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O ano de 1999 é considerado,
por muitos, o melhor da história do cinema. No meio de grandes lançamentos, tivemos
um, em particular, que revolucionou a forma de consumir essa arte, sendo
expandido para a vida real, ao nos fazer questionar o que é, e o que não é
realidade. A partir do domínio das máquinas, “Matrix” foi uma grande
analogia, que pode, inclusive, ser aplicada, até na atualidade, com o avanço rápido
da tecnologia.
Assim, por se tratar de um
tema atual, Hollywood viu uma grande oportunidade de reciclar mais uma franquia
conhecida. “Matrix Resurrections” chega aos cinemas, com a volta, na
direção, de Lana Wachowski, sem a irmã Lilly, que não quis retornar ao projeto.
O longa original já havia
contado com duas sequencias, anteriormente. “Matrix Reloaded” (2003)
apesar de seu tom ambicioso e inovador, não agradou tanto aos fãs. Mesmo assim,
tivemos mais uma tentativa com “Matrix Revolutions” (2003), porém sendo
massacrado pela crítica e público, já que abandonou, completamente, a filosofia
do original, e embarcou de cabeça, na ação.
“Resurrections”,
agora, tenta apostar numa nova visão, embora repetindo alguns aspectos do
original. A novidade fica por conta, por exemplo, do visual, onde a fotografia e
as cores utilizadas são muito diferentes. O filtro verde conhecido é trocado
por um tom mais azulado, por exemplo.
Na narrativa, temos um tom
mais cômico e uma escala menor. Trata-se de um blockbuster da nossa época, que
é até divertido, porém, para muitos, irá ser uma aventura descartável.
Abusando da metalinguagem,
somos convidados a retomar a história de Neo (Keanu Reeves), atuando agora como
um grande desenvolvedor de jogos, mas que reluta ao ser solicitado novas sequências
para sua franquia. Enquanto vive esse dilema, ele começa a se sentir não pertencente
ao mundo, em que habita. Buscando a realidade, Neo se vê, novamente, dentro da
Matrix. Porém, agora fica mais difícil e perigoso sair dali.
“Matrix Resurrections”
decide, então, apostar na autorreferência, para conectar o passado e o
presente. Se mostrando como uma verdadeira farofa dos próprios conceitos, sua
aposta, apesar de peculiar, se mostra acertada, por ter sido apresentada desde
o início.
As cenas de ação, uma grande
inovação do longa original de 1999, aqui, não surpreende tanto. A coreografia
das lutas e perseguições são satisfatórias, porém genéricas e não ficam na
memória. Os efeitos especiais idem.
De grande destaque mesmo, temos
o elenco. Keanu Reeves, apesar do visual preguiçoso, funciona. O grande acerto
fica para Carrie Anne-Moss, retornando como Trinity. Ela carrega o filme e sua
química com Reeves é inquestionável. Temos uma grande história de amor entre os
dois, no tom certeiro.
No geral, o retorno de Lana
Wachowski, a franquia, é saudoso, ainda que um pouco decepcionante. Isto, pela
sensação de que poderia ter sido algo maior. Ou seja, “Matrix Resurrections”
não é tão ruim, como as outras sequências, porém é, completamente, esquecível.
Nota: ⭐⭐⭐ (Ok)
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