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Como
diria Wolverine, em “Logan” (2017): “O mundo não é mais o mesmo”.
Essa frase dá o tom para Stranger Things, que desde que estreou na Netflix, em
2016, nunca havia sofrido tanta concorrência, como a que parece que terá a
partir de agora, com vinda da Disney, TimeWarner e outras no mercado. Para
isso, é necessária uma franquia de peso para a Netflix, e nesse ponto Stranger
Things cumpre bem o papel.
Mesmo
com esse grande sucesso, o fato de a cultura pop parecer superar de vez a
nostalgia dos anos 80, faz com que a terceira temporada trace um fim próximo
para a série, que não deve contar com muitas temporadas.
A
trama retorna após um ano do incidente visto na temporada passada. Agora, as crianças
principais já são adolescentes, e precisam lidar com a puberdade e os problemas
na relação entre eles. Em paralelo, a criatura, aparentemente trancada no Mundo
Invertido, começa a abduzir os moradores da região de Hawkins, num plano de
vingança contra os humanos.
Um
grande acerto desta temporada, sem dúvida, é no desenvolvimento da
personalidade e das emoções dos personagens principais. Will (Noah Schnapp)
sofre por se ver ainda como criança, ao mesmo tempo em que seus amigos
entram de vez na puberdade; Dustin (Gaten Matarazzo) se vê como excluído,
após um mês morando fora; Steve (Joe Keery) tenta dar um novo rumo pra vida,
após ser reprovado no vestibular, agora trabalhando como sorveteiro. Do outro
lado, temos Hopper (David Harbour), cada vez mais sentimental e impaciente com
o relacionamento da filha, Eleven (Millie Bobby Brown) com Mike (Finn
Wolfhard), enquanto ele tenta conquistar o seu verdadeiro amor, Joyce (Winona
Ryder).
É
visível uma inspiração nos filmes clássicos de John Hughes, tornando-se às
vezes uma grande novela, que até funciona bem.
Mas
nem tudo é diversão. Billy (Dacre Montgomery) acaba de ser apoderado pelo
fantasma do Destruidor de Mentes, que precisa de alguém para possuir todos os
habitantes da cidade. É visível a referência a “Os Invasores de Corpos”,
onde temos cenas de pessoas dissolvidas em carne.
Isso
tudo já seria suficiente para um bom arco de oito episódios. Entretanto, a
série decidiu implantar, até mesmo por se passar em 1984, a questão da Guerra
Fria. Mas em momento algum consegue explicar a verdadeira razão deles estarem
ali. O “vilão russo” cai no caricato, o que, no final das contas, era algo
comum nos anos 80/90 em Hollywood.
Mas
tudo isso são erros mínimos. Fica a lembrança das dinâmicas acertadas, como o
quarteto Steve, Dustin, Erica (Priah Fergunson) e Robin (Maya Hawke), que
esbanja carisma e entrosamento.
Resumindo,
Stranger Things continua apostando no que faz de melhor: Suspense, relações e
fã-service. Só a recorrência em assuntos batidos, atrapalha um pouco, mas nada
que estragasse a temporada, como um todo.
Classificação: Bom
(4 de 5 Estrelas)
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