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Um Príncipe em Nova York 2 (Prime Video) – Crítica

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Algo bem recorrente, em Hollywood, são as sequências de filmes, que ninguém pediu. Muito disso, pela falta de criatividade, na maioria delas, e o excesso de nostalgia, em detrimento de algo novo. De positivo, para aqueles que tentam novas aventuras desse tipo, a baixa expectativa facilita.


Pois bem, 30 anos após o lançamento do filme original, Eddie Murphy e Arsenio Hall retornam aos seus consagrados papéis. A nova trama, dirigida por Craig Brewer, que já havia trabalhado com Murphy, em “Meu Nome é Dolemite” (2019), volta a história de Akeem (Eddie Murphy), que segue casado com Lisa McDowell (Shari Headley), mas que acaba perdendo o pai, precisando assumir o trono.


Em seguida, o novo rei de Zamunda descobre a origem de um filho bastardo, nos Estados Unidos, e decide, junto de seu fiel escudeiro Semmi (Arsenio Hall), voltar ao Queens, em busca de seu herdeiro. Com a ajuda de seus velhos amigos da barbearia, ele consegue achar o paradeiro de LaVelle Junson (Jermaine Fowler), um garoto que se sustenta como cambista.


A proposta do filme é inverter a dinâmica do de 1988, pois Junson e sua mãe Mary (Leslie Jones) são convidados por Akeem, para que partam para o reino africano, com o intuito do jovem conseguir aprender melhor sobre o trono, que será seu.


Outra informação, interessante a se ressaltar, é que a constituição de Zamunda diz que o trono não pode ser ocupado por uma mulher. Isso acaba impedindo qualquer uma das outras três filhas de Akeem, de governar. Nisso, o roteiro de Kenya Barris joga para a necessidade do empoderamento feminino, em oposição a uma sociedade, que não evoluiu.


Na parte técnica, brilha o figurino, desenhado por Ruth E. Carter, vencedora do Oscar, e a trilha sonora, que assemelha muito a aposta vista em “Pantera Negra” (2018), onde temos a mistura do ritmo africano com o hip-hop.


Resumindo, o longa, mesmo sem ter a força do primeiro, consegue equilibrar a nostalgia e atualizar seus temas. Consertando algumas piadas do primeiro filme, que não funcionam mais, porém sem deixar de exaltar as boas lembranças, que ficaram.


“Um Príncipe em Nova York 2” apesar de ser a sequência que não pedimos, ainda sim nos diverte. E por isso, já vale.



Nota: ⭐⭐⭐⭐ (Ótimo)

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