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Existem histórias que,
claramente, são difíceis de falhar, pelo menos em trama. “King Richard:
Criando Campeãs”, cinebiografia de Richard Williams, pai das irmãs, estrelas
do tênis, Venus e Serena Williams, é a velha receita da obra esportiva, que dificilmente
frusta.
Tendo como objetivo contar a
trajetória, em meio as dificuldades, de um pai que quer o melhor para suas
filhas, outros temas rondam sua história principal. Temos aqui, além da
superação, drama familiar, combate ao preconceito e muito mais. Soma-se a um
Will Smith determinado a levar o Oscar de Melhor Ator, isso tudo faz com que “King
Richard”, embora tenha uma fórmula, funcione.
Dando um pouco de contexto,
para quem não conhece a história de Richard Williams, ele foi considerado, pela
mídia, como um pai ambicioso, que levava suas filhas ao extremo, com o intuito
de transformá-las em lendas. E bem ou mal, Venus se tornou a primeira negra a
liderar o Ranking Mundial de Tênis, e Serena, talvez, já possa ser considerada
a melhor jogadora de todos os tempos, tendo vencido 23 torneios Grand Slams, em
sua carreira.
O início do filme nos dá a
ambientação de onde veio a família Williams. Residente de Compton, em Los
Angeles, nos anos 90, Richard sempre teve que proteger suas garotas do local,
cercado por violência policial e tráfico de drogas. Além do mais, Richard e
suas cinco filhas sempre sonharam em entrar no mundo do Tênis, mesmo que ele
seja ocupado, naquele momento, por uma maioria branca e elitista.
Embora se parta de uma
história familiar, o protagonista é Richard, vivido por Will Smith. Ele é o
responsável direto pela ascensão das meninas, e sua postura pra baixo, sempre
com a cara triste, mostra o peso do mundo que carrega. Sem contar sua cabeça
dura, que causa inúmeros conflitos, durante a trama. Seu aspecto desagradável,
em alguns momentos, é o que desce e humaniza o personagem, embora questões
morais sejam jogadas e esquecidas, durante a trama.
Além do protagonista, o
elenco tem o destaque para a atuação de Aunjanue Ellis, como Brandi Williams, a
matriarca da família. Ainda que, no começo, sua personagem aparenta apenas ser “a
esposa que reclama” e é escada do marido, ela não cai na armadilha. Ellis
também atua como a mulher que protegerá suas filhas, acima de tudo, até mesmo
do pai exigente.
Embora a família Williams
seja composta por cinco filhas, o foco fica mesmo com a dupla mais famosa.
Saniyya Sidney, como Venus, e Demi Singleton, como Serena, impressionam
positivamente. Elas incorporam, inclusive no sentido físico, as duas tenistas.
Mesmo o centro de tudo ser na jornada do personagem de Will Smith, sem elas, tudo
poderia ir para o ralo.
Apesar de muitos acertos, o
filme também tem alguns pequenos deslizes. A começar pelo fator “Chapa Branca”.
Com Venus e Serena atuando também como produtoras da obra, o roteiro se mostra não
tão pesado e pouco desafiador. Um exemplo disso está numa mencionada fala, que
é exposta, mas não desenvolvida, onde descobrimos que Richard foi infiel para
sua esposa.
Porém, ainda falte um pouco
mais de ousadia e um questionamento maior ao protagonista, que se mostra,
sempre, como um homem com o mais absoluto controle da situação, “King
Richard: Criando Campeãs” é um filme correto, e acerta na maioria das
apostas, que se propõe.
Nota: ⭐⭐⭐⭐ (Ótimo)
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