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Poderia Me Perdoar? (Crítica)

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Lee Israel foi nada mais nada menos, que a biógrafa que chegou a ter os livros mais vendidos da história. Entretanto, ela acabou tendo sua carreira decaindo ao longo dos anos, o que provocou uma mágoa interna na personagem. Assim, Lee passou a juntar o seu senso de humor com um excelente conhecimento histórico para forjar cartas de famosos, onde o dinheiro começou a vir.

“Poderia me perdoar?” possui uma história simples, que conta uma jornada que figura entre o mundo das celebridades e o dos anônimos. Aqui a estética do filme não importa nem um pouco, os personagens utilizam-se de um figurino antigo, locações sujas e sem qualquer padrão de beleza.

O filme sofre mesmo pela simplicidade excessiva em seu enredo. Tudo é jogado nas costas da protagonista. Nisso, é de ressaltar a busca da atriz Melissa McCarthy em se desvencilhar dos seus papéis cômicos, sendo possível vermos várias camadas expostas em torno de uma aparência trágica. Vale um mínimo elogio também para Richard E. Grant, que interpreta Jack Hock, um trambiqueiro e melhor amigo de Lee. Ele funciona como um bom alívio cômico, misturando seu charme com sua esperteza. Mas um filme não se sustenta bem apenas com uma dupla esforçada.

Trata-se de um bom filme de sessão da tarde, onde temos uma duração não muito longa, uma história não tão interessante, e que aposta excessivamente no carisma do elenco. O filme tenta nos provar, apesar de não conseguir, que a mentira é uma simples transformação da realidade, num excesso irritante de clichês.

E nisso, “Poderia me perdoar?” cai no clichê de ser apenas um filme comum.


Classificação: Regular (3 de 5 estrelas)

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