Pular para o conteúdo principal

Lobisomem na Noite (Disney+) – Crítica

hollywoodreporter.com

A fase 4 do MCU (Universo Cinematográfico da Marvel), sem dúvida, é o momento onde o Marvel Studios precisa se reinventar. Nisso, o estúdio aproveita para apostar em outros gêneros, uma mudança, que apesar de necessária, não vem agradando todos os fãs. Continuando a leva de apostas “diferentes”, chega ao Disney+, “Lobisomem na Noite”.


E talvez aqui, tenhamos a maior fuga da "Fórmula Marvel". Muito se cita “WandaVision”, como o grande divisor de águas, porém apesar da sua inovação, em seu primeiro ato, os últimos episódios retornam ao uso dos grandes efeitos visuais e a luta do bem contra o mal. Felizmente, “Lobisomem na Noite” mergulha no cinema dos anos 30, do início ao fim.


A direção do especial fica por conta do renomado compositor Michael Giacchino, que estreia na nova função. “Lobisomem na Noite” é diretamente inspirado nos filmes de horror dos anos 30, em especial aos clássicos monstros da Universal, como “Drácula” (1931), “Frankenstein” (1931), “A Múmia” (1932).


A fotografia, por exemplo, combina o preto e branco com marcas de cigarro, somado ao ruído, para emular a filmagem em película. Nisso, há maior plasticidade as lutas, tornando-as mais intensas. Sem o receio de censura, o sangue é altamente explorado, com cabeças perfuradas e braços decepados. A ação não chega a ser inovadora, porém obtém êxito, ao se aliar a trilha sonora, criando a tensão necessária.


Sobre a trama, o desenvolvimento dos personagens é básico. Giacchino sabe que o espectador está mais interessado na ação e no monstro principal, do que nas motivações dos humanos. Ainda sim, o elenco está ótimo, em especial Gabriel Garcia Bernal e Laura Donnelly que se destacam.


Giacchino poupa maiores apresentações, pois “Lobisomem na Noite” é um filme de monstros e acerta no principal, que é construir o momento ápice, dando sustentação até sua chegada.


Ao final, “Lobisomem na Noite” é um ótimo ponto de partida para a “Nova Marvel”. Um bom exercício de gênero, que apesar de não adicionar muita coisa, consegue estabelecer uma linguagem nova, saindo dos velhos clichês de qualquer Universo. Isso tudo, o torna especial.



Nota: ⭐⭐⭐⭐ (Ótimo)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Marcas da Maldição (Netflix) – Crítica

cinepop.com.br Mais de vinte anos, após a estreia de “A Bruxa de Blair” (1999), maior sucesso do gênero Terror com câmera na mão, a Netflix traz um novo filme com essa abordagem. O principal chamariz, para o longa dos anos 90, era a inauguração da onda de focar no uso de fitas abandonadas, com imagens de florestas assustador a s, onde habit avam maldições. Tentando retomar essa “ vibe” antiga, o diretor Kevin Ko lança seu “Marcas da Maldição” . O cineasta já é bastante conhecido, pelo talento de proporcionar “bons sustos” e criar uma atmosfera crescente, a partir de suas imagens. Em tela, é apresentado um ciclo, composto por pessoas curiosas, que se aproximam de lugares proibitivos, que acabam gerando situações amedrontadoras, como consequência as mesmas. Aqui, temos um grupo que tenta desmascarar casos sobrenaturais, para seu canal, no Youtube. Porém, eles acabam se envolvendo num ritual real, morrem e sobra apenas uma jovem mãe (Hsuan-yen Tsai), dos integrantes . ...

A Família Addams 2: Pé na Estrada (Crítica)

loucosporfilmes.net Só começar a música, que todos já começam a estalar os dedos. Nesse ritmo, chega, até nós, a sequência da animação de “A Família Addams” (2019), muito pelo sucesso desta primeira produção. Porém, o fator pandemia atrapalhou a MGM e Universal Pictures, na divulgação do longa. Mesmo depois de muita espera, “A Família Addams 2: Pé na Estrada” conseguiu chegar aos cinemas, e, infelizmente, não passa nem perto, em termos de qualidade, de seu antecessor. A aposta da vez foi colocar nossa adorável família viajando, pelos Estados Unidos. Pena, que toda essa tentativa de road movie familiar não tenha nada de memorável. Apesar de bons momentos, se pegos isolados, tudo fica inserido num grande remendo. Ao final da história, fica a sensação de que o trio de roteiristas (Dan Hernandez, Benji Samit e Ben Queen) achou que apenas a força de seus personagens já iria satisfazer o espectador. A principal característica da franquia, sem dúvida, é de colocar seus protag...

Beckett (Netflix) – Crítica

aodisseia.com Um velho artifício para se produzir uma história, que prenda o espectador do início ao fim, é escolher uma trama que envolva paranoia e teorias da conspiração. Nessa “vibe”, a Netflix aposta em “Beckett” , um thriller que promete. Beckett é o nome do protagonista, interpretado por John David Washington ( “Infiltrado na Klan” ), que está de férias com a namorada, April (Alicia Vikander), em Atenas, na Grécia. Durante a hospedagem, em um hotel, eles ficam sabendo de um protesto, que irá ocorrer próximo, e então decidem viajar, de carro, para o interior. Porém, durante o trajeto, o casal sofre um acidente. Beckett perde a esposa e ele acaba vendo um menino ruivo, antes de desacordar. Depois de ser resgatado, Beckett se vê caçado, sem saber o porquê, e precisa lutar para chegar à embaixada americana, em Atenas. A direção de “Beckett” é comandada por Ferdinando Cito Filomarino, e possui dois grandes arcos. O primeiro foca mais nas férias felizes do casal protagoni...