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O mundo dos ricos sempre foi
algo que despertou curiosidade. Revistas famosas vivem de mostrar tanto o luxo
das grandes fortunas, quanto tabloides que focam na vida pessoal de famílias bilionárias.
Abrindo mais o leque,
podemos encontrar também exemplos de “grandes casas”, que acabaram se perdendo
em suas fortunas, motivadas pela inveja e luta por dinheiro/status. Muitos de
seus integrantes nem conseguem manter uma conversa tranquila, após declínio.
Esse mundo conturbado da alta
sociedade mostrava-se ser o prato perfeito para Ridley Scott, um dos diretores
mais cínicos da história. Seu segundo projeto lançado em 2021, “Casa Gucci”
conta um elenco estelar, inseridos numa sátira, que envolve, além da riqueza, o
poder corrompido e a ganância de personagens, sem a menor índole.
Scott é um realizador que nunca
foi de rodeios. Suas histórias sempre foram direto ao ponto.
A história da vez começa com
Patrizia (Lady Gaga) conhecendo e, posteriormente, casando-se com Maurizio
Gucci (Adam Driver), herdeiro de uma das grifes de mais sucesso, na história. A
partir disso, Patrizia começa a desfrutar da riqueza, e, aos poucos, vai
traçando um plano, que envolve sua mente, por longo de todo o filme, de 2 horas
e 38 minutos.
Bem no início da trama,
vemos também Maurizio conhecendo mais a amada. Isso é retratado como uma tentativa
de humanizar seu personagem, mostrando que ele é o único que pode conviver em
ambas as classes. Porém, tudo muda quando Aldo (Al Pacino), tio de Maurizio, vê
no sobrinho a oportunidade de garantir total controle na marca Gucci, quando
Rodolfo (Jeremy Irons), seu irmão, está nos últimos dias de vida.
Portanto, a chave principal
da trama é a luta pelo poder.
Toda a produção é
concentrada nas atuações. Gaga, de maneira consciente, procura o maior exagero
possível para sua Patrizia. Isso atrapalha bastante na tentativa de dar peso a
personagem, porém, no terceiro ato, ela, ainda sim, mostra uma performance com
algum alcance emocional.
Driver não surpreende muito.
Ele se mostra equilibrado, focando no lado mais quieto de Maurizio, mas também ignorante.
O que até eleva um pouco a interpretação, na segunda metade, quando o
personagem é mais requisitado.
Outros destaques, embora por
motivos diferentes, estão nas interpretações de Al Pacino e Jared Leto. Apesar
de interpretarem personagens de natureza ridícula, o Aldo de Pacino funciona
melhor para o roteiro, e suas ações são mais importantes para a trama.
Já Leto, vai para o caminho
ao contrário, não causando nenhuma empatia, sem humanidade no seu personagem. O
texto de seu Paolo, filho de Aldo, até que tem potencial, ao retratar um homem cego pela própria
ambição, porém o tom cômico escolhido por Leto é o pior possível.
No geral, “Casa Gucci” parece
que nem que tem um diretor de atores, para o bem e para o mal. Se de positivo,
temos uma Gaga se divertindo e um Driver entregando o necessário, por outro
lado, temos um Al Pacino apenas esforçado e um Leto perdido.
Ou seja, o exagero é o que
eleva, mas também o que atrapalha “Casa Gucci”. Desequilibrada, deva ser
o melhor adjetivo para essa produção.
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