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Para quem é da geração millenials,
que abraça pessoas entre 25 e 40 anos, certamente, se identificará muito com
Julie (Renate Reinsve), protagonista do novo filme de Joachim Trier, “A Pior
Pessoa do Mundo”. O diretor, aqui, procura focar em quatro anos, na vida de
uma jovem mulher, que passa por inúmeros momentos, de dor a alegria, seja nas
questões familiares, amorosas e até profissionais. Tudo isso, com o intuito de
achar a melhor composição de si mesma.
A grande força do longa norueguês
está na sua abordagem dinâmica e no seu ritmo ágil, apresentando pelo diretor.
Imprimindo uma narrativa
divertida, o longa nos coloca, rapidamente, dentro da história. Sua ideia de dividir
a trama em um prefácio, doze capítulos e um prólogo, permite que todos os
pontos chaves sejam tocados, colocando o julgamento de valor para o
espectador. O enredo é solto, e as ações da protagonista não são, diretamente,
condenadas, pois fica para nós, a opinião sobre tais escolhas.
Contemplando aos poucos, de forma
dinâmica, o narrador relata a transformação de Julie, desde a sua fase como
uma adolescente estudiosa, passando por sua formação em Psicologia, Fotografia,
até seu trabalho como atendente.
Ainda assim, a trama possui
um foco especial para os relacionamentos amorosos. Vemos todo o declínio do namoro
atual, com Askel (Anders Danielsen Lie), até o abrigo que ela encontrará com um
outro homem, Eivind (Herbert Nordrum), após apaixonar-se à primeira vista, por
ele.
A partir dessa nova
aventura, que ronda pela segunda metade da história, a narrativa desacelera e
colocar luz nos problemas, que fizeram o primeiro relacionamento não prosperar.
Ao contrário do primeiro marido, ela, perto dos 30 anos, precisava se
encontrar. Essa dúvida é, brilhantemente, colocada durante uma sequência, em
que Julie está numa viagem, com outros casais, formados pelos amigos de Askel.
Um capítulo, em especial, é o que mais chama atenção. No qual, se cria uma espécie de mistério sobre quem traiu quem, e quais os motivos para a relação ter se acabado.
Ainda assim, é importante
reforçar que o mais louvável, na caminhada de Julie, não é o fim, mas sim a jornada,
como um todo. Ela, apesar de ter chegado aos 30 anos, ainda se vê no direto de errar
e poder buscar novos desafios.
Ao fim, “A Pior Pessoa do
Mundo” se mostra uma linda comédia romântica, focada na evolução de uma
mulher moderna, que se fecha perfeitamente, ao som de “Águas de Março”,
de Antônio Carlos Jobim, sendo interpretada por Art Garfunkel.
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