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Para o público geral, e
principalmente para aqueles que não consomem tanto o mundo das HQs, o Aquaman
sempre foi um herói secundário, visto como um alívio cômico, que não possuía
tanta profundidade a ser buscada. Isso mudou bastante pela recente fase do
personagem nas mãos do quadrinista brasileiro Ivan Reis, e pelo diretor Zack
Snyder que modificou o ideal do herói loiro, em um brutamonte por completo na
pele do ator Jason Momoa.
E quem achava que não dava
para unir essas duas visões, entre o brega e a mitologia, pode se preparar,
pois o mais recente longa do mundo dos super-heróis, dirigido por James Wan,
consegue desvirtuar de tudo já visto anteriormente no Universo Cinematográfico
DC.
“Aquaman” se
caracteriza por uma mistura de cores e criaturas como plano de fundo de uma
batalha, que envolve monstros gigantes em baixo d’água. O roteiro, para muitos
simples, abraça de vez o lado ridículo do personagem, utilizando-se do visual
como maior ponto positivo, somado a uma direção inspiradora por parte do
australiano James Wan.
O diretor não quer apenas
apresentar nosso herói, mas também toda a mitologia por trás dele, dando uma
ênfase maior ao Reino de Atlântida. Arthur Curry (Jason Momoa), filho da Rainha
Atlanna (Nicole Kidman) com o pescador Thomas Curry (Temuera Morrison), precisa
recuperar o trono para evitar uma guerra, provocada pelo seu irmão Orm (Patrick
Wilson), entre os reinos subaquáticos e a superfície.
A principio, relutante pela
missão, Arthur necessita ser convencido por seu par romântico, Mera, vivida
pela atriz Amber Heard. E aqui, talvez esteja o maior erro do longa, já que a
dupla é responsável pelo lado cômico do filme e não consegue entregar o
prometido. A relação dos dois que era pra ser algo engraçado, acaba se
transformando em algo muito constrangedor e que se estende por todo 2º ato,
atrasando um pouco o andamento do filme.
O mundo aquático, por outro
lado, é lindo, dando uma sensação bastante épica, algo não tão comum a um filme
de herói solo. Talvez, “Aquaman” deva
ser o filme do gênero super-herói mais bonito já feito, pois o mesmo não tem
vergonha em ser brega e nem exagerado, criando um universo bastante rico e
único.
Agora, os maiores acertos do
filme, sem dúvida, são os vilões. A começar por Patrick Wilson, que consegue
incorporar um tom perfeito para seu Orm, ou melhor, Mestre dos Mares, vivendo
um irmão que deseja vingança para recuperar o trono, que na sua perspectiva, é
seu por direito. Além do Mestre dos Mares, quem rouba a cena na parte vilanesca
do filme é o Arraia Negra, vivido por Yayha Abdul Mateen, que culpa Arthur
Curry pela morte de seu pai e jura vingança.
Apesar de alguns diálogos
que envolvem um humor forçado, e um uso errado do CGI, muitas vezes, James Wan,
em “Aquaman”, consegue criar um filme
de super-herói bastante particular, que não tem vergonha de rir do próprio
ridículo, assumindo a identidade do herói, levando ao público a diversão. Mesmo
não sendo uma tarefa tão difícil, “Aquaman”,
sem dúvida, é o melhor filme do Universo Cinematográfico da DC até o momento.
Vamos ver se a DC Filmes
consegue manter o nível.
Classificação:
Bom (4 de 5 estrelas)
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