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Flee (Crítica)

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O diretor dinamarquês Jonas Poher Rasmussen, sem dúvida, é criativo. Em “Flee”, ele adapta uma história real, de um homem traumatizado com o seu passado, por meio de uma animação.


Apesar de tratar de uma história real, o nome do protagonista é ocultado, por segurança. Apenas somos apresentados a um homem que decide contar suas memórias, mais precisamente para o que foi vivido em 1984, em Cabul, onde ele teve de passar por várias situações tensas. Desde sua descoberta sexual, em meio a fuga de seu país de origem, passando por inúmeras outras, em busca de um lar.


Fica claro, desde o início, que temos aqui, uma história contada, por conta da amizade do diretor e do nosso protagonista. Ambos são amigos, há muito tempo.


Amin (nome fictício apresentado), nosso protagonista, é um homem que está prestes a entrar no pós-doutorado, em Princeton, nos Estados Unidos, mas que nunca gostou muito de expor seu passado. Ele é um afegão, que mora, atualmente, na Dinamarca.


A partir daí, revemos seu passado, no Afeganistão, e sua relação com a família, que envolve o desaparecimento de seu pai até sua grande fuga. Nessa fuga, temos uma passagem sua por Moscou, onde ele precisa lidar com a decadência do regime comunista, belamente exemplificada pela chegada do McDonald’s, na Rússia.


Em meio as mudanças, entramos na mente de Amin. Mesmo tendo que lutar diariamente, fugindo de um lado para outro, ele permanece sonhando.


No final, “Flee” além de uma bonita apresentação de jornada pessoal, ainda nos dá uma ótima reflexão sobre as atuais políticas mundiais, e seu impacto diante o surgimento de uma guerra civil sem fim. Que gera traumas, naqueles que a vivem em meio, ou até aqueles que fugiram, mas ainda guardam memórias.



Nota: ⭐⭐⭐⭐⭐ (Excelente)

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