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Enola Holmes (Netflix) – Crítica

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Joseph Campbell concebeu o conceito mais batido da “história da criação de histórias”, a famosa “Jornada do Heroi”. Nela, temos um protagonista saindo da sua “zona de conforto”, em busca de algo, que acaba lhe trazendo um amadurecimento em sua vida, que se resolve com sua “volta pra casa”.

 

Essa explicação bate em cheio com o roteiro de “Enola Holmes”, nova produção Netflix, estrelada por Millie Bobby Brown e Henry Cavill, dirigida por Harry Bradbeer, este último, mais conhecido por seu trabalho na série “Fleabag”.

 

O longa foca muito no estudo de personagem, onde Bobby Brown precisa encarnar Enola, uma garota com personalidade forte, e que conta com a arrogância clássica da família Holmes. Ainda que se destaque pela sua irritabilidade.

 

Uma característica, a se ressaltar, conhecida nas produções de Bradbeer, é o uso da quebra da quarta parede, que começa bem, mesmo que ao longo do filme se perca, tornando-se muitas vezes cansativo.

 

Porém, voltando aos acertos, a trilha sonora, comandada por Daniel Pemberton (“Aves de Rapina”), consegue dar o ar de investigação, que o Universo Holmes pede, sem perder a essência da protagonista, que ao contrário do irmão, é mais agitada.

 

Outro ponto a se ressaltar, além da jornada de amadurecimento de Enola, é o seu embate com os irmãos Mycroft (Sam Claflin) e Sherlock (Cavill). O primeiro não gosta do comportamento da garota, e tenta “educá-la como uma dama”, já o segundo não dá muita atenção a irmã mais nova.

 

Para completar essa família excêntrica, temos a personagem de Helena Bonham Carter, que funciona como a matriarca da família, que aparece poucas vezes, mas não menos importante, trazendo questões que voltam, lá na frente. Para Enola, ela funciona como a mãe, que educou a menina, para que seja independente, sabendo se defender sozinha.

 

Tendo que lidar com o desaparecimento da mãe, a protagonista, que dá nome ao filme, precisa enfrentar o clássico embate entre o velho e o atual.

 

Apesar de funcionar bem, “Enola Holmes” não traz nada de novo, tendo como alvo o público infantil. Caso você seja fã do Universo Sherlock, e procura uma boa história de investigação, fuja!

 


Nota: 🌟🌟🌟 (Ok)

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