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Denis Villeneuve, apesar de
seus detratores, é um diretor de carreira impecável, pelo menos para os
críticos. Isso pode ser bem exemplificado pela bela filmografia, que conta com “Os Suspeitos” (2013), “Sicario: Terra de Ninguém” (2015),
“A Chegada” (2016) e “Blade Runner 2049” (2017). Mas nada disso
pode ser comparado, pelo menos em termos de aposta, como a sua adaptação de “Duna”,
da obra original de Frank Herbert.
O filme da vez traz as
telonas a grande história de Herbert, que pode se dizer que moldou a Ficção
Científica, a partir de 1965, data de seu lançamento, e deu origem a vários “filhos”,
entre eles “Star Wars”, por exemplo.
Porém seu ritmo cadenciado,
no livro, era a grande expectativa do longa da vez, em aliar um cineasta
inovador a uma obra que precisava de rapidez, pelo menos na sua adaptação.
Mesmo não funcionando
completamente, ainda assim, o longa tem suas qualidades. O primeiro ato
apresenta bem seu plot, onde conhecemos Duke Leto Atreides (Oscar Isaac),
o novo governante do planeta Arrakis, também chamado de Duna, lugar em que todo
o Universo visita, em busca de uma especiaria rara, chamada Melange.
Dentro desse contexto, vemos
a influencia tanto positiva, quanto negativa, da família Atreides, na região. Negativa
pela inveja gerada a outras famílias, em meio a um conturbado jogo político.
Encabeçando essa lista de “inimigos”,
temos o Barão Vladimir Harkonnen (Stellan Skarsgard), primo de Leto Atreides,
que está organizando um golpe de estado, para tomar o trono. Entretanto, todo
esse seu background é mais conhecido para quem é conhecedor da obra, já que o
filme não o explora muito.
Mas voltando aos acertos,
felizmente, a família Atreides é bem colocada. A começar pelo filme sempre
situar o filho de Leto, Paul Atreides (Timothée Chalamet), como o centro de
tudo, em volta de uma profecia, que o garante como o salvador. Para ajudá-lo em
cena, temos sua mãe, Lady Jessica (Rebecca Ferguson), que atrela o misticismo a
trama, em meio ao peso de sua responsabilidade por ter dado luz ao “Messias”.
Desde sua divulgação, o
diretor Denis Villeneuve sempre reforçou que essa seria a primeira etapa de uma
grande jornada, focando apenas no capítulo inicial da obra original. Isso faz
com que o filme se resuma apenas a apresentação do cenário e dos personagens,
mesmo que foque bastante no seu verdadeiro protagonista: Timothée Chalamet.
O ator, em ascensão na
carreira, implementa camadas interessantes no seu personagem. Seu talento, aqui,
é visto, muito pelo seu mergulho pessoal em Paul Atreides, revelando dores particulares
e o peso nos seus ombros. Chalamet se mostra como a escolha perfeita para Paul.
Além dele, o elenco também
conta com outros talentos. Mesmo com pouco tempo de cena, cada um mostra força
na atuação. Destaque para Oscar Isaac e Rebecca Ferguson que brilham, como os
pais/mentores de Paul.
Nos aspectos técnicos, nada
a se reclamar. A fotografia de Greig Fraser é impecável e o design de produção
de Patrice Vermette é 100% fiel a obra original. A trilha sonora, não precisa
nem comentar, pois Hans Zimmer, mais uma vez, brilha.
Entretanto, volta o grande
problema do filme, em não aliar essa técnica apurada com um desenvolvimento de
arco condizente. O roteiro, que talvez seja o principal, também escrito por Villeneuve, até cria a atmosfera
épica pedida, porém o ritmo é muito cadenciado, e não imerge, completamente, o
espectador. A sensação de não está indo a lugar algum prejudica a experiência.
No geral, “Duna” é um
filme inesquecível, e Villeneuve mantém o bom nível de sua carreira, porém seu
ritmo frusta, o que não era o ideal para uma obra tão rica.
Nota: ⭐⭐⭐ (Ok)
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