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“Emicida: AmarElo – É Tudo
pra Ontem” é um documentário que faz jus ao título. O filme é extremamente
objetivo e conciso, misturando a gravação de um show do rapper, em novembro de
2019, com um retrato histórico/sociológico sobre a influência de diversos nomes
importantes da comunidade negra, no Brasil.
Emicida ganha, aqui, uma
função dupla de protagonista/narrador, onde ele personifica uma fala mansa, transmitindo
uma racionalidade bastante necessária, nos dias de hoje. O filme já começa com
a infância de Emicida, onde o menino magro aprende sobre MPB.
O documentário aposta mais na
construção do “mito negro”, do que nos bastidores do show. Emicida, durante todo
o tempo, faz esse belo exercício, indo por vários aspectos filosóficos,
passando por Mateus Aleluia, vindo da sua referência africana, até o pastor Henrique
Vieira, promovendo assim uma “ponte harmônica” entre o cristianismo e o candomblé.
A religião, por sinal, é o centro do filme, mostrando Emicida como o Messias,
que agrega diversos povos.
E antes que digam que a
construção mítica do protagonista pode desencadear um egoísmo, por parte de
quem produz, o documentário já responde explicando que isso facilita na junção
de forças para combater um inimigo único: A falta de justiça e o preconceito.
O objetivo do narrador é
inserir o coloquial na sociedade, abandonando um pouco do padrão estabelecido,
assim o poder do agregar se torna maior. E salvo alguns problemas de narrativa,
que quebram o ritmo, às vezes, “Emicida: AmarElo – É Tudo pra Ontem” consegue
o principal: Dialogar, Refletir e Agregar.
Nota: 🌟🌟🌟🌟 (Ótimo)
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