Pular para o conteúdo principal

Parasita (Crítica)

omelete.com.br

“Parasita” se mostra uma das melhores obras cinematográficas do ano, utilizando-se de um tema simples: O antagonismo entre classes sociais. Dirigido por Bong Joon-ho, o filme traz um olhar diferente em volta de uma história, que funciona tanto na parte alegórica, quanto no realismo. E a maneira como é colocada é de se bater palmas.

A trama começa nos apresentando uma família, composta por pai, mãe e um casal de filhos, que vive numa situação miserável. Eles moram numa casa apertada, que simula um porão, ao mesmo tempo em que precisam conviver com vizinhos insuportáveis. Entretanto, a vida deles muda drasticamente, através de uma grande oportunidade.

O filho, Ki Woo (Choi Woo-sik), consegue um emprego de professor particular de inglês para a filha de uma família bastante poderosa. E assim, essa família pobre, do início do filme, a partir deste garoto, começa a entrar na “casa rica”, aos poucos.

O pai (Song Kang-ho) consegue ser contratado como motorista, a mãe (Hyae Jin Chang) como governanta e a irmã (Park So-dam) preenche a função de terapeuta, cuidando do irmão mais novo da família rica. Nisso, ambas as famílias, apesar de suas diferenças, acabam se conectando, de forma espelhada.

Nesse contexto, a relação entre esses dois universos opostos cresce de forma extraordinária, onde todos os personagens possuem seu momento de “brilho”. Isso se dá muito pelo fato do diretor guardar várias surpresas com o caminhar da trama, sem perder o foco.

Apesar da história se mostrar ao público desde o início, de forma clara, a tensão é crescente. A fotografia é linda, onde a câmera se mostra claustrofóbica na pobreza, ao mesmo tempo, que ganha amplitude máxima, quando a perspectiva muda para o lado rico. Embora o roteiro explore a dinâmica entre famílias, cada personagem possui uma personalidade própria. Todos possuem uma função específica, onde cada um possui uma importância chave, no contexto geral. Sobretudo, numa cena final incrível.

Tudo que é mostrado nesse filme é bem colocado, até mesmo alguns diálogos, que parecem meio desnecessários, mas que ajudam na construção dramática que envolve a história.

“Parasita”, sem dúvida, mostra a genialidade do diretor, principalmente pelo fato do mesmo, mostrar comentários sociais de forma irônica, engraçada, e de maneira tão pouco vista, no cinema.

Sem dúvida, trata-se do melhor filme do ano. E que venha o Oscar!!!


Classificação: Excelente (5 de 5 estrelas).

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Marcas da Maldição (Netflix) – Crítica

cinepop.com.br Mais de vinte anos, após a estreia de “A Bruxa de Blair” (1999), maior sucesso do gênero Terror com câmera na mão, a Netflix traz um novo filme com essa abordagem. O principal chamariz, para o longa dos anos 90, era a inauguração da onda de focar no uso de fitas abandonadas, com imagens de florestas assustador a s, onde habit avam maldições. Tentando retomar essa “ vibe” antiga, o diretor Kevin Ko lança seu “Marcas da Maldição” . O cineasta já é bastante conhecido, pelo talento de proporcionar “bons sustos” e criar uma atmosfera crescente, a partir de suas imagens. Em tela, é apresentado um ciclo, composto por pessoas curiosas, que se aproximam de lugares proibitivos, que acabam gerando situações amedrontadoras, como consequência as mesmas. Aqui, temos um grupo que tenta desmascarar casos sobrenaturais, para seu canal, no Youtube. Porém, eles acabam se envolvendo num ritual real, morrem e sobra apenas uma jovem mãe (Hsuan-yen Tsai), dos integrantes . ...

A Família Addams 2: Pé na Estrada (Crítica)

loucosporfilmes.net Só começar a música, que todos já começam a estalar os dedos. Nesse ritmo, chega, até nós, a sequência da animação de “A Família Addams” (2019), muito pelo sucesso desta primeira produção. Porém, o fator pandemia atrapalhou a MGM e Universal Pictures, na divulgação do longa. Mesmo depois de muita espera, “A Família Addams 2: Pé na Estrada” conseguiu chegar aos cinemas, e, infelizmente, não passa nem perto, em termos de qualidade, de seu antecessor. A aposta da vez foi colocar nossa adorável família viajando, pelos Estados Unidos. Pena, que toda essa tentativa de road movie familiar não tenha nada de memorável. Apesar de bons momentos, se pegos isolados, tudo fica inserido num grande remendo. Ao final da história, fica a sensação de que o trio de roteiristas (Dan Hernandez, Benji Samit e Ben Queen) achou que apenas a força de seus personagens já iria satisfazer o espectador. A principal característica da franquia, sem dúvida, é de colocar seus protag...

Beckett (Netflix) – Crítica

aodisseia.com Um velho artifício para se produzir uma história, que prenda o espectador do início ao fim, é escolher uma trama que envolva paranoia e teorias da conspiração. Nessa “vibe”, a Netflix aposta em “Beckett” , um thriller que promete. Beckett é o nome do protagonista, interpretado por John David Washington ( “Infiltrado na Klan” ), que está de férias com a namorada, April (Alicia Vikander), em Atenas, na Grécia. Durante a hospedagem, em um hotel, eles ficam sabendo de um protesto, que irá ocorrer próximo, e então decidem viajar, de carro, para o interior. Porém, durante o trajeto, o casal sofre um acidente. Beckett perde a esposa e ele acaba vendo um menino ruivo, antes de desacordar. Depois de ser resgatado, Beckett se vê caçado, sem saber o porquê, e precisa lutar para chegar à embaixada americana, em Atenas. A direção de “Beckett” é comandada por Ferdinando Cito Filomarino, e possui dois grandes arcos. O primeiro foca mais nas férias felizes do casal protagoni...