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“The
Ballad Of Buster Scruggs” é a mais recente obra dos Irmãos Coen.
Num formato que se assemelha mais a uma série de TV, o filme nada mais é que uma coletânea
de esquetes vividas num faroeste distante, passando por temas já trabalhados
pela dupla de diretores anteriormente. O que une essas esquetes é a perspectiva
única sobre a morte.
Aqui podemos ver todas as
características presentes na carreira dos diretores. Comédia, musical, temas mais
obscuros, apelo maior para a atuação, roteiros simples e fotografia impecável.
Outro fator que está bastante atuante em todas as esquetes é o cenário,
ambientado no Velho Oeste.
O primeiro conto, que acaba
levando o nome do filme, trata-se de um musical de comédia, onde o foco está no
ator Tim Blake Nelson, que vive um assassino frio e engraçado que desenvolve
inúmeras maneiras de manusear sua pistola, utilizando-se de sua fanfarronice
com um estilo bastante próprio. Diferente dos contos que viriam a seguir, aqui
há um otimismo na perspectiva contada sobre a morte.
Logo em seguida temos a
história intitulada “Near Algodones”,
onde vemos o personagem vivido por James Franco, num enredo um pouco mais
melancólico do que o anterior. A partir de agora, o filme aposta em abordar a
morte de uma maneira mais imprudente, como consequência do isolamento, da
loucura ou até mesmo do azar.
A terceira esquete é
estrelada por Liam Neeson, que vive o diretor de uma peça itinerante que é
protagonizada por um único homem, que não conta com seus braços nem pernas.
Quem vive tal personagem é o ator Harry Meeling, que viveu Duda Murlsey, o
primo malvado de Harry Potter.
Logo em seguida temos “All Gold Canyon”, onde é explorada a
relação entre natureza e o homem, que neste caso é vivido por Tom Waits, que
carrega consigo a ganância. Aqui, os irmãos Coen aproveitam para trazer uma
maior assinatura na questão fotográfica do filme.
O penúltimo, e melhor conto
na opinião de quem vos fala, conta a história de uma mulher solitária que
embarca numa caravana para o oeste. Lá ela acaba encontrando um aliado,
trata-se de um cachorro que a ajuda a encontrar uma direção para um futuro, que
na sua perspectiva é carregado pelas incertezas. Certamente, esta esquete
poderia ser trabalhada em um único longa.
Para encerrar, “The Ballad Of Buster Scruggs” traz um
história simples, onde vemos cinco viajantes conversando dentro de uma
carruagem. Nesse diálogo é possível perceber uma densidade particular
misturando com algo místico e enigmático, pois não sabemos o ponto de chegada
dos passageiros.
Resumindo, aqui vemos uma obra
que acertou em cheio, ao ser lançada no streaming, ao invés das telonas do cinema.
Há uma personalidade bastante específica, que não sei se caberia para uma
grande aposta para as telonas.
Mesmo não sendo um filme
inesquecível, e nem de longe a melhor obra dos Irmãos Coen, ainda assim é
possível perceber uma grandiosidade nas narrativas, atuações e, principalmente,
na fotografia. Trata-se de uma surpresa bastante agradável.
Classificação:
Bom (4 de 5 estrelas)
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