adorocinema.com |
As
diferenças entre Cuba e EUA começaram a tomar forma, sem dúvida, no início dos
anos 60, quando o ditador Fulgêncio Batista foi deposto e Fidel Castro liderou a
Revolução Cubana. Assim, os EUA, como resposta, decidiu bloquear o acesso à
ilha, com o argumento de proteger o país de uma possível ameaça comunista.
Nesse
contexto é que se insere “Wasp Network –
Rede de Espiões”, novo lançamento da Netflix, dirigido pelo francês Oliver
Assayas (“Personal Shopper”, “Horas de Verão”), que foca em contar a
história de desertores cubanos, que vivem em Miami, trabalhando para o FBI.
A
história começa sendo contada pelo ponto de vista de René (Edgar Ramirez), um
piloto cubano que larga a família, em Cuba. Também é mostrada a trajetória de
Juan Pablo Roque (Wagner Moura), um ex-militar, também cubano, que ficou famoso
por ter nadado até a base de Guantánamo, em busca de asilo político.
Como
o próprio subtítulo do filme diz, o foco é nos espiões, e assim traz tudo o que
gênero pede. Tem agente duplo, traidor, espião e etc. Mas, mesmo assim, há uma
sensação de que falta algo.
Isso
por que a história se passa por meia década, e o roteiro não consegue
transmitir isso, atropelando muitas questões importantes, principalmente nas
relações entre os personagens. Há um pensamento que se fosse mostrado em
formato de série, com mais episódios divididos, seria de melhor resultado.
Por
outro lado, Assayas consegue se utilizar do bom elenco, que possui. O
espectador consegue entender as motivações de todos os personagens, principalmente
no casal Wagner Moura e Ana de Armas. Porém, a quantidade de protagonistas atrapalha
no andamento de suas histórias, fazendo com que haja a sensação de algumas
figuras mereciam mais tempo de tela.
Outro
problema do filme está no ritmo. A primeira metade de “Wasp Network” é transmitida emulando um documentário, com imagens
de arquivo, mas que se perde no terceiro ato.
No
final, “Rede de Espiões” é competente
nas interpretações, mas confuso na execução. A história é rica, mas Assayas não
aproveita. Ou seja, o longa é bom na parte política, mas um fracasso no
sentimental.
Comentários
Postar um comentário