Pular para o conteúdo principal

Cyrano (Crítica)

bbc.com


Caro leitor, você consegue definir, em palavras, o que é o amor? Esse questionamento complexo, da humanidade, é a base da peça “Cyrano de Bergerac”, escrita por Edmond Rostand. Agora, ela ganha uma adaptação para o cinema.


Na história, conhecemos Cyrano (Peter Dinklage), um soldado e poeta, que esconde sua paixão por Roxanne (Haley Bennett), por vergonha de sua aparência. Ele acaba ajudando Christian (Kelvin Harrison), um outro homem, também apaixonado por Roxanne, escrevendo cartas de amor, assinadas com o nome de Christian.


A nova versão é dirigida por Joe Wright (“Orgulho e Preconceito”), e tem roteiro escrito por Erica Schmidt, esposa de Dinklage. Aqui, Schmidt busca modificar alguns elementos da obra principal, para dar originalidade em seu projeto. Uma dessas mudanças, por exemplo, é a troca do motivo para insegurança de Cyrano: Sai o enorme nariz do personagem clássico, e entra o nanismo.


Outra alteração é adaptar “Cyrano” para um musical. E talvez aqui, esteja o grande erro. Ainda que as músicas sejam bem marcantes, separadamente, elas empobrecem o roteiro, já que a montagem é confusa e parece não sincronizar os dois aspectos.


Mesmo assim, o filme ainda tem acertos. A começar pela escalação de Peter Dinklage, para viver o protagonista. O ator transita muito bem entre o drama e a comédia irônica, dois aspectos fundamentais do personagem.


Já a Roxanne, vivida por Haley Bennett, não é bem aproveitada pelo roteiro. Ela é colocada apenas como o par romântico, não sendo explorado sua personalidade, nem menos seus desejos. A personagem é superficial demais, ainda que Bennett se esforce.


No final, “Cyrano”, de Joe Wright, tem uma bela temática, que pode conquistar, principalmente, aqueles que não conhecem a obra original. Porém, sua execução carece de brilho e se mostra bem burocrática.



Nota: ⭐⭐⭐ (Ok)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Marcas da Maldição (Netflix) – Crítica

cinepop.com.br Mais de vinte anos, após a estreia de “A Bruxa de Blair” (1999), maior sucesso do gênero Terror com câmera na mão, a Netflix traz um novo filme com essa abordagem. O principal chamariz, para o longa dos anos 90, era a inauguração da onda de focar no uso de fitas abandonadas, com imagens de florestas assustador a s, onde habit avam maldições. Tentando retomar essa “ vibe” antiga, o diretor Kevin Ko lança seu “Marcas da Maldição” . O cineasta já é bastante conhecido, pelo talento de proporcionar “bons sustos” e criar uma atmosfera crescente, a partir de suas imagens. Em tela, é apresentado um ciclo, composto por pessoas curiosas, que se aproximam de lugares proibitivos, que acabam gerando situações amedrontadoras, como consequência as mesmas. Aqui, temos um grupo que tenta desmascarar casos sobrenaturais, para seu canal, no Youtube. Porém, eles acabam se envolvendo num ritual real, morrem e sobra apenas uma jovem mãe (Hsuan-yen Tsai), dos integrantes . ...

A Família Addams 2: Pé na Estrada (Crítica)

loucosporfilmes.net Só começar a música, que todos já começam a estalar os dedos. Nesse ritmo, chega, até nós, a sequência da animação de “A Família Addams” (2019), muito pelo sucesso desta primeira produção. Porém, o fator pandemia atrapalhou a MGM e Universal Pictures, na divulgação do longa. Mesmo depois de muita espera, “A Família Addams 2: Pé na Estrada” conseguiu chegar aos cinemas, e, infelizmente, não passa nem perto, em termos de qualidade, de seu antecessor. A aposta da vez foi colocar nossa adorável família viajando, pelos Estados Unidos. Pena, que toda essa tentativa de road movie familiar não tenha nada de memorável. Apesar de bons momentos, se pegos isolados, tudo fica inserido num grande remendo. Ao final da história, fica a sensação de que o trio de roteiristas (Dan Hernandez, Benji Samit e Ben Queen) achou que apenas a força de seus personagens já iria satisfazer o espectador. A principal característica da franquia, sem dúvida, é de colocar seus protag...

Beckett (Netflix) – Crítica

aodisseia.com Um velho artifício para se produzir uma história, que prenda o espectador do início ao fim, é escolher uma trama que envolva paranoia e teorias da conspiração. Nessa “vibe”, a Netflix aposta em “Beckett” , um thriller que promete. Beckett é o nome do protagonista, interpretado por John David Washington ( “Infiltrado na Klan” ), que está de férias com a namorada, April (Alicia Vikander), em Atenas, na Grécia. Durante a hospedagem, em um hotel, eles ficam sabendo de um protesto, que irá ocorrer próximo, e então decidem viajar, de carro, para o interior. Porém, durante o trajeto, o casal sofre um acidente. Beckett perde a esposa e ele acaba vendo um menino ruivo, antes de desacordar. Depois de ser resgatado, Beckett se vê caçado, sem saber o porquê, e precisa lutar para chegar à embaixada americana, em Atenas. A direção de “Beckett” é comandada por Ferdinando Cito Filomarino, e possui dois grandes arcos. O primeiro foca mais nas férias felizes do casal protagoni...