Pular para o conteúdo principal

Jojo Rabbit (Crítica)

adorocinema.com

Um dos grandes nomes do humor, nos últimos anos, sem dúvida, é Taika Waititi. Adorado por muitos, odiado por outros, seu estilo é o mais bobo possível, tentando apostar no mais simples, como visto em “Boy” (2010) ou em “Thor: Ragnarok” (2017). Assim, a expectativa para “Jojo Rabbit” era grande, pois possuía a trama ideal: uma criança alemã que tenta amadurecer na vida, tendo ao seu lado, nada mais, nada menos que Adolf Hitler.

Todavia, essa ousadia na ideia acaba se perdendo no roteiro. Apesar de uma versão interessante para Hitler, imprimida brilhantemente por Waititi, a história é cercada por redundâncias e possui um desfecho bastante óbvio, possível de se prever com meia hora de filme.

Ainda que conte com um final bastante previsível, há momentos engraçados, que podem saltar aos olhos do espectador. A, já citada, representação de Adolf Hitler é mostrada com ironia e deboche as ideias, completamente equivocadas, dos nazistas.

Por outro lado, retoma-se a decepção, que além do final frustante, tem um elenco, que chega a prometer, mas que é muito desperdiçado. Em especial, aos personagens de Scarlett Johansson (Rosie Betzler) e Sam Rockwell (Capitão Klenzendorf), que possui pequenos momentos para brilharem, mas não são usados da melhor forma. Johansson, inclusive, tem um dos piores finais de personagem, de todos os filmes indicados ao Oscar.

Embora tenha vários problemas, no quesito técnico, o filme é de se aplaudir. O design de produção somado ao figurino e a fotografia, nos remete diretamente aos filmes do Wes Anderson, mas numa “versão nazista”, por assim dizer.

Resumindo, a premissa do filme é muito boa, mas “Jojo Rabbit”, apesar do tema forte, não desenvolve muito a se refletir. Mesmo com ousadia, que até imprime certos bons momentos a história, parece que Taika ficou mais preocupado em chamar à atenção, do que adotar o simples e direto.


Classificação: Regular (3 de 5 Estrelas)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Marcas da Maldição (Netflix) – Crítica

cinepop.com.br Mais de vinte anos, após a estreia de “A Bruxa de Blair” (1999), maior sucesso do gênero Terror com câmera na mão, a Netflix traz um novo filme com essa abordagem. O principal chamariz, para o longa dos anos 90, era a inauguração da onda de focar no uso de fitas abandonadas, com imagens de florestas assustador a s, onde habit avam maldições. Tentando retomar essa “ vibe” antiga, o diretor Kevin Ko lança seu “Marcas da Maldição” . O cineasta já é bastante conhecido, pelo talento de proporcionar “bons sustos” e criar uma atmosfera crescente, a partir de suas imagens. Em tela, é apresentado um ciclo, composto por pessoas curiosas, que se aproximam de lugares proibitivos, que acabam gerando situações amedrontadoras, como consequência as mesmas. Aqui, temos um grupo que tenta desmascarar casos sobrenaturais, para seu canal, no Youtube. Porém, eles acabam se envolvendo num ritual real, morrem e sobra apenas uma jovem mãe (Hsuan-yen Tsai), dos integrantes . ...

A Família Addams 2: Pé na Estrada (Crítica)

loucosporfilmes.net Só começar a música, que todos já começam a estalar os dedos. Nesse ritmo, chega, até nós, a sequência da animação de “A Família Addams” (2019), muito pelo sucesso desta primeira produção. Porém, o fator pandemia atrapalhou a MGM e Universal Pictures, na divulgação do longa. Mesmo depois de muita espera, “A Família Addams 2: Pé na Estrada” conseguiu chegar aos cinemas, e, infelizmente, não passa nem perto, em termos de qualidade, de seu antecessor. A aposta da vez foi colocar nossa adorável família viajando, pelos Estados Unidos. Pena, que toda essa tentativa de road movie familiar não tenha nada de memorável. Apesar de bons momentos, se pegos isolados, tudo fica inserido num grande remendo. Ao final da história, fica a sensação de que o trio de roteiristas (Dan Hernandez, Benji Samit e Ben Queen) achou que apenas a força de seus personagens já iria satisfazer o espectador. A principal característica da franquia, sem dúvida, é de colocar seus protag...

Beckett (Netflix) – Crítica

aodisseia.com Um velho artifício para se produzir uma história, que prenda o espectador do início ao fim, é escolher uma trama que envolva paranoia e teorias da conspiração. Nessa “vibe”, a Netflix aposta em “Beckett” , um thriller que promete. Beckett é o nome do protagonista, interpretado por John David Washington ( “Infiltrado na Klan” ), que está de férias com a namorada, April (Alicia Vikander), em Atenas, na Grécia. Durante a hospedagem, em um hotel, eles ficam sabendo de um protesto, que irá ocorrer próximo, e então decidem viajar, de carro, para o interior. Porém, durante o trajeto, o casal sofre um acidente. Beckett perde a esposa e ele acaba vendo um menino ruivo, antes de desacordar. Depois de ser resgatado, Beckett se vê caçado, sem saber o porquê, e precisa lutar para chegar à embaixada americana, em Atenas. A direção de “Beckett” é comandada por Ferdinando Cito Filomarino, e possui dois grandes arcos. O primeiro foca mais nas férias felizes do casal protagoni...