontar o clássico, como uma sequência do primeiro filme, se passando 20 anos depois. Para isso, o papel da protagonista fica neste momento a cargo de Emily Blunt. Agora a história foca em Michael e Jane Banks (Ben Whishan e Emily Mortimer), as crianças que viram Mary Poppins na primeira versão em 1964 e que agora são adultos. Michael Banks tem dois filhos, e perdeu a esposa recentemente, sua irmã tenta ajudá-lo como pode, mas ela parece está no filme apenas para fazer par romântico com Jack (Lin-Manuel Miranda), o acendedor de poste, que na primeira versão era interpretado por Dick Van Dyke. O enredo é muito simples e cheio de lições intermináveis de mor

Tully (Crítica)

theaustralian.com.au A questão da maternidade vai se tornando um assunto recorrente na carreira do diretor Jason Reitman e do roteirista Diablo Cody, que já haviam mostrado o tema, anteriormente, focando mais na questão da adolescência, em “Juno” (2007). Já em “Tully” , a aposta fica em explorar a vida de Marlo (Charlize Theron), uma mulher que está prestes a dar a luz ao seu terceiro filho. Ela se vê em uma encruzilhada, pois a cada dia que passa, não consegue suportar mais a pressão de cuidar dos filhos e das tarefas domésticas do dia a dia. Vendo isso, seu irmão sugere a contratação de uma babá, para que Marlo e seu marido consigam ter uma noite de sono produtiva. Mesmo que a princípio reticente, Marlo acaba cedendo a um momento de desespero e liga para Tully (Mackenzie Davis). Ao passar do tempo, Marlo acaba encontrando na jovem, um espelho de sua personalidade, redescobrindo um lado seu, até então apagado. E nisso, Cody, em seu roteiro, aproveita para explorar belíss

Um Lugar Silencioso (Crítica)

geeksaw.com.br Apesar de ser mais reconhecido por “The Office” , o ator John Krasinski já havia estrelado outras produções, como “13 Horas” , ao lado do diretor Michael Bay. E a partir dali, os dois criaram uma forte amizade, que resultou numa ideia de um roteiro para um drama de uma família, que tenta sobreviver a um ambiente, no qual, qualquer barulho pode os levar à morte. “Um Lugar Silencioso” , terceiro longa dirigido por Krasinski, foca na vida da família Abbot, que possui o objetivo de fazer o mínimo de barulho possível. Para isso, eles andam pela sua fazenda até o mercado, pisando em uma trilha de areia, na ponta dos pés e se utilizam da Linguagem de Sinais para se comunicar, já que qualquer mínimo ruído pode atrair uma ameaça, que já dizimou o resto da população da região. Aqui, Krasinski aposta num cenário de terror com muitos sustos, mas não tão “gore”. O mais bacana para o espectador, que acompanha o filme, é o sentido de empatia e compartilhamento de sentimen

A Esposa (Crítica)

g1.globo.com “A Esposa” é o exemplo clássico de um filme comum, que tem uma história simples e nada edificante, mas que cresce com uma grande atuação, que nesse caso é Glenn Close. Aqui, Close entrega uma personagem magnífica e explosiva, utilizando-se da luta do feminismo, que cresce bastante nos últimos anos. A história do filme foca no casal Joan e Joe Castleman (Close e Jonathan Pryce). Ele é um escritor bem sucedido e aclamado, e ela, aos olhos da sociedade, é apenas a esposa. Entretanto, quando Joe está prestes a ganhar o Nobel de Literatura, a relação chega ao estopim. O longa foca nos momentos chaves da vida do casal, utilizando-se também de flashbacks , para mostrar o porquê da personalidade de cada um dos dois. Vemos como eles se conheceram, onde ele era um professor casado e ela, uma estudante sonhadora. Isso bate em cheio com o pensamento dela atual, de que se arrepende do caminho que trilhou ao lado do marido, como uma mera esposa, largando de vez sua carrei

Ilha dos Cachorros (Crítica)

cosmonerd.com.br Wes Anderson sempre se caracterizou pelo seu lado mais “hipster” , se comparado a outros grandes nomes da direção. E esse fundamento não falta no seu mais novo lançamento, “Ilha de Cachorros” , que está indicado ao Globo de Ouro, nas categorias de Melhor Trilha Sonora e Melhor Animação, podendo também aparecer no Oscar. Aqui, Anderson procura homenagear o Japão, partindo com o objetivo de referenciar, ao máximo, Osamu Tezuka. Essa animação tem como base, abordar temas como guerra e cibertecnologia. A história é centrada em Atari, um menino que deseja encontrar seu cachorro, que está vivendo perdido em um lixão, na cidade de Megasaki, onde todos os animais foram exilados, a ordem do governo, para o combate a uma epidemia misteriosa, que acabou atingindo a metrópole. Além de se tratar de uma animação 2D, o filme se utiliza bastante de flashbacks e hipertextos, lembrando até um pouco a figura do Astroboy de Tezuka. Comparando com histórias anteriores de Wes

Roma (2018) - Crítica

metrojornal.com.br O diretor mexicano mais popular do cinema mundial, Alfonso Cuarón, autor de sucessos como “Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban” , “Filhos da Esperança” e “Gravidade” , aposta agora numa narrativa um pouco mais pessoal. “Roma” , sua mais recente obra, lançada pela Netflix, traz uma experiência um pouco mais intimista e afetuosa, apesar de tratar de temas, aparentemente, trágicos, mas de forma singela, principalmente por utilizar-se de uma fotografia em preto e branco. Neste último quesito, o destaque fica por conta de Emmanuel Lubezki ( “O Regresso” ). Para quem conhece a trajetória pessoal de Cuarón, “Roma” pode ser classificado como uma espécie de autobiografia sua, contando a relação de duas empregadas, de origem indígena, que trabalham em uma família de classe média. Essas domésticas, imediatamente, se correlacionam com as mesmas que ajudaram no processo de infância vivido pelo diretor. Apesar de duas empregadas, a história foca em uma em e

The Ballad Of Buster Scruggs (Crítica)

filmcomment.com “The Ballad Of Buster Scruggs” é a mais recente obra dos Irmãos Coen. Num formato que se assemelha mais a uma série de TV, o filme nada mais é que uma coletânea de esquetes vividas num faroeste distante, passando por temas já trabalhados pela dupla de diretores anteriormente. O que une essas esquetes é a perspectiva única sobre a morte. Aqui podemos ver todas as características presentes na carreira dos diretores. Comédia, musical, temas mais obscuros, apelo maior para a atuação, roteiros simples e fotografia impecável. Outro fator que está bastante atuante em todas as esquetes é o cenário, ambientado no Velho Oeste. O primeiro conto, que acaba levando o nome do filme, trata-se de um musical de comédia, onde o foco está no ator Tim Blake Nelson, que vive um assassino frio e engraçado que desenvolve inúmeras maneiras de manusear sua pistola, utilizando-se de sua fanfarronice com um estilo bastante próprio. Diferente dos contos que viriam a seguir, aqui há

Aquaman (Crítica)

cinemacomrapadura.com.br Para o público geral, e principalmente para aqueles que não consomem tanto o mundo das HQs, o Aquaman sempre foi um herói secundário, visto como um alívio cômico, que não possuía tanta profundidade a ser buscada. Isso mudou bastante pela recente fase do personagem nas mãos do quadrinista brasileiro Ivan Reis, e pelo diretor Zack Snyder que modificou o ideal do herói loiro, em um brutamonte por completo na pele do ator Jason Momoa. E quem achava que não dava para unir essas duas visões, entre o brega e a mitologia, pode se preparar, pois o mais recente longa do mundo dos super-heróis, dirigido por James Wan, consegue desvirtuar de tudo já visto anteriormente no Universo Cinematográfico DC. “Aquaman” se caracteriza por uma mistura de cores e criaturas como plano de fundo de uma batalha, que envolve monstros gigantes em baixo d’água. O roteiro, para muitos simples, abraça de vez o lado ridículo do personagem, utilizando-se do visual como maior ponto

Podres de Ricos (Crítica)

i0.wp.com A maior surpresa dos indicados ao Globo de Ouro 2019, sem dúvida, foi “Podres de Ricos” . Mas o espanto não é só com a indicação, antes mesmo, o mundo já passou a olhar a produção, com outros olhos, pela sua bilheteria, que contou com um faturamento girando em torno dos 230 milhões de dólares, bem acima do valor da produção que custou cerca de 30 milhões. Apesar de barato, o filme não poupa nem um centavo para nos mostrar o primeiro mundo, aonde a história irá se passar. A começar por Londres, onde vemos duas mulheres asiáticas que são tratadas por extremo preconceito, mas que conseguem contornar a situação, onde uma delas consegue telefonar para um amigo que a ajuda a comprar o local. Em seguida, corta-se para Nova York, em um tempo futuro, onde Nick Young (Henry Golding), o menino que acompanhava as duas senhoras na primeira cena, já com vinte e poucos anos, rico e de bem com sua namorada. Assim, Nick se permite a convidar a amada para o casamento de seu mel

22 de Julho (Crítica)

cineset.com.br O filme “22 de Julho” chega como um dos postulantes ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, mais pela grife de seu diretor, Paul Greengrass, conhecido da franquia Bourne e de clássicos como Domingo Sangrento e Voo United 93 , por trazer um tipo de cinema mais imersivo, explorando bem ação e drama, do que pela própria qualidade de sua produção. Em “22 de Julho” , Greengrass apostou em recriar um ataque de um militante de extrema direita que ocasionou 77 mortos e em torno de 200 feridos na Noruega, abalando toda a comunidade europeia. A explicação para o atentado nada mais é que a diversidade de povos e idiomas no atual país, despertando uma revolta gigantesca da extrema direita. Assim, Greengrass aposta no convencional. O primeiro ato do longa traz toda a reconstituição do ataque, deixando para segunda metade do filme as consequências do ato, finalizando com o julgamento. Tudo isso em duas perspectivas, de um lado o monstro (Anders Danielsen Lie), que com

Infiltrado na Klan (Crítica)

http://ep02.epimg.net Pode até parecer impossível de ter acontecido, mas os fatos mostrados no novo longa de Spike Lee, “Infiltrado na Klan” , tratam-se de situações verídicas. O filme conta a história de Ron Stallworth (John David Washington), um policial negro que acabou conseguindo se infiltrar na Ku Klux Klan. Mas como ele conseguiu tal proeza? Simples, ele se comunicava com o grupo extremista, através de conversas telefônicas. Quando fosse solicitado sua presença nas reuniões, ele enviava o parceiro Flip Zimmerman (Adam Driver), para assumir sua identidade falsa. A história se passa nos anos 70, e até mesmo por isso, Spike Lee homenageia muito bem a “Blacksplotation” , movimento cinematográfico negro americano que surgiu nesta década, onde começaríamos a ver mais diretores e atores negros nas grandes produções. A fotografia e o humor, características marcantes de tal gênero, são muito referenciados. E isso é um grande acerto do filme, pois transforma o tom em algo ma