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James Bond é um personagem ícone na Cultura Pop, sem dúvida. Mas o que leva o fato dele não ser apenas mais um espião? Criado em 1953, o que faz ele permanecer no auge, até hoje? Por incrível que pareça, sua ação burocrática e tímida, talvez, seja a grande questão, independentemente da fase que estamos analisando.
Ao longo dos anos, o espião sempre conseguiu se reinventar. Prova disso, está no seu último intérprete, Daniel Craig, que incorporou a onda, em que o cinema de espionagem passa, nos últimos anos, apostando na jornada psicológica.
“Agente Oculto”, infelizmente, vai no oposto disso. A direção é de responsabilidade dos Irmãos Russo, que voltam ao gênero que os consagrou, lá em “Capitão América 2: O Soldado Invernal” (2014). Porém, ao contrário do longa do Marvel Studios, a aposta da vez, na Netflix, não consegue ir além, se mostrando apenas um filme genérico, com grandes estrelas.
Ryan Gosling é o nosso protagonista, Court Gentry, um ex-presidiário, que acaba tendo que trabalhar para a CIA, em troca da liberdade. Com o tempo, ele se torna um dos melhores agentes secretos do mundo, e agora precisará enfrentar uma conspiração dentro da própria organização, ao mesmo tempo, que tenta escapar de seu ex-amigo, Lloyd Hansen (Chris Evans), que, atualmente, age como mercenário. Para se salvar, ele contará com o auxílio de seu mentor, Donald Fitzroy (Billy Bob Thornton) e da espiã Dani Miranda (Ana de Armas).
O filme até que se inicia bem, deixando o espectador conectado, rapidamente. Porém, com o passar do tempo, a história, inspirada no romance homônimo de Mark Greaney, exagera no sentimentalismo, ao expor a ligação de Lloyd com Court.
Algo que não funciona, muito pelas escalações do herói e do vilão, respectivamente sendo interpretados por Gosling e Evans. O problema é que fica no espectador uma sensação de que os papéis estão trocados, pela frieza excessiva do protagonista, contrastada pelo carisma do vilão.
“Agente Oculto” é, na verdade, a síntese do desperdício. Outro grande exemplo disso, é a participação do brasileiro Wagner Moura, discreta e que poderia ser feita por qualquer outro ator, de pequeno gabarito.
Se a aposta fosse num escopo menor, daria até pra aceitar. Pena, que o filme conta com um grande elenco estelar, e efeitos visuais primários. Mesmo sendo o maior orçamento da história da Netflix. Só resta saber, pra onde foi esse dinheiro.
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