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Bohemian Rhapsody (Crítica)

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Está em cartaz nos cinemas, “Bohemian Rhapsody”, filme biográfico que foca na história de vida de Freddie Mercury, desde antes de sua carreira como músico, trabalhando em um aeroporto, até o grande show do Queen no Live Aid, considerado, por muitos, um dos maiores de todos os tempos.

Pra quem conhece a história real do biografado, vemos que a direção do longa não quis ir tão profundamente afundo na vida de Freddie em si. Deixando um pouco de lado a parte dos outros integrantes da banda, o filme foca mais na vivência familiar e nos excessos cometidos por Freddie. E é nos excessos que o filme derrapa.

O envolvimento com drogas, por exemplo, é mostrado de uma maneira muito novelesca, como se nenhum outro artista do Rock tivesse passado por tal problema. Além do que quase nada possui uma consequência direta. Tudo é visto de uma maneira leve. Os dois primeiros atos do filme erram bastante ao tentar mostrar que tudo dá certo, por incrível que pareça para a banda. O conflito mesmo só vem pra parte final do longa.

A homossexualidade de Freddie, tão debatida na internet recentemente, é utilizada da pior maneira possível. Pois ela entra no enredo no momento em que a vida do músico está indo de mal a pior, gerando pra quem está assistindo e não conhece tão bem a história, de que a grande culpada pelo envolvimento de Mercury com as drogas e decadência foi sua sexualidade.

O filme é muito convencional e quadrado, muito diferente inclusive da personalidade de Freddie Mercury. Só indo pra catarse nos momentos finais. Parece longas de TV dos anos 70.

A cronologia é outro grande problema. O Rock in Rio 85, assumido pelo próprio Queen, como um dos maiores shows da carreira da banda, maior mesmo até que o Live Aid é mostrado da maneira mais superficial possível, numa mera imagem de televisão, num momento errado da história da banda.

Mas nem só de contratempos vive o longa. Rami Malek manda muito bem na interpretação do protagonista, sua atuação vem de uma maneira muito natural. O problema vem por parte da direção que, em muitos momentos, fechando demais a câmera no personagem, tirando um pouco da sintonia com o personagem.

E pra fechar, o final rende outro grande erro: Pra que filmar de novo o show do Live Aid, se ele já existe? Sem contar que as tomadas utilizadas são as piores possíveis, lembrando um estádio do game FIFA. Tudo soa como artificial.

Resumindo, o filme funciona como uma obra prima para os fãs. Ótima trilha sonora, excelente fã-service, mas a história em si é muito prejudicada pela pobreza do roteiro.


Classificação: Regular (3 de 5 estrelas)

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