Pular para o conteúdo principal

Frozen II (Crítica)

oquartonerd.com.br

Após sete anos, vindo de um sucesso de crítica e público, “Frozen II” chega aos cinemas.

Apesar da longa espera dos fãs do primeiro filme por sua sequência, a história se passa apenas três anos após os eventos anteriores. Porém, o foco ainda é na rainha Elsa, que está, nos últimos dias, ouvindo uma voz misteriosa a lhe chamar. E nessa jornada de autodescoberta, ela acaba evocando espíritos malignos, que irão colocar o reino de Arendelle em perigo.

Para resolver tal dilema, é necessário que Elsa corra para Floresta Encantada, lar de uma tribo vizinha, os Northhuldros, onde foi criada uma neblina mágica que alimenta a paz na região. Assim, Elsa, Anna, Kristoff e Olaf decidem embarcar nessa jornada, em uma terra desconhecida, para descobrir o que tanto perturba os espíritos, ao mesmo tempo em que questionamentos sobre o passado de cada personagem vêm à tona.

Essa premissa faz com que o filme tenha um começo bastante promissor. Muito disso, pelo fato de trabalhar com temas como relação da natureza e o homem, além do equilíbrio espiritual. Mas a Disney destrói o prometido, “ocidentalizando” demais o lado místico, apostando numa narrativa mais sutil.

Sem contar na infinidade de personagens, conceitos e subtramas que são jogadas de qualquer maneira na história, e não são nem um pouco trabalhadas. Não há emoção neste filme, e até mesmo o ritmo da narrativa torna tudo truncado, e de difícil entendimento, inclusive para os adultos.

A ausência de um vilão, o que poderia ser um acerto e uma saída da mesmice, prejudica o filme, pois ele não sabe trazer um antagonismo que nos faça questionar as situações. Os arcos dos personagens possuem desfechos óbvios, desde o início.

O roteiro também sofre em sua duração. Uma hora e quarenta minutos é muito pouco para desenvolver essa quantidade de informação. Para piorar, há várias cenas desnecessárias, que poderiam cortar uns vinte minutos de trama.

Outro problema está no protagonismo dado a Elsa. Não que a personagem seja ruim, muito pelo contrário, mas essa aposta ousada em dar exclusividade de tempo a sua história prejudica demais Anna. Anna é uma personagem que começa o filme e termina da mesma forma, não há nenhuma mudança de caráter.

Embora a história não cumpra o propósito, a animação em si é brilhante. As sequências musicais permanecem magníficas, onde com certeza, algumas delas serão sucesso de visualizações no Youtube, assim como aconteceu no filme passado.

O resultado de tudo isso é um filme de difícil entendimento, que aposta no lado técnico e nas canções, e no brilhantismo do longa anterior, para que o público vá ao cinema.


Classificação: Ruim (2 de 5 Estrelas)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Artemis Fowl: O Mundo Secreto (Crítica)

canaltech.com.br A Disney quer, por que quer, trazer uma franquia nova, focada no misticismo. Depois de “Uma Dobra no Tempo” (2018), a aposta está em  “Artemis Fowl: O Mundo Secreto” . Mas o problema persiste. Com a assinatura de Kenneth Branagh, a obra tenta adaptar os dois primeiros volumes da famosa série literária, escrita por Eoin Colfer. O filme parte da história de Artemis Fowl (Ferdia Shaw), um garoto de 12 anos, muito inteligente (pelo menos, é o que filme tenta nos contar), que acaba descobrindo um segredo da sua família, e precisa embarcar numa jornada mágica. A maior falha, sem dúvida, está na premissa. O garoto, protagonista, não demonstra, em momento algum, sua habilidade na arte criminal. Ao invés disso, o longa prefere apostar na imagem, deixando o texto de lado. E antes, que alguém venha defender esse tipo de proposta, temos que lembrar que o cinema é formado pelo estabelecimento de uma linguagem orgânica, entre imagem e qualquer outra coisa, for...

Freaks: Um de Nós (Netflix) - Crítica

deveserisso.com.br A Netflix parece querer mesmo construir sua própria franquia de super heróis. E a aposta do momento está em “Freaks: Um de Nós” . A “bola da vez” começa sua história de um close, onde é mostrado um olhar amedrontado, que provoca curiosidade ao espectador. A partir daí, somos convidados a seguir a caminhada de Wendy (Cornelia Gröschel), que possui uma vida simples, ao lado de sua família, e com seu trabalho estressante em um restaurante, onde sonha ganhar uma promoção. Porém, tudo muda quando um morador de rua a aborda, dizendo que sua vida pode ser mais do que aquilo. Independente da boa premissa, o filme muda de pauta, rapidamente. Resolvendo apostar numa metáfora, de que o uso de remédios impede o verdadeiro potencial de todos nós. Para piorar a situação, joga-se, sem muita explicação, várias referências aos quadrinhos e a mitologia grega, que não acrescenta em nada a trama, já confusa. Acentuando, ainda mais, seus erros, o longa alemão busca misturar u...

A Caminho da Lua (Netflix) - Crítica

liberal.com.br Após o grande sucesso de “Klaus” (2019), a Netflix resolveu, de vez, apostar em animações. O projeto do momento trata-se de “A Caminho da Lua” , que foca na perda e na própria aceitação, como os seus temas principais. Uma questão, que se deve ressaltar, é que essa animação é focada, prioritariamente, nas crianças. Portanto, não vá assistir “como um adulto”, pois a decepção pode ser grande. Outra característica é a utilização excessiva de canções, em formatos de esquete, que para quem não curta tanto o gênero Musical, pode incomodar. A premissa parte da história de Fei Fei, uma garota que, desde pequena, acredita no mito, contado pelo seus pais, sobre a Deusa da Lua. No meio disso, a menina perde sua mãe, e tenta, ao máximo, conservar sua crença como um símbolo, desse laço maternal. No meio disso, com o passar dos anos, seu pai pretende se casar novamente, assim, Fei Fei acaba ganhando um “irmão mais novo”, que se torna o responsável pelo lado cômico do filme. Nesse come...