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Sorte de Quem? (Netflix) – Crítica

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Nos minutos iniciais de “Sorte de Quem?”, podemos perceber que o diretor Charlie McDowell tinha o objetivo de homenagear o grande Alfred Hitchcock. A começar pela fotografia de Isiah Donté Lee, que de início acompanha o ator Jason Segel sentado, tomando suco, até quebrá-lo, antes de entrar na casa.


Logo, já nos tocamos se tratar de uma invasão. Porém, o invasor é surpreendido pelos donos da casa, interpretados por Jesse Plemons e Lily Collins. Assustado, o ladrão mantém os donos, como reféns. Após chegarem a um valor a ser entregue ao criminoso, eles precisam esperar, já que o dinheiro demorará dois dias para chegar, do banco.


Com apenas 90 minutos de duração, “Sorte de Quem?” tem um ritmo ágil, e consegue envolver o espectador aos poucos, sem pressa. Lembrando a direção dos irmãos Coen, o filme aposta na jornada de tensão e um pouco de comédia sarcástica, que ganha muito pela bela trilha sonora. Sobre esse envolvimento, vale ressaltar que as motivações do ladrão nunca são colocadas explicitamente, pedindo paciência e atenção ao espectador.


Já que estamos em um ambiente reduzido, o roteiro procura outras opções, para não empacar. Isso vemos, principalmente, no desenvolvimento dos personagens, que vão ganhando camadas, ao longo da história.


Apesar do roteiro redondo, o filme peca quando tenta inserir um quarto personagem, a trama. Ele entra e sai sem comprometer, porém há uma quebra na boa dinâmica entre o trio protagonista, que estava a ocorrer.


Mesmo assim, no fim das contas, “Sorte de Quem?”, apesar do baixo orçamento, entretém bem, muito pelas boas atuações e construções de personagens. Um suspense/comédia inteligente, com uma narrativa agradável, e que permite um bom resultado para a produção.



Nota: ⭐⭐⭐⭐ (Ótimo)

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