Pular para o conteúdo principal

Soul (Disney+) – Crítica

uol.com.br


Ao menos uma vez na vida, você deve ter perguntado, a si mesmo, o porquê da sua existência, ou, até, para onde vamos, após a morte. Mesmo que seja um desafio grande, que varia de pessoa para pessoa, a resposta, muitas vezes, chega de forma indireta, e nem percebemos.


E nesse jeito, não verbalizado, de se encontrar um “porque” de tudo, a Pixar apresenta “Soul”, novo filme, exclusivo do Disney+, que busca responder essas questões filosóficas. Tudo isso, partindo da história de Joe (Jamie Foxx), um músico frustrado, por não ter conseguido, ainda, atingir seu sonho. É importante dizer, que apesar do tema sério, o humor/criatividade da Pixar está presente.


A sequência inicial, que mostra a morte de Joe, algo que não se configura spoiler, pois trata-se do plot, é feita com um sarcasmo, que transforma tudo como algo “natural” da vida.


O encontro do protagonista com uma “luz no fim do túnel”, representada por um ponto branco em volta ao preto, gera, imediatamente, uma curiosidade, independente da idade que você tiver.


Algo também marcante é a explicação para o Pré e Pós-Vida. Enquanto o último é visto como a esteira para o fim de tudo, o anterior é representado como algo lúdico, e que forma o nosso caráter.


O filme exige um nível alto de sensibilidade por parte do espectador. Muito pelo encontro de Joe com 22 (Tina Fay), uma alma que não possui sua personalidade 100% formada, o que a impede de ir para a Terra. Assim, o contraste é apresentado, onde o músico quer, obsessivamente, voltar a viver, enquanto a alma não acredita na “beleza da vida”. Mesmo assim, cada um deles precisa encontrar uma nova perspectiva, ao se relacionarem.


Não podemos ignorar o fato de o texto crescer bastante pela sua ambientação, onde a técnica é formada pela utilização de uma animação 2D, que aliada a uma luz forte, trazendo cenas belíssimas, dignas de Papel de Parede.


Porém, isso não é tudo. O grande êxito do longa, sem dúvida, está na música. Nisso, a “brincadeira” do nome Soul, que em inglês, além de significar o estilo musical, pode ser traduzido como “alma”, traz um paralelo bom, entre essas duas visões da definição.


E tirando o fato de a Pixar sempre martelar no tema do protagonista tentando retornar a origem, nesse caso, a complexidade nos dá uma experiência transformadora. Apesar de que, é importante ressaltar, que essa exigência de entendimento pode afastar muita gente, especialmente, algumas crianças.


Embora, certamente, ao final do filme, você se pegue refletindo sobre suas escolhas de vida, e tente aproveitá-la mais. Por isso, “Soul” já merece ser lembrado.



Nota: 🌟🌟🌟🌟 (Ótimo)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A Esposa (Crítica)

g1.globo.com “A Esposa” é o exemplo clássico de um filme comum, que tem uma história simples e nada edificante, mas que cresce com uma grande atuação, que nesse caso é Glenn Close. Aqui, Close entrega uma personagem magnífica e explosiva, utilizando-se da luta do feminismo, que cresce bastante nos últimos anos. A história do filme foca no casal Joan e Joe Castleman (Close e Jonathan Pryce). Ele é um escritor bem sucedido e aclamado, e ela, aos olhos da sociedade, é apenas a esposa. Entretanto, quando Joe está prestes a ganhar o Nobel de Literatura, a relação chega ao estopim. O longa foca nos momentos chaves da vida do casal, utilizando-se também de flashbacks , para mostrar o porquê da personalidade de cada um dos dois. Vemos como eles se conheceram, onde ele era um professor casado e ela, uma estudante sonhadora. Isso bate em cheio com o pensamento dela atual, de que se arrepende do caminho que trilhou ao lado do marido, como uma mera esposa, largando de vez sua carrei...

007 - Sem Tempo para Morrer (Crítica)

olhardigital.com.br É quase um consenso que para ser um 007 básico, você precisa de um terno preto, gravata borboleta, manusear bem armas, cabelo cortado e um charme próprio. Ainda assim, é possível dar originalidade a cada adaptação. Prova disso está no influenciador Sean Connery, no “sexy” Pierce Brosnan e no emotivo Daniel Craig, que fizeram com que a franquia pendurasse tanto tempo, entre nós. Vendido como a despedida de Craig no papel, “007 – Sem Tempo Para Morrer” começa com um Bond querendo se aposentar. Vivendo na Jamaica, junto de sua amada Madeleine (Léa Seydoux), James precisa voltar a ativa, quando é solicitado por Felix Leiter (Jeffrey Wright), membro da CIA. Leiter precisa que Bond o ajude a combater uma ameaça global, liderada por Lyutsifer Safin (Rami Malek), que está desenvolvendo uma tecnologia que pode destruir a humanidade. Além de Safin, Bond ainda precisa deter a Spectre, organização lá do filme anterior, que permanece na ativa. Aumentando ainda mais ...

Nada de Novo no Front (Netflix) – Crítica

cnnbrasil.com.br Como diria o filósofo francês Jean-Paul Sartre: “Quando os ricos fazem a guerra, são sempre os pobres que morrem” . Partindo dessa visão mais perversa da Guerra, surge “Nada de Novo no Front” , filme alemão épico de guerra da Netflix. Baseado no romance homônimo, de Erich Maria Remarque, o longa foca-se na história de Paul Baumer (Felix Kammerer), um jovem que acaba de chegar no exército alemão. Devoto fervoroso ao sentimento de patriotismo, ele nem imagina o que irá ter que passar, para que sobreviva, durante a Primeira Guerra Mundial. Essa surpresa vem muito pelo fato de estarmos diante da primeira grande guerra. Ou seja, os soldados, até então, não possuía um mínimo de ideia do que enfrentariam pela frente, já que só se ouvia as “glórias”, relatadas por seus superiores. Esse Ultranacionalismo, que é vendido, é posto, no filme, em todo o primeiro ato. Visivelmente em tela, a fotografia é esplêndida, focando no deslumbre de jovens sonhadores, que se veem...