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Green Book (Crítica)

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A história se inicia em 1962, em Nova York, onde Tony Vallelonga (Viggo Mortensen) trabalha como segurança numa boate. Boate essa, que conta com excelente easter-egg, já que a mesma chama-se Copacabana, aquela mostrada em “Os Bons Companheiros” (1990).

E não só na boate que está a referência, Tony possui o estereótipo do encrenqueiro italiano, no sotaque e no seu jeito de falar. Por causa disso até, seus amigos apelidaram de Tony “Lip” (que em português significa Tony “Lábia”).

Funcionando como um gênio da música, Shirley (Mahershala Ali) entrará em uma turnê nacional, mas precisa de alguém que seja seu motorista particular, que saiba das leis e do preconceito sulista, que significa um alto risco para os negros. Com o eminente fechamento do Copacabana, Tony vê uma oportunidade de se apresentar para o cargo de motorista. A partir disso, “Green Book – O Guia” acaba virando um Road movie, envolvendo atitudes racistas e insensíveis.

Apesar do bom desempenho de Mortensen, quem rouba a cena mesmo é o brilhante Mahershala Ali. A fragilidade do personagem é mostrada de maneira linda, mostrando as hostilidades que o artista enfrenta durante a turnê, permitindo ao ator, momentos dignos de Oscar.

Mas o que mais surpreende em “Green Book – O Guia” é que o mesmo não se apoia exaustivamente no preconceito racial, mas sim nas situações envolvendo inversão cultural, que rende cenas hilárias entre Tony e Shirley.

Outra grata revelação é de quem está dirigindo este longa dramático. Trata-se de Peter Farrelly, o mesmo de Debi & Lóide – Dois Idiotas em Apuros”, “Quem Vai Ficar Com Mary?” e “Antes Só do que Mal Casado”. Apesar do drama, sua veia cômica é encaixada nos momentos certos, principalmente nas atitudes do personagem de Mortensen.

“Green Book – O Guia” traz magníficas atuações e uma história entre opostos, desviando um pouco da tragédia, e focando mais no humor e no drama particular.


Classificação: Excelente (5 de 5 estrelas)

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