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A Vastidão da Noite (Prime Video) - Crítica

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Nos primeiros minutos, já é possível perceber que “A Vastidão da Noite” irá apostar no tom mais próximo do visto no seriado “Além da Imaginação”, numa espécie de episódio piloto, dirigido por Steven Spielberg (“ET – O Extraterrestre”). E até que funciona!

Assim, desde o início, o diretor Andrew Patterson, estreante na função, não deixa de esconder suas referências. Pelo contrário, vemos tudo da cultura pop, dos anos 80, mencionada de maneira respeitosa. E mesmo com esse olhar para o passado, Patterson consegue ousar, principalmente na sua maneira de contar a história e filmar.

O enredo se passa durante uma partida de basquete, que movimenta Cayuga, uma cidade pequena, “estilo Interior”. Enquanto quase todos estão presentes nesse grande evento, a telefonista Fay Crocker (Sierra McCormick) e o radialista Everett Sloan (Jake Horowitz) precisarão trabalhar. E durante o momento em que toda a cidade desfruta da partida, os dois acabam percebendo interferências externas, tentando se comunicar com o vilarejo.

Apesar de parecer uma trama clichê, a maneira como a história é contada nos puxa, para algo diferente. Os diálogos, por exemplo, são muito mais acelerados, gerando um bom clima de “ação” do começo ao fim.

O roteiro é simples, porém sabe expor todo o contexto da época onde se passa a trama, mais precisamente a Guerra Fria, onde imperava o medo da União Soviética, principalmente do fator Comunismo. Tudo isso, num ritmo diferente, que empolga.

E mais, a empolgação gerada não conta com artifícios pobres e clássicos, como explosões e tiroteios, apenas um suspense bem contado. Tudo isso, ambientado na cidade de Cayuga, uma cidadezinha de interior, onde todos se conhecem e dividem histórias.

Talvez o único ponto a se criticar é a iluminação escolhida. Mesmo que a intenção seja gerar suspense, pela ausência de luz, há um exagero em algumas cenas de diálogo, onde, na maior parte do tempo, não conseguimos nem ver o rosto dos atores.

Mesmo assim, a tentativa do diretor Andrew Patterson em explorar nostalgia e suspense, na medida certa, faz com que o filme entregue o prometido.

Trata-se de uma boa “homenagem” do “Audiovisual para o Audiovisual”.

Nota: ★★★★ (Ótimo)

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