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Minari (Crítica)

observatoriodocinema.uol.com.br

O diretor americano Lee Isaac Chung vem de uma família sul-coreana, que se mudou da Califórnia para Arkansas, nos EUA, em plena década de 80. “Minari”, seu mais recente projeto, nos convida a conhecer suas memórias de sua infância, em meio ao sonho americano de seus pais, contraposto as suas raízes.


O papel de Chung, na história, fica a cargo do garoto David (Alan Kim), que torna o nosso olhar, para as transformações da família, formada pela irmã mais velha Anne (Noel Cho), e seus pais, Monica (Yeri Han) e Jacob (Steven Yeun).


Um ponto interessante a se ressaltar é que a mudança não gera o mesmo efeito positivo a todos. As crianças, por exemplo, se sentem perdidas e a mãe não gosta, nem um pouco, do local. Diante dessa premissa, o filme começa mesmo quando a avó (Youn Yun-jung) chega para auxiliar a filha, no cuidado das crianças.


David é quem sofre o maior baque. Ele que tinha, em sua mente, uma visão de avó sendo uma senhora educada e culta, acaba se deparando com uma mulher empolgante, com uma linguagem pesada, e que não se importa com a opinião dos outros.


E muito está sendo dito sobre o elenco, por se tratar do maior destaque do longa. Yeun, que interpreta o pai Jacob, encarna bem o papel do pai obcecado no trabalho, para a manutenção do bem-estar da família, ao mesmo tempo que precisa lidar com o casamento, que vai mal.


Essa obsessão de Jacob, a simpatia da avó, a impaciência de Monica com a nova vida, e o lado perdido de David são apenas alguns dos elementos da trama. Tudo isso, em volto de um belíssimo visual, que traz uma carga interessante, na questão de imigração, tão explorada, nos últimos anos.


Nessa questão da imigração, ainda que pareça se mostrar válida, talvez seja o único problema do filme. Embora, o elogio venha pela coragem de expor o tema, a execução é meio superficial. O preconceito vem no máximo, em comentários inocentes, na boca de crianças locais.


Mas no todo, Chung consegue revisitar e apresentar a sua infância, transportando bem o espectador para sua visão. Apesar de não ter um grande momento, a bela fotografia, a correta execução e a sensibilidade do diretor, em alguns aspectos, possuem mérito.



Nota: 🌟🌟🌟🌟 (Ótimo)

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