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Eu Me Importo (Netflix) – Crítica

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Antes de começar, é importante deixar claro, para você, caro leitor, de que a classificação de “Eu me Importo” na sessão comédia, do recente Globo de Ouro, não é 100% fidedigna. Pois, na maioria do tempo, o filme contém cenas pesadas e de caráter “gore”.


Porém, se formos pensar no gênero comédia como um estilo que se apega a uma direção mais rápida, uma linguagem pop e personagens carismáticos, talvez possa se justificar tal escolha de categoria. Resumindo, o filme é um “mix” de comédia e ação, sendo essa última puxada mais para o thriller.


Embora pareça confuso, pois isso requer muito planejamento, “Eu me Importo” não decepciona. J Blakeson assina a direção, utilizando-se de uma dramaturgia simples, mas eficiente. A sua aposta de protagonismo está no clichê do “trambiqueiro carismático”.


A bola da vez fica a cargo de Marla (Rosamund Pike), uma mulher fria e inteligente, que pratica golpes em idosos, ao se declarar tutora deles, se beneficiando da legislação particular, que os Estados Unidos possuem. Marla é aquela ladra charmosa, que não pratica terror as suas vítimas, apenas as rouba.


Para que a trama ande e não fique estagnada, o diretor traz um rival para a protagonista. Roman Lunyov (Peter Dinklage) é filho de uma das vítimas da golpista. Porém, ao contrário dos parentes das pessoas lesadas anteriormente, o da vez é um mafioso russo, que não vai perdoar aquela que roubou sua mãe.


O objetivo do filme torna-se criar uma rivalidade entre ambos, fazendo com que o espectador tenha curiosidade sobre quem terá o fim mais trágico.


Sobre a atuação de Pike, que inclusive chama atenção por ter levado o Globo de Ouro, pode ser vista, a princípio, como algo que não surpreende tanto. Certamente, ao longo do filme, você vai lembrar da atriz fazendo um papel parecido com esse, em “Garota Exemplar” (2014). Fica a cargo do espectador gostar ou não, desse “typecasting”.


Voltando ao roteiro, apesar do filme sempre instigar ao espectador criar uma tensão a saber o final dos personagens, não há muita inventividade, ou algo que salte os olhos. Se você já for um assíduo de filmes de golpe, já consegue antever inúmeras situações, que irão ocorrer com o andar da trama.


Mesmo assim, vale pelo fato de a direção reforçar bem sua protagonista feminina, colocando-a, inclusive, acima da ética. E isso é interessante. Claro, sem deixar de mencionar Rosamund Pike, que carrega o filme, nas costas. Senão fosse ela, o resultado poderia ser bem pior.



Nota: 🌟🌟🌟 (Ok)

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