Pular para o conteúdo principal

Homem-Aranha: Sem Volta para Casa (Crítica)

news.sky.com

Tom Holland vive, certamente, um Homem-Aranha em construção. Pegando apenas seus filmes solo, temos, no primeiro, a apresentação de um jovem tendo que lidar com seus poderes e a meta de se tornar um Vingador, concomitantemente com sua vida escolar. No segundo, ele precisa enfrentar o luto, após perder seu mentor, Tony Stark (Robert Downey Jr.).


Curiosamente, a nova aventura começa a partir do fim da anterior, onde o mundo descobre a identidade secreta do herói. Tendo que lidar com a responsabilidade de proteger sua Tia, May (Marisa Tomei), e seus amigos, é que se começa o plot de “Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa”.


Dito isso, é importante ressaltar que, aqui, temos um “terceiro ato” da caminhada do Peter Parker do MCU, por isso é importantíssimo que se tenha todo o contexto. Além da jornada de amadurecimento de Parker, o longa também é um ponto interessante para o Marvel Studios, se analisado com calma, já que agora, estamos, totalmente, calçados na fantasia, longe do “realismo” imposto no primeiro filme do MCU, o “Homem de Ferro”, de 2008.


O roteiro, do filme da vez, nos convida a retomarmos a jornada de Peter. Ao lado de seu melhor amigo, Ned (Jacob Batalon), e sua namorada, MJ (Zendaya), ele procura a ajuda do Doutor Estranho (Benedict Cumberbatch). Parker pede ao mago para que apague da memória, de “algumas pessoas”, a sua identidade como Homem-Aranha. Apesar de um plot bem infantil, e que pelos trailers não fazia o menor sentido, ele acaba se explicado pelo tom cartunesco, que ronda toda a trama.


Embora, em alguns momentos, se perceba que o roteiro passa do limite, e constrói soluções simplórias. Doutor Estranho, por exemplo, é claramente uma peça do roteiro, apenas de escada para Peter. Isso é ruim? Não, exatamente. Entretanto, algumas justificativas são pobres, em termos de criatividade.


Mesmo assim, a aventura, especialmente, a partir de seu segundo ato, ganha corpo e dá peso as decisões de seus personagens, especialmente as do protagonista. O que é bom lembrar era algo que faltava, nos longas anteriores.


Aqui, temos uma jornada mais urgente para o Peter, o que obriga a ele extravasar toda sua dor e tomar decisões difíceis, e com peso em suas consequências. Sem dúvida, é o melhor filme de Holland como o Teioso. Ele brilha tanto na comédia, quanto no drama.


“Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa”, no geral, pode até errar, em alguns momentos, no seu didatismo, porém quando o longa abraça o seu lado mais nostálgico e sentimental, ele cresce e esbanja sensações positivas, que, certamente, serão memoráveis na cabeça de muitos.



Nota: ⭐⭐⭐⭐ (Ótimo)

Comentários

  1. Amei o filme pelas sequências das surpresas que emocionaram , o resgate dos heróis anteriores foi espetacular. Particularmente não sou muito fã desse Homem-Aranha do Tom, mas num contexto geral foi bem. O roteiro sempre fica a desejar, mas valeu aguardar o filme.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Artemis Fowl: O Mundo Secreto (Crítica)

canaltech.com.br A Disney quer, por que quer, trazer uma franquia nova, focada no misticismo. Depois de “Uma Dobra no Tempo” (2018), a aposta está em  “Artemis Fowl: O Mundo Secreto” . Mas o problema persiste. Com a assinatura de Kenneth Branagh, a obra tenta adaptar os dois primeiros volumes da famosa série literária, escrita por Eoin Colfer. O filme parte da história de Artemis Fowl (Ferdia Shaw), um garoto de 12 anos, muito inteligente (pelo menos, é o que filme tenta nos contar), que acaba descobrindo um segredo da sua família, e precisa embarcar numa jornada mágica. A maior falha, sem dúvida, está na premissa. O garoto, protagonista, não demonstra, em momento algum, sua habilidade na arte criminal. Ao invés disso, o longa prefere apostar na imagem, deixando o texto de lado. E antes, que alguém venha defender esse tipo de proposta, temos que lembrar que o cinema é formado pelo estabelecimento de uma linguagem orgânica, entre imagem e qualquer outra coisa, for...

Freaks: Um de Nós (Netflix) - Crítica

deveserisso.com.br A Netflix parece querer mesmo construir sua própria franquia de super heróis. E a aposta do momento está em “Freaks: Um de Nós” . A “bola da vez” começa sua história de um close, onde é mostrado um olhar amedrontado, que provoca curiosidade ao espectador. A partir daí, somos convidados a seguir a caminhada de Wendy (Cornelia Gröschel), que possui uma vida simples, ao lado de sua família, e com seu trabalho estressante em um restaurante, onde sonha ganhar uma promoção. Porém, tudo muda quando um morador de rua a aborda, dizendo que sua vida pode ser mais do que aquilo. Independente da boa premissa, o filme muda de pauta, rapidamente. Resolvendo apostar numa metáfora, de que o uso de remédios impede o verdadeiro potencial de todos nós. Para piorar a situação, joga-se, sem muita explicação, várias referências aos quadrinhos e a mitologia grega, que não acrescenta em nada a trama, já confusa. Acentuando, ainda mais, seus erros, o longa alemão busca misturar u...

A Caminho da Lua (Netflix) - Crítica

liberal.com.br Após o grande sucesso de “Klaus” (2019), a Netflix resolveu, de vez, apostar em animações. O projeto do momento trata-se de “A Caminho da Lua” , que foca na perda e na própria aceitação, como os seus temas principais. Uma questão, que se deve ressaltar, é que essa animação é focada, prioritariamente, nas crianças. Portanto, não vá assistir “como um adulto”, pois a decepção pode ser grande. Outra característica é a utilização excessiva de canções, em formatos de esquete, que para quem não curta tanto o gênero Musical, pode incomodar. A premissa parte da história de Fei Fei, uma garota que, desde pequena, acredita no mito, contado pelo seus pais, sobre a Deusa da Lua. No meio disso, a menina perde sua mãe, e tenta, ao máximo, conservar sua crença como um símbolo, desse laço maternal. No meio disso, com o passar dos anos, seu pai pretende se casar novamente, assim, Fei Fei acaba ganhando um “irmão mais novo”, que se torna o responsável pelo lado cômico do filme. Nesse come...