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Você pode não ser um fã
assíduo, mas, certamente, teve contato com algo do Universo Cinematográfico Marvel (MCU), mesmo que indiretamente.
De 2008 até 2021, o Marvel Studios,
junto da sua “filial”, Marvel Television, produziram, ao todo, 23 longas e 11
séries, todos ligados aos quadrinhos da editora. Desde o fim da divisão
televisiva, comandada por Jeph Loeb, ficou a dúvida se o estúdio daria exclusividade
a produções cinematográficas.
Porém, tudo mudou quando a Disney, que detém os direitos da Marvel, decidiu criar seu próprio
serviço de streaming, o Disney+. A partir dali, foi prometido ao público poder
usufruir de novas produções originais, exclusivas. Ainda mais, com o selo da
gerência de Kevin Finge, presidente do Marvel Studios.
Para a estreia do novo
modelo de expansão, surge “WandaVision”, que com a oportunidade do
formato, passou a expandir ainda mais o Universo, de forma palatável.
A minissérie, que conta com
direção de Matt Shakman e roteiro de Jac Schaefffer, já nos diz que seria necessário
paciência com o andar da trama, devido ao novo estilo. Sendo ambientada pós-eventos
decorridos de “Vingadores: Ultimato” (2019), “WandaVision”
resolve apostar num formato diferente, com episódios referenciando ao formato sitcom,
e sua exibição relacionada com o período ambientado.
Por sorte, o mistério da
série foi inserido em meio a qualidade, onde a história se alterna bem entre a
comédia e o suspense, quando necessário. Prova disso, o sucesso gerado nas
redes sociais.
Apesar de alguns episódios
exagerarem na redundância da trama, tudo é recompensando pela qualidade técnica
(cenários e formato de exibição), aliada as atuações. Kathryn Hahn é a coadjuvante/vilã
perfeita para o formato, e Paul Bettany traz seu tom cômico já conhecido.
Todavia, nada teria tanto
efeito, se não fosse Elizabeth Olsen, que domina a minissérie, vivendo a protagonista
Wanda. Aqui, com mais tempo de tela, se comparado aos longas do MCU, podemos
ver a atriz brilhar, de forma natural, se adaptando bem as viradas pedidas
pela história.
Mas nem só de alegrias vive “WandaVision”.
A série conta com episódios “barrigas”, como “Interrompemos este Programa”
e “Nos Capítulos Anteriores”, que quebram o ritmo da narrativa, para
apostar na auto explicação. Se bem que, isso aliado a algumas revelações podem
também serem colocadas na culpa dos analistas (onde o escritor dessa crítica
também se coloca), que anteviu e publicou, antecipadamente, muitas das
revelações, baseando-se nos quadrinhos. Ainda assim, a série peca, em alguns
momentos, pela explicação excessiva.
Outro problema está em algumas
homenagens. As décadas escolhidas não foram aproveitadas de modo igual. Enquanto
os primeiros episódios funcionaram de forma exclusiva na época escolhida,
outros, como “Derrubando a Quarta Parede” e “Um Halloween Assustadoramente
Inédito!”, tiveram que cumprir a função de fazer a trama andar e encaminhá-la
para o clímax.
Entretanto, tudo é
recompensado no final, especificamente aos dois últimos episódios, onde a série
explora o tema do luto e perda, algo delicado, de forma corajosa e nunca vista,
anteriormente, no MCU.
Assim, vemos que “WandaVision”,
apesar de um problema ou outro, entrega o que prometeu. Utilizando do cenário
MCU, tão influente, trouxe discussões interessantes e que podem perdurar em
nossas vidas. E, para mim, isso já foi uma grande recompensa.
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