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Há um ditado que diz
que o pior lado de um ser humano surge quando o mesmo luta por algo no
tribunal. Nesse contexto, “História de um
Casamento”, dirigido por Noah Baumbach (“Frances
Ha”), para a Netflix, busca, através do divórcio, mostrar o que um ser humano
é capaz para provar seu argumento. Lembrando, que a questão da separação já é
um tema recorrente na obra de Baumbach, onde, anteriormente, explorou a
separação de seus pais no filme “A Lula e
a Baleia” (2005), e aqui decide se inspirar no próprio divórcio.
Em “História de um Casamento”, o objetivo é mostrar ao espectador que
não temos garantia do controle de tudo, mesmo que ambas as partes queiram.
Nisso, vemos a história
focada em Charlie (brilhantemente interpretado por Adam Driver), um diretor de
teatro, e sua esposa, a atriz Nicole (Scarlett Johansson, também impecável),
que lutam para educar o filho Henry (Azhy Robertson).
O relacionamento se
mantém bem, até que Nicole é chamada para filmar um piloto de TV, em Los
Angeles, e decide se mudar para lá, contrariando o desejo de Charlie. Além
disso, a busca por viver longe da sombra do marido diretor faz com que a atriz
peça o divórcio.
Embora, ambos, a
princípio, concordem em uma separação amigável, a advogada de Nicole, Nora
Fanshaw (Laura Dern), e o representante de Charlie, Jay Marotta (Ray Liotta),
buscam a “vitória” no julgamento a qualquer custo, o que vai provocando uma
rixa maior, entre Charlie e Nicole.
Baumbach procura em “História de um Casamento” dar esperança
aos seus personagens de que não é necessária uma guerra entre os dois, pois
Charlie sabe que não irá convencer Nicole a mudar de ideia, e vice-versa.
Uma reclamação que pode
haver, para o espectador, é que o filme dá maior espaço para o lado de Charlie
na separação. Mas isso pode ser explicado pelo fato do diretor ter afirmado, em
entrevistas, que o roteiro foi inspirado no seu próprio divórcio. Embora, o
filme mostre, nesse tempo, que o personagem de Driver não é a melhor pessoa para
ter a guarda do filho.
Talvez o maior acerto
desse longa seja esse. Não há tentativa alguma, por parte de Baumbach, de fazer
com que o espectador tome um lado. Temos apenas duas pessoas que buscam uma
parceria harmônica, com o intuito de dar o melhor amor possível para o filho.
Classificação: Excelente (5 de 5 estrelas)
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