Pular para o conteúdo principal

A Mulher na Janela (Netflix) – Crítica

uol.com.br

O melhor de “A Mulher na Janela”, original Netflix, se concentra nos seus trinta primeiros minutos, mais precisamente, quando Amy Adams e Julianne Moore compartilham um diálogo, entre duas vizinhas, dando esperanças ao público, de que o diretor Joe Wright conseguirá entregar um belo trabalho.


Nessa sequência, o espectador é convidado a desconfiar da situação, principalmente pelo fato de Wright ser mestre, em criar tensão. Porém, tudo acaba, quando o filme não avança.


É bom salientar ao mais desavisado, que a produção do longa foi bastante conturbada. O projeto tinha estreia prevista para os cinemas, em 2019, mas foi adiado e transferido para o streaming, após recepção negativa, em suas sessões teste.


Entretanto, essas revisões não adiantaram, em nada. O roteiro de Tracy Letts é pífio, e nem mesmo um diretor experiente, ou um elenco de peso, com Amy Adams e Gary Oldman, salvam o desastre.


O plot envolve Anna, uma mulher com agorafobia, interpretada por Adams, que passa o dia espionando seus vizinhos. O começo de “A Mulher na Janela” é a melhor parte do filme, onde promete-se um suspense, de alto nível, envolvendo um suposto assassinato, testemunhado por uma protagonista não-confiável.


Porém, erra-se ao enfatizar a confusão da protagonista, pois isso distancia, ao máximo, o espectador dela. E, até mesmo, as reviravoltas promovidas são irrelevantes.


Assim, o maior plot-twist de “A Mulher na Janela” é o fato de como o roteiro desperdiça seu elenco talentoso, e entrega um final desastroso. Fica o sentimento de pena para Amy Adams, que entrega mais uma bela atuação, e para a direção de Wright, que oferece um bom suspense, pelo menos, no primeiro ato.


E para coroar a síntese do desperdício extremo, o espectador, após se deparar com revelações “duvidosas”, vê “A Mulher na Janela” encerrar de maneira bizarra.



Nota: ⭐⭐ (Ruim)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Marcas da Maldição (Netflix) – Crítica

cinepop.com.br Mais de vinte anos, após a estreia de “A Bruxa de Blair” (1999), maior sucesso do gênero Terror com câmera na mão, a Netflix traz um novo filme com essa abordagem. O principal chamariz, para o longa dos anos 90, era a inauguração da onda de focar no uso de fitas abandonadas, com imagens de florestas assustador a s, onde habit avam maldições. Tentando retomar essa “ vibe” antiga, o diretor Kevin Ko lança seu “Marcas da Maldição” . O cineasta já é bastante conhecido, pelo talento de proporcionar “bons sustos” e criar uma atmosfera crescente, a partir de suas imagens. Em tela, é apresentado um ciclo, composto por pessoas curiosas, que se aproximam de lugares proibitivos, que acabam gerando situações amedrontadoras, como consequência as mesmas. Aqui, temos um grupo que tenta desmascarar casos sobrenaturais, para seu canal, no Youtube. Porém, eles acabam se envolvendo num ritual real, morrem e sobra apenas uma jovem mãe (Hsuan-yen Tsai), dos integrantes . ...

A Família Addams 2: Pé na Estrada (Crítica)

loucosporfilmes.net Só começar a música, que todos já começam a estalar os dedos. Nesse ritmo, chega, até nós, a sequência da animação de “A Família Addams” (2019), muito pelo sucesso desta primeira produção. Porém, o fator pandemia atrapalhou a MGM e Universal Pictures, na divulgação do longa. Mesmo depois de muita espera, “A Família Addams 2: Pé na Estrada” conseguiu chegar aos cinemas, e, infelizmente, não passa nem perto, em termos de qualidade, de seu antecessor. A aposta da vez foi colocar nossa adorável família viajando, pelos Estados Unidos. Pena, que toda essa tentativa de road movie familiar não tenha nada de memorável. Apesar de bons momentos, se pegos isolados, tudo fica inserido num grande remendo. Ao final da história, fica a sensação de que o trio de roteiristas (Dan Hernandez, Benji Samit e Ben Queen) achou que apenas a força de seus personagens já iria satisfazer o espectador. A principal característica da franquia, sem dúvida, é de colocar seus protag...

Beckett (Netflix) – Crítica

aodisseia.com Um velho artifício para se produzir uma história, que prenda o espectador do início ao fim, é escolher uma trama que envolva paranoia e teorias da conspiração. Nessa “vibe”, a Netflix aposta em “Beckett” , um thriller que promete. Beckett é o nome do protagonista, interpretado por John David Washington ( “Infiltrado na Klan” ), que está de férias com a namorada, April (Alicia Vikander), em Atenas, na Grécia. Durante a hospedagem, em um hotel, eles ficam sabendo de um protesto, que irá ocorrer próximo, e então decidem viajar, de carro, para o interior. Porém, durante o trajeto, o casal sofre um acidente. Beckett perde a esposa e ele acaba vendo um menino ruivo, antes de desacordar. Depois de ser resgatado, Beckett se vê caçado, sem saber o porquê, e precisa lutar para chegar à embaixada americana, em Atenas. A direção de “Beckett” é comandada por Ferdinando Cito Filomarino, e possui dois grandes arcos. O primeiro foca mais nas férias felizes do casal protagoni...