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O ativista Malcolm X, o
músico Sam Cooke, o lutador Muhammed Ali e o ator/jogador de futebol americano
Jim Brown, com certeza, podem ser classificados como ícones da história negra
americana, cada um em seu trabalho. Muita gente não sabe, mas esses quatro eram
amigos e participaram juntos do movimento dos direitos civis americanos.
Sabendo disso, uma peça de
autoria de Kemp Powers imaginou como seria um encontro físico entre eles. E não
demoraria muito para essa reunião também ser adaptada para o cinema, mais
especificamente para o Prime Video, sob a direção de Regina King.
A ideia de Power era cruzar
as personalidades e trajetórias desses quatro ídolos. Assim, a história se
ambienta em 1964, logo após uma vitória de Muhammed Ali, que naquele momento
ainda era conhecido como Cassius Clay (Eli Goree), onde ele e seus amigos, liderados
por Malcolm X (Kingsley Ben-Adir) debatem seus papéis na sociedade.
Ao passo que a peça contém
somente um ato, o filme extrapola, indo mais fundo, nas personalidades de cada
um desses importantes seres da sociedade. E o grande diferencial da adaptação,
em questão, é que com o formato cinematográfico é possível que tenhamos uma
melhor interpretação de tudo, inclusive, em momentos onde não há texto, somente
a expressão.
É importante destacar, que o
roteiro já se inicia partindo do pressuposto que o espectador conheça,
minimamente, a trajetória de cada um dos personagens, e sua importância no
cenário americano. Afinal de contas, muito provavelmente, trata-se dos maiores
ícones negros da história dos Estados Unidos.
E mesmo que cada um, na sua
maneira, tenha um conflito próprio em suas áreas, todos eles utilizam de suas
posições, na sociedade, como exemplos de vitórias da sua comunidade.
Como trata-se de uma adaptação
teatral, o cenário principal, um quarto de hotel, pouco importa. Ali, o foco
está nos diálogos/monólogos, onde cada membro do elenco tem sua chance de
brilhar.
Regina King, em “Uma Noite em Miami”, utiliza de uma linguagem visual elegante, numa narrativa que tem um objetivo claro: Mostrar que as escolhas daqueles personagens, nos anos 60, influenciam a sociedade, até hoje. E ao invés de expor o óbvio, colocando as tensões raciais de forma clara, na tela, King prefere ir ao íntimo, na cabeça, no particular de cada um deles.
A mensagem final é que Malcolm, Cassius, Sam e Jim,
cada um a sua maneira, mesmo que com suas diferenças, possuem muitos
ensinamentos, que poderiam ecoar na eternidade. Basta nos unirmos e colocá-los em prática!
Nota: 🌟🌟🌟🌟🌟 (Excelente)
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