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Meu Nome é Dolemite! (Crítica)

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A carreira de ator, em Hollywood, pode ser bastante complicada, ainda mais se o caminho trilhado possuir altos e baixos, navegando entre o sucesso e o fracasso. Talvez, Eddie Murphy possa ser o melhor exemplo desse tipo de trajetória.

O ator brilhou em longas como “Um Tira da Pesada” (1984) e “Um Príncipe em Nova York” (1988), mas também fracassou, especialmente nos seus últimos projetos, como em “As Mil Palavras” (2012) e “Mr. Church” (2016). Ainda sim, ele decidiu tomar coragem e semear um novo caminho, agora em “Meu Nome é Dolemite”.

Dirigido por Craig Brewer, a história foca na vida do comediante Rudy Ray Moore, mais conhecido por “Dolemite”, e conta com o roteiro sendo escrito por Scott Alexander e Larry Karaszewski.

Moore, no filme, se encontra por volta dos 50 anos, onde, finalmente, tem a ideia de criar uma nova “persona”. Agora, ele viverá vagando pelas ruas de Los Angeles, como um “cafetão, dono de boate, que luta caratê”. Assim, a história mostra o processo de transformação do protagonista até conseguir vender seu projeto para uma gravadora.

O fato de Murphy ter transitado, recentemente, entre a fama e o fracasso ajuda muito na criação do personagem, ganhando, em alguns momentos, uma veia dramática, embora o filme se caracterize, na maioria das vezes, como uma comédia.

Mas não é só Murphy quem brilha aqui. Cada coadjuvante possui seu momento, especialmente Wesley Snipes como D’Urvillle Martin, um diretor de Blaxplotation, e Da’Vine Joy Randolph como Lady Reed, uma atriz que busca sucesso.

Talvez, o que mais possa aborrecer o espectador seja o lado exagerado que o filme dá ao sexismo e a objetificação da mulher, mas que se pararmos para pensar é impossível de se retirar da biografia de Dolemite.

Por outro lado, uma unanimidade está no figurino, desenvolvido por Ruth E. Carter, ganhadora de Oscar por “Pantera Negra” (2018), que somada à trilha sonora, torna a experiência de ver o filme contagiante.

No tom mais “Dolemite” possível, podermos dizer: “Eddie Murphy é o nome dele, e você jamais vai esquecer!”.


Classificação: Ótimo (4 de 5 Estrelas)

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