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Hollywood já é um velho
conhecido produtor de filmes natalinos. Mas e no Brasil? Por que não temos o
mesmo fenômeno?
Mesmo que aqui não tenha
neve, a celebração familiar, combinada a famosa ceia, se repete. E tentando se
apoiar a um estilo mais brasileiro de comemorar, a Netflix lança “Tudo Bem no
Natal que Vem”, com Roberto Santucci, na direção, além de Paulo Cursino, no
roteiro, e é claro, Leandro Hassum, como protagonista. O trio, por sinal, já se
conhece há bastante tempo, pois trabalharam juntos em “Até que a Sorte nos
Separe” (2012) e “O Candidato Honesto” (2014).
A história da vez tem como
centro, Jorge (Hassum), um homem que incorpora Grinch, e se assume como o ser
que odeia o Natal. O motivo disso vem pelo seu aniversário se comemorar também
no dia 24 de dezembro, e nunca ter tido tanta relevância para a família. Como o
protagonista diz: “Como dividir o espaço com o outro aniversariante, esse
tal de Jesus Cristo?”
No momento atual, mais
velho, Jorge casou-se com Laura (Elisa Pinheiro), e teve duas crianças. Assim,
como ignorar a “figura do Papai Noel”? Com isso, ele acaba sendo obrigado a se
vestir do personagem, mas o subir no telhado da sua casa, acaba sofrendo uma
queda e bate a cabeça. Quando retorna à consciência, percebe que se passou um
ano do ocorrido, e que acabou de entrar num ciclo sem fim, onde ele sempre
acorda no Natal, do ano seguinte.
Para situar o espectador,
nessas transições de tempo, a maquiagem auxilia bem, criando uma sensação
natural de mudança, nas características dos personagens.
Além disso, o texto foca em
explicar que Jorge não se lembra do que fez nos outros 364 dias do ano, assim o
obriga a ter que assumir as consequências do que ele possa ter causado, sem ao
menos se lembrar.
Talvez o problema maior do
filme seja a inconsistência da atuação de Hassum, que atrapalha o embarque do
espectador no contexto. Quando o ator puxa para o sentimental, ele acerta, mas
isso só acontece depois de inúmeras piadas, que abusam do humor físico e da
repetição. Muitas vezes, fica a sensação de que o protagonista tem dupla
personalidade.
“Tudo Bem no Natal que Vem” é
um filme que não tem nada de tão original, referenciando muitas vezes clássicos
natalinos e de viagem no tempo. Porém, a mensagem final é tão tocante, que até
perdoa inconsistências, no ritmo da jornada. Se assistirmos sem tanta pretensão,
o filme pode até tocar o coração de muitos.
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