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Falcão e o Soldado Invernal (Disney+) – Crítica

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Mesmo se tratando de uma série de nicho, pois ainda estamos falando sobre o mundo dos super-heróis, “Falcão e o Soldado Invernal” foi um excelente passatempo, durante a pandemia.


Tendo que assumir a responsabilidade de vir depois de “WandaVision”, que subiu a exigência do público, a série conseguiu cumprir seu objetivo: Funcionar como um bom escape semanal. Mais do que isso, trouxe mensagens importantíssimas para o mundo em que vivemos.


Desde a segregação racial, até o sistema político fracassado, que não olha para os menos favorecidos, resultando em consequências graves, que atrapalham o dia a dia de todos. Tudo é uma peça no xadrez, sendo para o bem ou para o mal.


O grande destaque fica para a subversão do esperado. Se os trailers prometeram uma série de ação, na verdade, tivemos a oportunidade de conhecer melhor nossos heróis. Sam Wilson (Anthony Mackie) e Bucky Barnes (Sebastian Stan), personagens esses, meros coadjuvantes no MCU, até aqui.


É interessante vermos dois homens lidando com problemas diferentes. Começamos com Sam tentando conseguir um empréstimo, enquanto o Soldado Invernal procura se livrar de seus traumas. É um avanço ver a Marvel Studios voltar as suas origens, explorando mais o pessoal e o dia a dia de nossos heróis, de forma mais humana.


Mais do que isso, o uso maior dos civis e do impacto dos heróis, na vida deles. Ainda mais, de termos um herói negro em tempos de “Black Lives Matter”.


E mesmo com Bucky tendo sua importância, é louvável o destaque maior dado ao personagem de Anthony Mackie, que evolui e transmite uma mensagem importante. A série traz o mundo contemporâneo, num ano marcado por “George Floyd”, onde temos a “América” se distanciando dos negros.


Sam tem sua jornada enriquecida com a inserção de Isaiah Bradley, um homem negro, que ele conhece, que foi cobaia dos primeiros experimentos do “projeto Capitão América”. O embate dos dois pensamentos é rico.


Mesmo assim, não só de elogios vive “Falcão e Soldado Invernal”. Embora a série acerte, em cheio, na inserção de representatividade, a montagem é bem confusa. Tendo apenas seis episódios, a escolha de vários temas principais não foi a melhor. Para o último episódio, por exemplo, tínhamos as seguintes jornadas, para serem resolvidas, em apenas 50 minutos: Sam, Bucky, Isaiah Bradley, John Walker, Barão Zemo, Valentina, Sharon Carter e os Apátridas.


Todos eles foram inseridos aos poucos, mas deixados para serem finalizados, somente, no último capítulo. Talvez, se os finais pessoais fossem distribuídos, o saldo poderia ser melhor.


E mesmo que o último episódio tenha problemas de ritmo, o debate proposto no início, inserindo temas como imigração, fronteiras, refugiados, racismo, e muitas outras questões atuais, é o que precisa ser discutido. A função principal da Cultura Pop é essa.



Nota: ⭐⭐⭐⭐ (Ótimo)

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