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Os Novos Mutantes (Crítica)

observatoriodocinema.uol.com.br

Foram cinco anos. Desde o início da produção até o lançamento, “Os Novos Mutantes” sofreu, e muito. Neste período, o filme trocou de produtora, após a compra da Fox pela Disney, e teve que passar por várias regravações, além de contar com inúmeros cortes. E a versão final, assinada por Josh Boone (“A Culpa é das Estrelas”), cumpre o prometido, sendo tão ruim, quanto esperado.

 

Sobre a história, somos emergidos a um hospício isolado, comandado pela Dra. Reyes (Alice Braga), que recebe uma nova paciente, a adolescente Dani (Blu Hunt). A garota acabou de perder o pai, num evento misterioso, relacionado a possíveis poderes mutantes, que a jovem não conhece.

 

Além de Dani, temos como hospedados nessa “casa”, outros quatro jovens: Rahne (Maisie Williams), Illyana (Anya Taylor-Joy), Sam (Charlie Heaton) e Roberto (Henry Zaga). Nisso, além do mistério da Dani, o primeiro ato foca em explorar o autoconhecimento dos poderes, do quarteto mencionado.

 

O filme já começa com o peso do nome “X-Men”. Depois de 20 anos, desde o primeiro filme, Boone volta com a metáfora da descoberta adolescente, tentando discutir sobre maturidade, dando um tom novo, focando numa estética mais ligada ao terror.

 

Porém, apesar de ter uma boa ideia no começo, o longa tem um roteiro muito raso, sendo muitas vezes didático e redundante, não dando o público o direito de pensar. Os personagens, por exemplo, são unidimensionais, não proporcionando margem para interpretação. O quarteto jovem, já mencionado, é formado por um “X”, tendo “um homem e uma mulher sensível”, sendo colocados ao oposto de “um homem e uma mulher agressiva”.

 

Alice Braga, que vive a vilã, até que não decepciona na atuação. Porém, o roteiro, novamente, não consegue dar um grau de surpresa a sua revelação final, pois o espectador já “mata isso”, nos primeiros minutos da história.

 

Algo que gerava dúvidas, aos fãs dos quadrinhos, era o tratamento dado ao sobrenatural. E isso, foi bem exposto. O Pesadelo, como grande vilão do filme, consegue assumir bem o lado do terror, prometido anteriormente. Porém, fica a sensação de “quero mais”, que pode ter sido prejudicada pela baixa classificação etária, que limita as possibilidades.

 

Mas todo o excelente debate, muito bem visto no segundo ato, é destruído no terceiro. O desastre chega quando a montagem apressa demais a história, dando uma sensação de que o diretor foi pressionado pelo estúdio, em terminar logo a produção.

 

Resumindo, o filme pode ser visto de duas formas. Uma, pelo ponto de vista isolado, e sem expectativa, funcionando como apenas um filme “ok” e esquecível. E outra, pela proposta gerada, nos trailers, que não se reflete no que foi visto nas telonas. Assim, a escolha fica a seu critério.

 

 

Nota: 🌟🌟 (Ruim)

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