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Crip Camp: Revolução pela Inclusão (Netflix) – Crítica

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Roteirizado e produzido pela dupla Nicole Newnham e Jim LeBrecht, com apoio da produtora Higher Ground, do casal Barack e Michelle Obama, em parceria com a Netflix, “Crip Camp: Revolução pela Inclusão” aparece como um forte candidato ao Oscar 2021, na categoria Melhor Documentário.


Crip Camp é o nome de um local, situado em Nova York, que abrigava PCDs (Pessoas com Necessidades Especiais), entre os anos 50 e 70. Apesar desse intervalo, a história se inicia em 1972, com jovens chegando no Acampamento Jened, com o intuito de promover uma nova revolução libertária.


Tudo, em volta de muita amizade. Todos compartilhavam brincadeiras, comida, relacionamentos e, principalmente, seus relatos de vida, num mundo que os “excluíram”. Aqui, eles podiam se sentir livres.


Dando um contexto histórico, é bom lembrar que os anos 70 foram marcados como a época da luta por direitos civis, nos Estados Unidos. Viviam-se a era de transformações, após o fim do movimento hippie, a luta dos Panteras Negras e a revolução sexual dos jovens. A ideia era que as pessoas fossem encorajadas a lutarem por qualquer aspecto, em que se sentiam injustiçadas.


Após um início alegre, com cenas de diversão, durante o acampamento, o filme, aos poucos, dá o seu tom realista. Com o passar do tempo, os campistas se organizam para criar um movimento de luta para inclusão, reivindicando acessibilidade e oportunidades. Liderados por Judy Heumann, eles se juntaram, planejaram manifestos e entraram na justiça, por direitos básicos.


No lado técnico, o documentário conseguiu encontrar uma variedade de documentos históricos, incluindo filmagens, que passaram despercebidas pela imprensa, naquela época. Assim, a história consegue transmitir o sentimento necessário, sem cair no clichê melodramático. O roteiro não fica só no apelo emocional, mas também provoca momentos engraçados, que nos tiram, de vez ou outra, um sorriso do rosto.


“Crip Camp: Revolução pela Inclusão” nada mais é que uma história sensível e importante para a luta por direitos civis, onde nos ensina respeitar e compreender melhor a luta do diferente.



Nota: 🌟🌟🌟🌟 (Ótimo)

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