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Representar de maneira
orgânica, e respeitosa, uma mulher sempre foi um desafio duro para o cinema.
Ora foram vistas, durante a história, como “masculizadas”, outras vezes como símbolos
sexuais.
Embora, Sarah Connor, em Exterminador
do Futuro, tenha contribuído bem para a luta feminina, o cinema ainda pedia
um equilíbrio maior na construção das personagens, onde a mulher poderia ser
forte, mas sem abrir mão do seu lado feminino. Daí o marco, talvez, tenha sido
a Mulher Maravilha, quando em seu filme solo, graças a diretora Patty Jenkins,
conseguiu achar a solução ideal para a equação.
E nessa “vibe”,
misturando o conceito “mulher forte” com o seu charme, “Aves de Rapina:
Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa”, equilibra bem esses dois
aspectos. Muito disso, graças a produção da atriz Margot Robbie, que vive a
protagonista. Robbie ainda vai mais além, ao reformular toda a ideia concebida
na construção de Arlequina, mas, que ainda sim, consegue não abdicar da origem
da personagem.
Não podemos esquecer que além
de Arlequina, outras personagens também possuem o espaço devido, para brilharem.
Renee Montoya (Rosie Perez) mostra-se como a policial amargurada, um clássico
do cinema. Além dela, quem se destaca também é a Canário Negro (Jurnee Smollett-Bell),
tentando encontrar sua própria voz, em meio aos abusos que sofre, no dia a dia.
Talvez, o desfalque maior ao elenco é o pouco tempo de tela dado a Caçadora
(Mary Elizabeth Winstead), uma assassina com um “background”
interessante, mas que o filme não encontra tempo para aproveitá-la.
Mas sem dúvida, fora a
Arlequina de Robbie, quem mais se destaca nesse longa é Cassandra Cain (Ella
Jay Basco), que tem a responsabilidade de ser o centro, que move toda a trama.
Mesmo assim, ela não “deixa a peteca cair”, e conta com um bom entrosamento nas
interações, que possui, com Hayley Quinn.
Apesar de ter uma
classificação indicativa alta, a violência do filme é bastante colorida, somada
a ajuda da trilha sonora. Lembra um pouco “Deadpool” (2016). Ainda nisso,
é de ressaltar o acerto na equipe técnica. Aqui temos nomes consagrados como
K.K. Barrett (Designer de Produção de “Ela”), Erin Benach (Figurinista
de “Drive”) e Matthew Libatique (Diretor de Fotografia de “Cisne
Negro”).
Voltando ao elenco, até mesmo
os nomes masculinos são bem utilizados. Máscara Negra, interpretado pelo
brilhante Ewan McGregor, é o mesmo vilão cartunesco dos quadrinhos, atuando
como um homem rico, mimado e em busca de poder. Junto dele, temos seu capanga Victor
Zsasz (Chris Messina), que também mantém o lado das HQs, de um criminoso
inútil.
E com mais um acerto cinematográfico,
a DC/Warner se estabelece bem no seu Universo Solo, não tendo vergonha em “infantilizar”,
no bom sentido”, seus protagonistas, assumindo um lado mais colorido. E é essa
DC Comics, que tanto amamos.
Classificação: Ótimo (4 de 5 Estrelas)
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