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O diretor Edoardo Ponti, em parceria
com a Netflix, traz uma nova adaptação de uma obra Romain Gary, que já havia
sido vista nas telonas, em 1977, chamada “Rosa e Momo”.
Ambientado na Itália, mais
precisamente na cidade de Nápoles, o filme busca o interior, focando no dia a
dia dos moradores, de forma romântica. Aqui, temos diversas jornadas, desde
peixeiros, passando por feirantes, médicos, e até mesmo as prostitutas ganham espaço.
E nesse cenário bastante
plural, o longa aposta no protagonista Momo (Ibrahima Gueye), um garoto de
apenas doze anos, que acaba tendo que roubar para sobreviver. Sua vida muda,
quando encontra Dr. Coen (Renato Carpentieri), um médico da região, que acaba
abrigando o menino.
Momo não possui uma
perspectiva de futuro, pois não teve uma família como base, já que perdeu sua
mãe, recentemente. Tudo muda, quando o jovem acaba roubando dois castiçais de
uma senhora.
A senhora, em questão, trata-se
de Rosa (Sophia Loren), uma ex-prostituta, que acaba trabalhando de babá para
os filhos das outras. Nesse meio tempo, Dr. Coen convence a senhora, por meio
de desculpas e um bom pagamento, abrigar o garoto.
Depois dessa apresentação, o
filme parte para o segundo ato, traçando um paralelo forte, entre os dois
protagonistas. De um lado, Momo, descendente de senegaleses, que apesar do bom
coração, acaba não vendo uma alternativa para sua vida, senão, entrar para a
criminalidade. Em contraposição, temos Rosa, judia e sobrevivente do
holocausto, que carrega, na pele, o trauma dos horrores vividos, em plena
Segunda Guerra.
De duração curta, apenas 94
minutos, “Rosa e Momo” tem como sua principal força a jornada de dois
protagonistas interessantes, que mereciam até mais tempo de tela. Isso acaba
virando contra, quando sentimos, por exemplo, que o “background” da personagem
de Sophia Loren poderia ser mais bem explorado. A atriz carrega tanta força na
sua atuação, que até mesmo um pequeno flashback poderia maximizar, ainda mais,
o seu excelente trabalho.
Um outro pensamento
importante a se ressaltar, que o filme nos lembra, é que como a geração que
viveu do nazismo tem se aproximado do seu fim, suas histórias correm o risco de
serem esquecidas. De certa forma, “Rosa e Momo”, como é uma obra,
ameniza a situação, pois viverá eternamente, por diversas épocas.
Para encerrar, um detalhe
técnico, que chama atenção e merece ser ressaltado, trata-se da fotografia de Angus
Hudson, que transporta, perfeitamente, o espectador para a velha Nápoles.
Lembra um pouco o cinema de Almodóvar, nesse aspecto.
Com uma história bonita e
uma volta triunfante de Sophia Loren, que estava sumida, ultimamente, de
grandes produções, “Rosa e Momo”, apesar da história simples, consegue
se mostrar um filme tocante. E isso, já vale!
Nota: 🌟🌟🌟🌟 (Ótimo)
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